Dia 3: Eu nunca vi grande mérito nessa festa criada por bicheiros. Às vezes os amigos conseguem me convencer, mas dessa vez tô disposto a ficar em casa. A menos que o Juvenal apareça, com ele é sempre diversão garantida.
Dia 4: O Juve tá na área! Improvisei uma fantasia e bora pra festa!
Dia 8: A extensão do evento por mais uma semana foi uma excelente ideia. Não sei como as empresas aceitaram, mas quanto mais feriado, mais folia. Perdi as contas de quantas pessoas beijei e meus pés doem, mas vamo que vamo!
Dia 12: Desisti das ruas. Estou curtindo pela televisão e paro na varanda para cumprimentar os entusiasmados que passam. Fico desidratado só de olhar, mas admiro muito o pique desse pessoal. Quando acabar eles vão achar difícil voltar ao normal.
Dia 20: Começo a achar que é uma pegadinha. Várias empresas tentaram voltar a abrir, mas houve saques, destruição e confusão em muitas delas. Apenas supermercados, lojas de conveniência e vendedores de rua parecem estar prosperando.
Dia 26: A tempestade de poeira brilhante ainda não parou. Tudo que eu tenho parece estar coberto de glitter, e nada mais é sagrado. Sons repetitivos martelam minha cabeça e eu às vezes não consigo controlar meu corpo. O ponto da fadiga se foi há muito tempo. Eu não sei mais o que é real.
Dia 35:
Tentei escrever sem rima
Não funcionou, bora pra cima
A feeeeeeesta continuaaaaaa
Larga o papel, e bora pra ruaaaaaa!
Tentei escrever sem rima
Não funcionou, bora pra cima
A feeeeeeesta continuaaaaaa
Larga o papel, e bora pra ruaaaaaa!
Dia 62: O corpo do vovô não pode mais…
O número de falecidos no evento ainda não foi contabilizado, mas há indícios de que o culpado foi um folião que, ao ver uma estrela cadente, pediu que “ O evento nunca acabasse”
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