Há pouco, assisti a um documentário chamado O Amor Após Análise, onde uma senhora que creio ser a psicanalista diz que “o amor não tem futuro”. No mundo onde somos bombardeados com a informação que ‘só o amor constrói’, como é possível acreditar que este amor não tem futuro? Meu espanto foi tamanho que precisei pausar o filme e me preparar para o momento que ela diria que tudo não passava de uma grande mentira e que sim, o amor tem futuro, inclusive para mim.
No consultório desta psicanalista, os pacientes contam sobre seus encontros afetivos e passageiros, sempre seguidos da decepção, de alguma frustração imediata e a frase que já ouvimos e dissemos inúmeras vezes: “Esse daqui não tem futuro!”. Futuro pra quem? do que? E onde? Que futuro é este? É o casamento, o filho, a relação duradoura, a estabilidade? Quantas perguntas precisarei fazer e quantas respostas terei de procurar para descobrir que aquele fulano, com quem saí uma única vez, não tem futuro?
“O amor não tem futuro porque é dito no presente. Não é o amor do passado que virou lembrança, tampouco o amor que pode vir a acontecer no futuro que desconhecemos”.
Finalmente, encontro a frase que me faz respirar um pouco mais aliviada, embora assustada com a desmistificação do amor. Ele que é amplo e sem fronteiras. Já reparou que somos nós quem o limitamos? Não se pode amar por uma noite, por uma semana, com mais de uma pessoa, nem de maneira inusitada. São em situações como esta, quando deparo-me frente a frente com as marcações que coloco em cima do amor que lembro da canção de Marisa Monte e Nando Reis, gravada pelo Cidade Negra: “Amor que não se pede, amor que não se mede, que não se repete“.
E se o amor chegar em algum momento inconveniente, não se preocupe. De amanhã não passa, ele não tem futuro.
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