sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Recebi um poema


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Recebi um poema!

Estava andando na rua perto de casa quando o recebi. 
Um rapaz magro, de óculos e calças engraçadas foi quem me deu. Nunca o vi na vida, ele não me conhecia.
Não perguntou meu nome, também não perguntei o dele.
Me deu uma folhinha rosa, enrolada e presa por uma fita. Coisa mimosa. Gesto simpático.
Dei um sorriso, agradeci, e fui atravessando a rua enquanto analisava a fita, já pensando se o nó era fácil ou difícil de desatar. 
Consegui soltar o nó antes de entrar no prédio. Consegui ler o poema no elevador.
Li novamente ao chegar em casa. Fiquei pensativa. 
Achei bonito. Falava sobre a beleza de envelhecer.
Gostei do poema, mas gostei mais ainda de ter recebido o poema, pois recebi um poema, e isso não acontece todo dia.
Recebi um poema de um estranho na rua e isso nunca me aconteceu antes - e nem sei se voltará a acontecer.
Era sobre o envelhecimento, mas poderia ser sobre a juventude. Ou sobre amor, ou sobre dor, ou sobre qualquer outra coisa. 
Mas era sobre a vida, sobre generosidade.
Uma delicadeza que a tão caótica e problemática cidade de São Paulo trouxe para mim. Um presente para tornar minha vida mais agradável.

Segue o poema:


9 comentários:

  1. Felipe Lários (dia 22)9 de janeiro de 2015 às 17:07

    E seu post acabou de tornar minha tarde mais agradável :)

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  2. Aliás, toda diferença ler com a música, hein? Gosto de suas indicações ;)

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  3. Se alguém me der esse poema vou achar que estão me chamando de velho... não que eu não seja, mas tudo bem :P

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  4. Pois é, Ale... hahahahaha
    Mas saber envelhecer é uma das coisas mais bonitas que tem.

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  5. Felipe Lários (dia 22)12 de janeiro de 2015 às 14:26

    "A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer" (ANTUNES, Arnaldo)

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  6. Pelo gesto que vc descreveu no seu texto Japinha, que sou mais Tom Zé do que Crioulo para falar de São Paulo. Não quero entrar na coisa de um ser melhor que o outro e tal. Não se trata disso e sim de frases de músicas dos dois. Crioulo fala que "não existe amor em SP", Tom Zé no diz que "São oito milhões de habitantes... e amando com todo o ódio, se odeiam com todo amor"!!! No mais, salve Tom Zé, salve Criolo... E salve a Japinha que ganha poemas nas ruas de São Paulo.

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    1. E salve Thiago, que tá sempre marcando presença aqui no blog!
      Obrigada!! :*

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