Cada Pingo em Seu "i"
E atendendo ao telefone disse um “Alô” ainda
ofegante:
- Alô! – respondeu ríspido e continuou – Foi você
quem escreveu aquela carta?
- Ah! Fui eu sim... Você não gostou?
- Não, não gostei! Sinceramente, nunca li uma carta
tão sem sentido como aquela! Não havia vírgulas, acentos, pontos ou qualquer
coisa que expressasse algum entusiasmo, uma exclamação talvez. Sequer havia
dois dedos de parágrafo no início de frase, e se por tratar de início, letra
maiúscula era luxo! Aliás, até tentei adivinhar onde ficavam as frases daquele
texto enorme cheio de palavras soltas, mas havia tantos erros de gramática que
não conseguia pontuar tudo aquilo e ver tantas tragédias gráficas passando por
meus olhos. Se aquela carta fosse um espelho, teria se partido com tantas caras
horrorizadas que fiz durante a penosa leitura, que por fim, não fez sentido
algum. Sua capacidade de expressar em palavras qualquer coisa deve ser no
mínimo medíocre. Não sei nem porque eu liguei para você. Não consigo crer que
tive coragem de ligar. Mas, já que estamos aqui, o que você tem a me dizer?
E chorando ao telefone, ainda em soluços, manteve
se em silêncio por um ou dois minutos quando resolveu responder-lhe:
- Todas as vírgulas e pontos que não foram em sua
carta estão aqui. Meu objetivo principal foi fazer com que você me desse uma
chance de entregar-lhe. Creio que minha estratégia funcionou. Pois agora tenho
você ao telefone pedindo todas as acentuações que lhe é de direito, e eu, estou
disposta a entregar-lhe. Com uma única condição: Quero estar ao seu lado quando
começar a distribuir as pontuações, pois só eu sei a hora em que eu tenho que colocar
exclamações na parte do “EU TE AMO”!
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Que porrada esse texto hein [exclamação]
ResponderExcluir"tragédias gráficas" , adorei esse termo, vou aderir
CARAAAALH***!!!
ResponderExcluirhehehe, queria ver a cara do "Prof." de português depois dessa.
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