E o dia 18, como fiel companheiro, novamente aparece no calendário trazendo consigo, um dia lindo de céu muito azul e de cores tão vibrantes que me faz sentir a vida de cada átomo que cruza meu caminho. Trouxe tristezas, esquecimentos, deveres, lágrimas, sorrisos e momentos que podem ou não ser esquecidos por minha seletiva memória. Memória essa que só eu sei que existe, que conhece cada singularidade desses pensamentos, tão particular que se encontra arquivada nos meus poucos neurônios que talvez me criaram e me permitiram criar meu mundo e que nele existo e faço outros existirem também. E é bom saber que nas memórias de outros eu existo e provavelmente existirei por mais alguns longos anos... Quem sabe até séculos? Se tiver sorte.
De quantos dias 18 eu me recordarei? Quantos dias 18 serão tão importantes para que fiquem registrados fervorosamente em minha memória? Qual critério usarei para julgar a importância de recordá-los? Haverá tantos dias 18 numa vida terráquea tão rápida e tênue?
Será que as decepções e ilusões desse dia serão esquecidas? Será que é importante relembrá-las? Será que alguém lembrou de mim nesse dia? E de quem eu lembrei? Decerto, daqueles que todo dia me lembro. E o que seria de nós sem as memórias? O que seria de nossa vida sem ninguém para recordá-la? Que pena saber que uma vida ficaria esquecida no espaço-tempo pelo resto da vida de outros. Como é angustiante pensar que a energia vital de minha memória é a minha vida e que a minha vida não existiria sem minhas memórias. E por quanto tempo continuarei viva nas memórias de outros depois que morrer? E se eles me esquecerem? A minha passagem por aqui apenas ficará perdida num espaço-tempo qualquer?
A única coisa que talvez possa afirmar é que os dias 18, como companheiros fiéis, sempre voltarão e que se eu sou passageira, eles não.
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