quinta-feira, 30 de agosto de 2018

entre os números e caricatura do fascismo

Na história da humanidade quem vem primeiro a escrita ou números? Diante da sobrevivência e organização será que foram os números? Aprendemos a contar e depois a escrever ou escrever e depois contar?

Será que antes da escrita e dos números está a convivência? Quisera ter o tempo e condições objetivas para estudar todas as dúvidas que surgem.

Na organização de sociedade e estado parece que escrita e números são essenciais e aliados permanentes. Mas tenho a ligeira impressão de que os números importam mais.

Na construção de políticas públicas quem determina a existência delas são os números, mais específica do orçamento público, se cabe ou se é possível conter no orçamento, ainda que os números revelem que milhares e/ou milhões de pessoas dependem destas ações e políticas.

O congelamento de gastos públicos por 20 anos demonstram que algumas áreas do estado são consideradas estáticas e por isso não devem ser alteradas no que diz respeito a investimento perante o interesse e respeito à bolsa de valores de mega empresários. Ainda mais de bancos e financeiras.

Os números indicam quando são mais importantes para os interesses hegemônicos. O eterno presidente interino Temer governa com 4% a 8% de aprovação, puro golpe sabemos disso. E posso estar sendo generosa ao cita de 4% a 8% porque posso estar desatualizada, às vezes é 2%  e não sabemos.

Mais é incrível notar a influencia dos números neste exato contexto de pós golpe e/ou concretização do plano político de extrema direita.

Atual presidente interino governa com 4% a 8% de aprovação um país com extensão territorial de um continente. Quando comparamos os 4% a 8% do interino com os candidatos a presidência o cenário se torna desolador.

Guilherme Boulos o candidato mais jovem com 1% de intenção de voto pelo PSOL não participou do debate da emissora com enorme contingente (milhares e milhões) de telespectadores por ter apenas 1%.

Lula candidato experiente com 35% de intenção de voto pelo PT não pode participar das eleições ou pronunciar porque está preso pela justiça da republica curitibana que alega acusação sem apresentação de provas.

Guilherme Boulos com 1% de votos e Lula com 35% ou quase metade da intenção de votos dentre os votantes estão restritos na participação do debate pela simples vontade hegemônica de interesses econômicos.

Essa comparação apenas demonstra a momento de vivência com referencias ainda no golpe de 2015. De que forma um presidente interino com carreira política centenária com 4% a 8% de aprovação tem mais legitimidade do que candidato mais jovem e sem experiência com 1% bem como candidato com experiência e carreira política com 35% de intenção de votos. Democrático? Não. Democracia? Talvez. Golpe. Deixo para pensar.

Os demais candidatos acima de 1% na intenção de votos parecem mais aptos a serem  ouvidos por quem tem interesse no orçamento público.

Neste bonde tem Ciro e Marina, ambos com representação razoável de intenção de votos, mas que se comparada com Lula os dois juntos não representam os 35% de intenção de votos.
                           
Até o momento assisti apenas um debate pelo único canal que disponibilizou por internet porque não tenho televisão.

Já observando os candidatos neste debate nota-se de que explorar os números pode ser estratégia que demarca quais são as prioridades de governo, demonstra algum compromisso e ajuda na compreensão sobre o golpe. Também possibilita o debate sobre a dívida pública, desemprego e retrocesso no social e consequentemente no pouquíssimo bem estar que tínhamos.

Neste debate fiquei desconsertada com discurso do candidato com representação religiosa e que não lembro da intenção de voto e outro com 20% de intenção de votos que odeia as minorias que são maiorias votantes: mulheres, negros/negras e LGBT.

Hoje com a informação de que o candidato da extrema direita favorável ao empresariado e todo poder econômico, aliado ao fascismo e toda má sorte com discriminatórios compareceu a emissora mais popular do país e deixou-me estarrecida ao saber.

O candidato de 20% que não tenho apreço algum em citar o nome é uma caricatura furreca do atual presidente dos states.  Esta caricatura tem aversão aos direitos humanos, liberdade de expressão e entendimento mais que equivocado de que todos problemas resolvem-se com armas e armamento, mais prisões e mortes e não importa de qual lado.

A caricatura do fascismo com 20% de intenção de votos além do discurso tendencioso ao ódio, intolerância, racismo, misoginia, homofobia, senso comum, tem ausência quase que total na menção de números, orçamento público, política pública e social e principalmente em dizer quais são as prioridades de governo.

Discursos com números são interessantes para demonstrar realizações e intenções:
1º para quem fez algo, o Lula com 35% de votos pelo PT com certeza e sem dúvidas usaria para demonstrar o que fez durante o governo;
2º para quem pretende fazer algo demonstrando compromisso,  Guilherme Boulos com 1% pelo PSOL;
3º para quem promete mas não faz, ex prefeito de SP por menos de dois anos e colega do candidato a presidência 20 anos como governador de SP são exemplos contundentes.


Mas onde está o lugar do candidato com caricatura do fascismo e 20% de intenção de votos? Está na rede social, considerando que organização deste espaço se dá pela quantidade de vezes em que o tema, assunto e pessoa estão sendo citado, ele deve estar em primeiro lugar. Os números não têm filtros, infelizmente.

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