Ela passava por um bloqueio criativo. Escrevia, apagava e pensava “que texto mais sem paixão”. Pegou um café, afinal, café tem aroma de inspiração. Colocou uma música
e esperou. O tempo ia passando e seus dedos não percorriam o teclado com veemência.
O café trazia calor não apenas para seus lábios, levemente pintados de vermelho, ele aquecia sua alma. A melodia da música começou a levar seus pensamentos para longe. “Quantas memórias cabem em uma música?”, pensou enquanto revivia pela poesia.
“3 de outubro de 2016
Na ressaca pós-eleições, a capital paulista faz jus ao seu
apelido nessa tarde fria e nublada. Andando pelo pelo centro da cidade, hoje mais
cinzento que o normal, a chuva é um convite para andar mais rápido.
O cinza do chão reflete no céu. Existe poesia no concreto, existe amor em 'essepê'...”.
Parou de escrever para tomar o último gole de café. Olhou pela janela, estava anoitecendo. Decidiu desligar tudo para apreciar o fim da segunda-feira, com esperança de que a terça seja menos cinzenta...
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