O quão fundamental é ter esperança, para um ser humano?
Marina Diamandis, mais conhecida como Marina & The Diamonds, canta em certa parte de sua canção “Obsessions”, ainda do primeiro álbum da carreira, o The Family Jewels (o segundo vazou há pelo menos uma semana, recomendadíssimo quem puder procurar):
“Can’t let your cold heart be free when you act like you got an OCD”
O que isso tem a ver com esperança, pergunta o leitor, com todo o direito e razão. Nada. Tem tudo a ver, no entanto, com a perda dela. Ao menos para mim. Congelo o meu coração, o prendo entre grades finas e inescapáveis, porque crio um tipo de proteção, um tipo de casca: ela se chama desconfiança. E a desconfiança se reveste da suposta nobreza da “espera”.
Por quanto tempo estarei esperando, esperando, esperando… Quando começarei a perseguir o que realmente quero? Esperança, apesar da raiz etimológica, não é sentar e esperar. É se levantar e tentar. Mesmo que depois me decepcione. Mesmo que depois meu coração se torne ainda mais congelado. Mesmo que seja chutado mais uma vez.
Eis mais um texto em que eu me perdi e me deixei sangrar. Dizem que eles costumam ser os melhores. Em um ano tão cheio de superlativos, interrogações e reticências, talvez seja melhor mesmo deixar tudo vazar em palavras.
Mas não me sinto completo. Nunca me sentirei. Se me sentisse, em quê teria esperança?
We’ve got obsessions
I want to whipe out all the sad idead that come to me when I am holding you
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