quarta-feira, 6 de julho de 2011

Geração tédio.

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Deixa eu ser sincero um pouco: no momento é perto da uma da manhã do domingo, dia 03, e enquanto o Lady Antebellum estoura no meu headphone (a música do momento é “Our Kind of Love”, se é que interessa para alguém), eu paro minha atividade usual de falar besteira no Twitter para me lembrar que tenho apenas três dias para escrever para o Blog das 30 Pessoas. Os leitores me perdoem, por favor, mas vou decobedecer a regra dos meus últimos dois posts aqui no blog e não vou falar sobre cultura. Sem recepções calorosas e lutas pela liberdade de expressão, como fiz com o clipe “Judas”, da artista pop Lady Gaga (aliás, “Edge of Glory”, o sucessor do mesmo entre os singles do novo álbum, causou polêmica, veja só, por não ter causado polêmica nenhuma!). Sem dicas pseudo-intelectuais de contos de papas da ficção científica cuja visão classuda do fim do mundo coube bem ao tema do mês.

Não conheço a rotina de todo o pessoal aqui do blog, mas imagino que uma boa parte de vocês já trabalhe, e uma outra parte continue estudando (no meio desses, num daqueles desenhos de “conjuntos” da matemática do Ensino Médio, os que fazem as duas coisas, pobres coitados). Bom, eu não trabalho. Então o que eu vou dizer aqui vai soar a coisa mais fútil do mundo para muitos de vocês, mas faz parte do que eu tenho observado dentro da minha geração, na minha realidade. Aos 16, 17, 18 anos, nós somos a geração do tédio. Um tédio que talvez faça de nós, também, a geração que mais busca saber das coisas, se aprofundar no que realmente nos interessa e buscar nosso próprio caminho por aí. Além da geração do tédio, somos a geração da nerdice, se é que sou autorizado a usar essa palavra por aqui. Tomo a mim mesmo como exemplo. Talvez você me ache alienado, mas eu não assisto ao Jornal Nacional, e quase tudo da minha consciência de política brasileira não vem do Estado de São Paulo. Vem do CQC. Mas isso é mérito para outra discussão. A questão é: eu nao sei de muita coisa. Mas eu sei muito do que eu tenho vontade de saber.

Talvez seja o bem (alguns diriam, o mal) da globalização, do acesso fácil a informação, da liberdade de expressão e circulação que acontece na Internet. É fácil você se tornar um especialista, com um pouco de curiosidade e uma certa habilidade em lidar com as ferramentes online. Mas ainda é preciso querer. E, observando por aí, estando no Twitter todos os dias e conhecendo gente com quem eu posso discutir tudo o que eu mais gosto e sei (leia-se música, cinema, literatura popular e cultura em geral), e ainda ganhar amigos no processo, eu não tenho mais vergonha de pertencer a minha geração. Dizem que os melhores não estão a frente do seu tempo. Eles estão no tempo certo, e o resto do mundo está um passo atrás.

E que assim seja, por hoje. Pode ser que eu esteja falando um monte de besteiras. Ainda no Lady Antebellum (“When You Got a Good Thing” é a que fecha a produção desse texto, tendo passado por todo o tracklist do segundo álbum da banda, Need You Now, altamente recomendado para os amantes e não-amantes do country). Passada já a primeira hora do domingo. E a segunda-feira, para mim, não vai ser segunda-feira. O doce, doce sabor do tédio.

3 comentários:

  1. Seu universo não é o meu Caio, por isso gosto de te ler.

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  2. Eu, languidamente debruçada em meus 25 anos, aperto os olhos para não perder de vista esse otimismo e alegria gratuita da sua geração e, vez ou outra, troco meu café sem açúcar pela... Qual a bebida da geração de vocês? -pergunta a lagarta à Alice.

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  3. Amei a analogia dos conjuntos que fazem as duas coisas!

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