Década de 80: Segunda-feira de carnaval do ano de 1980, já nasci sem pressa de viver, pra viver melhor. Demorei mais dias do que o normal pra chegar e, segundo a minha mãe, cheguei sem chorar, simbolismo irônico do que seria a minha vida até aqui. Cheguei a esse mundo no hospital que levava e ainda leva o nome da minha cidade, São Bernardo, no ABC Paulista, que além do meu berço também já era berço de lutas que se espalharam pelo país. Década em que todos estavam aprendendo a andar com as próprias pernas, inclusive eu.
Década de 90: O ano de 1991, talvez o melhor ano da música, o ano que me fez pular do sofá ouvindo o que mudaria minha vida fazendo disso aquilo que eu quisesse, o Rock era a voz do menino tímido e fechado que estocaria seu arsenal de ideias e ideais para que quando tudo explodisse, ele pudesse tentar mudar o mundo mudando as pessoas a quem lhe ouvisse. O mesmo ano de 1991 também foi o pior, me tirou várias pessoas que eu amava e praticamente de uma vez só, pessoas que me moldaram a ser o que sou hoje, o menino de 11 anos já perdia grandes referências de sua criação. Nasceu o grunge no começo da década, meu maior amigo em anos, pois eu me fecharia ainda mais. Acabou o ginásio, veio o colegial técnico no coração da indústria nacional até então, veio a explosão de fúria e rebeldia contida na segunda metade da década, junto com o auge da adolescência.
os Anos 2000: o começo da década foi baseada no alternativo e underground sendo minha alternativa pra viver e curtir a vida. Trabalhar, viver, tocar a música pra tocar a vida, e curtir. Urbano Cia era a banda, a nossa gangue que ensaiava de dia e andava pela noite paulistana. Metade da década se foi, mas logo no começo da outra metade veio a paz em forma de pessoa pra cuidar de mim e me tornar alguém melhor, a paz no coração que faltava.
Anos 10: No meu aniversário de 30, a grande notícia e talvez o melhor presente de todos que já tive: Serei pai, do bebê que viria a se tornar minha princesa punk. O DNA do ano de 1980 no ABC estaria nela. Mas na metade dessa década, grandes mudanças pessoais e profissionais e ela veio junto a nós para São Paulo, no bairro em que a mãe dela cresceu, onde surgiu o movimento punk na cidade de São Paulo. Ou seja, numa grande mudança de vida, mas no final das contas estamos todos em casa e sempre carregando as raízes para onde vamos.
Em todos os aniversários eu passo o dia lembrando e pensando na vida, nos que foram, nos que estão e onde estão aqueles que se foram. Justamente hoje não sera diferente... Memórias, história, raízes, esperança e fé no futuro… é a vida, mais um ano de jornada e uma página em branco para futuras memórias.
Obrigado pela leitura, obrigado por fazer parte desse livro!
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