As coisas
aconteceram, foram acontecendo e assim foram ao longo desses 5 anos. Nos
conhecemos no trabalho , eu ficava num local estratégico no departamento: perto
do bebedouro, quase na cozinha. Devido a um acidente, o botão água gelada ficou
travado, tive que intervir heroicamente para que não houvesse uma inundação e fui recompensado com uma conversa com ela de poucos segundos, que desembocaram em e-mails e telefonemas
noturnos e que enfim no final daquele mês e que era também o final do ano
houvesse o meu pedido de namoro, romanticamente em frente ao oceano e com todo
cuidado possível para que não houve o comprometimento de nenhuma oferenda.
Desde sempre, ela
tinha sobre mim o imediato convite a luxúria e que teimava em não declinar,
mesmo com o desgaste do cotidiano. O seu
cheiro, gosto e a estridência de sua voz, eram perfeitos.
Porém, a mesma
volúpia não era recíproca. Pensei no início que era por conta da sinusite,
depois foi a fase de adaptação da moradia solitária e por último tinha a
certeza que sofrera de algum tumor cerebral dada as suas constates dores de
cabeça. Após a minhas súplicas, havia o
atendimento, contudo, com a mesma burocracia do Detran de São Paulo, com mais
nãos do que sims. Imaginem, nesses 5 anos nunca houve o french way e a forma como ela manipulava o meu instrumento,
economizando o máximo o número de dedos da sua pequena mão, era quase um
ultraje. Humilhado, busquei por algumas vezes ajuda profissional que só
pioravam a minha solidão a dois.
Enfim, fustigado com
essa situação e já decidido em me livrar desse vício, fui acometido de uma
epifania. Isso ocorreu após o almoço de despedida do Tonhão, que estava mudando
de emprego, a mulherada presente na mesa estava exaltando o Grey. Ele era o exemplo
do comedor do século 21, algo como o José Maia de nossa época e que a leitura
do livro aumentaria de forma substancial o repertório sexual de um casal.
Eureca!
Comprei o livro na
padaria perto de casa, tive a mesma
sensação de quando comprei pela primeira vez camisinha na farmácia do bairro, e
na mesma noite dei o livro. Estava tão obcecado pelo salvamento do meu
relacionamento que nem me dei o desfrute de embrulhá-lo para presente. Na entrega, ela
comentou que estava curiosa em lê-lo e iniciou naquela mesma noite. Diariamente
fazia o acompanhamento dessa leitura e a questionava sobre os avanços nessa
tarefas e ela sempre fugia...Até que ontem, recebi uma mensagem de texto com a
seguinte frase:
"Preciso ir
atrás do meu Christian Grey, está tudo acabado entre nós".
kkkkkkkkkkkkkk, desculpa, não pude me conter......mas eu estava torcendo por vc, eu juro.
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