Dia de aniversário do clube de
coração, do meu clube há 36 anos e do dela também, desde quando já a percebia
tentando estar do meu lado na sala, acompanhando aquele time que normalmente
veste verde, mas naquela noite vestia azul e foi difícil explicar o porque. Dia
especial, saí para comprar o primeiro ingresso da pequena, missão difícil com a
nova realidade dos torcedores sócios nas modernas arenas, mesmo o jogo sendo na
semana seguinte. Mas pro torcedor “comum”, ingressos só daqui alguns dias.
Frustrado? Não. Estava eu na rua do
nosso estádio, que hoje leva o nome de fundação do nosso clube de coração, no
aniversário dele. Aquele dia seria especial ainda...
Lembrei dela entrando algumas vezes
em lojas nos shoppings, com seus 5 anos, querendo ver se tinha algum vestido
verde do seu time, mas com todas as tentativas em vão. Quando lembrei disso, entrei
na maior loja da rua e perguntei se tinham este vestido, a moça disse que para
essa idade não tinha mais, que minha menina já estava grande e merecendo uma
camisa. Sabe, a moça da loja tinha razão! Me veio à mente a camisa que meu pai
mandou fazer para mim nos meus primeiros anos de vida, com meu nome e o número
10 as costas e que tenho guardada como histórica até hoje.
- Moça, vê aquela verde, mas pode por
o nome dela e o número 10 as costas?
- Claro, ela respondeu.
Saí da loja ainda sem o ingresso para
o primeiro jogo dela, mas tendo em mãos a camisa 10 que iria manter uma
tradição de pai pra filho(a).
Andei pela “nossa” rua olhando tudo
em volta, muitos preparando as festividades do aniversário do clube que iriam
acontecer logo mais à noite, lembrando das vezes que vim com meu pai aos jogos,
dos pré jogos com os amigos já adulto, das inúmeras histórias de quando eu
ainda nem era nascido, mas que soube pelo meu pai. Lembrei também que neste
aniversário do clube, no dia que comprei essa eterna camisa 10 para minha
filha, fazia também 1 ano em que a vida me tentou derrubar mas que me fez “cair
pra cima”. Sentimentos que me fizeram sentir como se eu estivesse comemorando
mais um campeonato naquela rua. Hoje estamos morando perto da nossa “casa”,
então pude voltar rapidamente para o lar, pois logo ela chegaria da escola e eu
tinha em mãos um presente especial para ela e pra mim também.
Não é só futebol! Nossas vidas possuem
grandes e pequenas vitórias e derrotas, mas principalmente, também fazemos
histórias. Hoje eu sou um campeão da felicidade pelas coisas simples.
“O Futebol é a coisa mais importante
entre as menos importantes.” (Arrigo Sacchi)
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