Ela tinha dez aninhos, mas já era uma mulher. Grandona. Cabelos dourados, rosto redondo. Sardas saltavam nas bochechas. Já usava batom e botas com salto. Chamava a atenção na rua. Todo mundo soltava um risinho como se dissesse: que gracinha. A mais bonita, era sempre escolhida para ser a oradora dos eventos da escola. Nas férias, na casa de praia, todo mundo dizia: está uma mocinha, seu Alberto. Os concursos do bairro, ganhava todos. Garota isso, garota aquilo. Os garotos queriam tirar uma casquinha. Os pais dos garotos, queriam o sorvete inteiro, passavam a mão no queixo, na cintura. A estrela sorria sem jeito. Eu não queria que ninguém chegasse perto da minha pequena. Só podia sentar no meu colo. E no colo dos colegas da firma, que eu confio.
"Só podia sentar no meu colo. E no colo dos colegas da firma, que eu confio."
ResponderExcluirexcelente post kkkk ri demais com estas duas últimas frases!
Por estratégia corporativa de sobrevivência, pq não dividir o pão com o colega né!
Maravilhoso o seu texto, maravilhoso mesmo.
ResponderExcluirPutz!!!
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