Na
história da humanidade quem vem primeiro a escrita ou números? Diante da
sobrevivência e organização será que foram os números? Aprendemos a contar e
depois a escrever ou escrever e depois contar?
Será que
antes da escrita e dos números está a convivência? Quisera ter o tempo e
condições objetivas para estudar todas as dúvidas que surgem.
Na
organização de sociedade e estado parece que escrita e números são essenciais e
aliados permanentes. Mas tenho a ligeira impressão de que os números importam
mais.
Na
construção de políticas públicas quem determina a existência delas são os
números, mais específica do orçamento público, se cabe ou se é possível conter
no orçamento, ainda que os números revelem que milhares e/ou milhões de pessoas
dependem destas ações e políticas.
O
congelamento de gastos públicos por 20 anos demonstram que algumas áreas do
estado são consideradas estáticas e por isso não devem ser alteradas no que diz
respeito a investimento perante o interesse e respeito à bolsa de valores de
mega empresários. Ainda mais de bancos e financeiras.
Os números
indicam quando são mais importantes para os interesses hegemônicos. O eterno
presidente interino Temer governa com 4% a 8% de aprovação, puro golpe sabemos
disso. E posso estar sendo generosa ao cita de 4% a 8% porque posso estar desatualizada, às vezes é 2% e não sabemos.
Mais é
incrível notar a influencia dos números neste exato contexto de pós golpe e/ou
concretização do plano político de extrema direita.
Atual
presidente interino governa com 4% a 8% de aprovação um país com extensão territorial de um
continente. Quando comparamos os 4% a 8% do interino com os candidatos a presidência
o cenário se torna desolador.
Guilherme
Boulos o candidato mais jovem com 1% de intenção de voto pelo PSOL não
participou do debate da emissora com enorme contingente (milhares e milhões) de
telespectadores por ter apenas 1%.
Lula
candidato experiente com 35% de intenção de voto pelo PT não pode
participar das eleições ou pronunciar porque está preso pela justiça da
republica curitibana que alega acusação sem apresentação de provas.
Guilherme
Boulos com 1% de votos e Lula com 35% ou quase metade da intenção de votos
dentre os votantes estão restritos na participação do debate pela simples
vontade hegemônica de interesses econômicos.
Essa
comparação apenas demonstra a momento de vivência com referencias ainda no
golpe de 2015. De que forma um presidente interino com carreira política
centenária com 4% a 8% de aprovação tem mais legitimidade do que candidato
mais jovem e sem experiência com 1% bem como candidato com experiência e carreira política com 35% de intenção de votos. Democrático? Não. Democracia? Talvez. Golpe. Deixo para pensar.
Os demais
candidatos acima de 1% na intenção de votos parecem mais aptos a serem ouvidos
por quem tem interesse no orçamento público.
Neste
bonde tem Ciro e Marina, ambos com representação razoável de intenção de votos,
mas que se comparada com Lula os dois juntos não representam os 35% de
intenção de votos.
Até o
momento assisti apenas um debate pelo único canal que disponibilizou por
internet porque não tenho televisão.
Já
observando os candidatos neste debate nota-se de que explorar os números pode
ser estratégia que demarca quais são as prioridades de governo, demonstra algum
compromisso e ajuda na compreensão sobre o golpe. Também possibilita o debate
sobre a dívida pública, desemprego e retrocesso no social e consequentemente no
pouquíssimo bem estar que tínhamos.
Neste
debate fiquei desconsertada com discurso do candidato com representação
religiosa e que não lembro da intenção de voto e outro com 20% de intenção de
votos que odeia as minorias que são maiorias votantes: mulheres, negros/negras
e LGBT.
Hoje com a
informação de que o candidato da extrema direita favorável ao empresariado e
todo poder econômico, aliado ao fascismo e toda má sorte com discriminatórios compareceu
a emissora mais popular do país e deixou-me estarrecida ao saber.
O
candidato de 20% que não tenho apreço algum em citar o nome é uma caricatura furreca
do atual presidente dos states. Esta caricatura tem aversão aos direitos
humanos, liberdade de expressão e entendimento mais que equivocado de que todos
problemas resolvem-se com armas e armamento, mais prisões e mortes e não importa de qual lado.
A
caricatura do fascismo com 20% de intenção de votos além do discurso
tendencioso ao ódio, intolerância, racismo, misoginia, homofobia, senso comum,
tem ausência quase que total na menção de números, orçamento público, política
pública e social e principalmente em dizer quais são as prioridades de governo.
Discursos
com números são interessantes para demonstrar realizações e intenções:
1º para
quem fez algo, o Lula com 35% de votos pelo PT com certeza e sem dúvidas usaria
para demonstrar o que fez durante o governo;
2º para
quem pretende fazer algo demonstrando compromisso, Guilherme Boulos com
1% pelo PSOL;
3º para
quem promete mas não faz, ex prefeito de SP por menos de dois anos e colega do
candidato a presidência 20 anos como governador de SP são exemplos contundentes.
Mas onde
está o lugar do candidato com caricatura do fascismo e 20% de intenção de
votos? Está na rede social, considerando que organização deste espaço se dá
pela quantidade de vezes em que o tema, assunto e pessoa estão sendo citado,
ele deve estar em primeiro lugar. Os números não têm filtros, infelizmente.
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