encontrei nos papéis antigos, intitulado "memorial". fiz força pra lembrar do que se tratava::: não sei se consegui. mas me comoveu. como se não fosse eu. mas era:::
.
.
"Tem nada não. Nonada, como diz Riobaldo. É um sopro: o balanço da
rede, o arrastar do rio, poema lido: imagens tão intensamente vividas que
cheiram à invenção. Todo mundo tem medo disto: do que põe em órbita; o que já
foi, e o que retorna. A vida por vezes parece medo do acontecido, sem lugar
para a chaga: a chaga só se diz no que nunca poderá, nunca deverá ser lido:
memorial = a presença da ausência do que fomos e do que estamos sendo; já
tentei uma e outra vez: mas a menina de lá - do papel - era demasiado desconhecida, a mim, e
aos outros = me levou um e outro amor, e ficou esta - pública: fantasmas às
escondidas; declarações cifradas: pose.
Há os limites impostos: não sei por que resisto: porque não tenho nenhum vício: queria ter. O da coca-cola é muito pouco: queria a loucura do viciado; a do alcoólatra; chafurdar na lama até ser um verme, até ser desacreditada de tudo; e ainda assim me sobrar a doçura; amar a vida inteira as mesmas pessoas, e amar com intensidade tal: aquela. Por que não experimentar o verme? Porque não suportaria". (escrito em outubro de 2006).
Há os limites impostos: não sei por que resisto: porque não tenho nenhum vício: queria ter. O da coca-cola é muito pouco: queria a loucura do viciado; a do alcoólatra; chafurdar na lama até ser um verme, até ser desacreditada de tudo; e ainda assim me sobrar a doçura; amar a vida inteira as mesmas pessoas, e amar com intensidade tal: aquela. Por que não experimentar o verme? Porque não suportaria". (escrito em outubro de 2006).
Nenhum comentário:
Postar um comentário