de repente você acha que está se expondo demais e tenta ficar mais recluso. face aos vários acontecimentos recentes, você decide falar somente o necessário. não quer se envolver afetivamente com ninguém, nem mesmo estabelecer fortes laços de amizade ou manter um emprego fixo. quer passar um tempo vivendo na superficialidade das coisas, sem compromisso ou cobrança. você vai morar com pessoas estranhas, vai conviver com pessoas estranhas e, de repente começa a ler a respeito do amor romântico e seus desdobramentos. de repente você vê que está ligado muito mais do que queria. aqueles colegas se tornam amigos de infância, aquele curso te cobra mais do que imaginava e aquela paixão fica cada vez mais séria. não, obrigado, não quero cometer o mesmo erro duas vezes seguidas. medo, pode ser. os doces bárbaros já disseram há anos, o seu amor, ame-o e deixo-o viver em paz. a distância parece colaborar. o coração, não. as mensagens pelo facebook, não. o celular, não. de repente aparece alguém para atrapalhar. uma terceira pessoa. você tem a sensação de que está sobrando, mas não quer atrapalhar o instinto natural-animal. você tem a certeza que está sobrando. você sai, vai dar uma volta e de repente aparece alguém para atrapalhar. uma quarta pessoa. e daí você percebe que paixão é muito mais que uma noite na festa de um amigo do amigo de um amigo qualquer. você é cobrado, você é alvo de ciúme, você é chamado para dar uma volta. você é questionado se quer trocar alguém por alguém. você diz que não e as coisas parecem se repetir a cada dia. insegurança, paixão, insegurança, amor. aí você percebe que não tem mais controle da situação e entrega os pontos. porque na verdade não existe segunda, terceira, quarta pessoa. o que existe somos nós e nós somos primeira pessoa. que seja do plural, mas ainda assim, somos primeira pessoa. e nós, como primeira pessoa, decidimos que segunda, terceira, centésima milésima pessoa do singular ou do plural, não importa, nenhuma delas vai acabar com o que já está feito, com o que já está consumado, com o que foi criado por nós. e então decidimos seguir juntos, perto ou distante, se expondo ou não, curtindo ou não, badalando ou não. mas juntos. até que a vida - a nossa vida - nos separe.
Pôxa vida...
ResponderExcluirtexto belíssimo.
Resumidamente, tudo o que acontece 'à nossa primeira pessoa' em contato com as outras pessoas, definitivamente. Ás vezes o ser humano é tão igual...
Adorei a falta de letras maiúsculas.
ResponderExcluirAdorei você ter se colocado em primeira pessoa. Eu me esquecia muito de fazer isso.
Engraçado que nesse nós às vezes o outro é negligenciado, perde-se a alteridade. Daí é ladeira abaixo.
ResponderExcluir"Não adianta nem me abandonar
ResponderExcluirPorque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu pra você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões
Todos iguais "
Cara, o segredo é não pensar muito e deixar acontecer...
ResponderExcluirAbraços
Alexandre
http://soupretomassoulimpinho.blogspot.com/
Texto louco hein Lucão, pirei.
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