terça-feira, 29 de março de 2016

fraca

Magra, pálida, lenta.
Assim me sinto e é desse jeito que estou.
Resultado de uma semana com três dias de internação e outros quatro de repouso.
Agora tentando recuperar o que gastei naqueles cinco dias com dor, febre, vômito e ausência total de apetite.
Pra quem pesava 64 kg e estava perdendo as roupas, emagrecer até que não foi tão péssimo, o duro é se continuar ficarei como aquelas mortiças.
Logo eu que sou draga, comia até pedra temperada.
Ironia danada foi justamente às pedrinhas que me deixaram assim...
Ainda digerindo esta semana e acontecimentos.
Dá uma vontade enorme de chorar as pitangas desta semana.
Descer a lenha.
Não desço.
Resta repouso.  
Conversa com ela.
Porque sim, mesmo com 35 anos sou a filhinha da mainha.
 E poderia ter 70 e ela 90 ainda seria assim: filhinha da mamãe.
Quando o sofrimento e dificuldade se revelam muito cedo a gente aprende a contar as dificuldades e ver quem é quem na sua história.
Eu conto com ela, não somos perfeitas, somos mãe e filha e amigas.
A vida lapidou esta afinidade em meio ao caos.
Somos pau para toda obra independente do tempo e do lugar.
Então ela se vai, mas liga de manhã, de tarde e de noite.
Então não tem outra coisa a fazer senão ver tevê.
Muitos filmes, vários filmes.
E de repente veja tem até especial da Lava Jato.
 A enorme preocupação da “emissora-partido-político” em revelar como a vida pessoal dos integrantes desta operação foi transformada, no quanto o juiz é discreto e outros adendos curiosos que tenho preguiça de lembrar.
Comparação com operação “Mãos Limpas”.
E óbvio brasileiro patriota e obcecado com a corrupção não gosta de ser ele mesmo, tem que se comparar com europeus ou americanos, fica mais bonito né não.
De repente, atentados.
Terrorismo que imobiliza, acua e deixa-nos mais servos.
Não agora, mas no futuro. É quase certo.
Palavra de ordem e progresso: impeachment, hipóteses e sede pelo poder.
Seja como for, vai ter luta.
 Principalmente para quem acessa qualquer serviço público do Estado e vê que corrupção feia, desprezível, combatível e punitiva é para os outros!
Quando a corrupção for perto de mim ou for minha disfarço de acesso ao direito.
Direito acessado através de um conhecido, ou de um amigo que conhece outro amigo, ou vizinho de um amigo ou meu amigo desde infância.
Para quem não nasceu com a “rede” formada e tem cara de pobre, o convívio com todos os níveis de corrupção que nos empobrece, adoece e entristece é dia a dia.
Ou aquela corrupção que sobrecarrega o próximo - colega de trabalho - porque não quero me desgastar quero mostrar como sou bom, meu status no avental e meu perfume importado.
Também mostrar autoridade para os pobres coitados que atender: chama segurança, aquela não atendo então enrolo/não faço deixa para o próximo plantão.
Por isso não tem nexo levantar bandeira contra, somos violados e violentados pela estrutura corrompida.
Lembrança é assim, seja agora ou daqui anos, nem agulha passa batido.
E vem o cansaço, sono.
Mais febre e vômito.
Passou, chega o sol.
Chega domingo.
Mais de uma semana sem música.
Melhorando, assim, aos poucos.
Volto, dia curto com elas, mesmo fraca foi.
Segue mais outro dia -  hoje - ainda bem, bom. 
Então vêm as hipóteses:
No caso de confirmação do Impeachment: vai ter luta.
Num possível rompimento de alianças: vai ter luta.
Em caso de veto do Impeachment: vai ter luta.
Todo congresso nacional seja deposto (dificílimo) dos cargos: vai ter luta.
No término da Lava Jato: vai ter luta:
Na ascensão da direita ultraconservadora: vai ter luta.
Na continuidade da crise e aumento do desemprego: vai ter luta.
Por que luto é mesmo um verbo.
Vivenciado todos os dias da existência.
Seja com ou sem fraqueza.

Luto.

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