Alguém fez um comentário um tempo atrás sobre o governo miliciano e sobre
a forma política como o presidente e os filhos milicianos conduzem a g-jestão governamental.
Segundo o comentário do político com muita experiência em São Paulo e candidato
à presidência algumas vezes, a política (das milícias) do atual governo não
tinha nada de parecido com a “ velha política “.
A justificativa dada foi de que não se tratava de "velha política" porque simplesmente não havia troca e, portanto, não
tinha característica de "velha política".
A partir deste comentário foi possível deduzir o quanto os políticos
carreiristas mantem o hábito de subestimar a análise e/ou leitura popular da
realidade na qual estão inseridos.
A velha política e/ou balcão de negócios destina-se a negociar as emendas,
orçamento público, estatais e recursos naturais em troca de financiamento de
seus partidos políticos e aliados, empresas privadas normalmente familiares e
apoio para aprovar projetos de leis dos quais o mantenham no poder.
A leitura de todos os projetos de lei e ações do governo miliciano
nestes quatro meses que se passaram foram basicamente ações de cunho
alicerçados na velha política.
A ida do presidente aos states demonstra perfeitamente a forma
miliciana com viés ultraconservador, militar e de velha política baseada no
balcão de negócios em nível internacional.
A intenção de privatizar a principal empresa estatal e referência
mundial de extração de petróleo com anúncios constantes de que o país está aberto
ao capital de investidores estrangeiros demonstra não só a velha política, mas
uma disposição enorme de manutenção de velhos acordos.
A privatização de aeroportos e pouco que resta de empresas estatais e
recursos naturais demonstram a indisposição para não citar a incapacidade de
gerir algo que não se pode controlar ao assumir cargos políticos seja como presidente, governador e/ou prefeito.
A proposta de reforma trabalhista já aprovada e das quais já
sentimos os efeitos e atual reforma da previdenciária com mais de 100 milhões de pessoas
inseridas sendo contribuintes e/ou beneficiárias demonstram a vazão de velhos
conceitos políticos e ações baseadas em trocas. Daí cabe aos experientes no exercício do ato explicar a população o que é de fato a política e de como ela serve mais aos ricos do que aos pobres (aqui nos pobres está inserida a classe média em todos os níveis).
A menor manifestação e reivindicação de direitos é justificada por
todos os níveis da esfera governamental naquela frase – depende do orçamento/da
verba pública – o que talvez seja a premissa mais do que constatada de que quem
controla o estado e as decisões econômicas são de fato aqueles poucos que detém o dinheiro.
Assim, então para que serve-nos o estado? Não é através do estado que as
relações de poder e relações econômicas são mediadas?
A quem diga com registro de historiadores, filósofos, sociólogos de
que se não fossem as parcas mediações com advento democrático através de políticas
sociais e públicas que caem em gotas para a redução das desigualdades de que os pobres
travariam constantes guerras civis em praça pública a ponto de aniquilar governadores
e quaisquer “ senhores” com poder e dinheiro. A guerra nos serve? Não, mas se o povo for duramente açoitado com a pobreza se está suscetível ao enfrentamento.
A perguntar que não cala é o que impede nós os pobres de rebelar-se
contra decisões arbitrarias, injustas, desiguais e impopulares?
A formação do estado moderno e/ou democrático está estritamente
alinhado a mediação das políticas econômicas e segurança pública em caso de
falha está o exército para manutenção da ordem ainda que provenha a época colonial. Tanto na segurança e exército diga-se é de conhecimento desde a função, articulação e
tramitação em muitas esferas do atual presidente.
A educação militar nas instituições e quarteis quiçá fora dela serve
de manutenção da ordem inclusive em locais dos quais a violência ocorre por
variações complexas, motivações econômicas e fatores sociais, sendo uma justificativa maior a presença militar em escolas, universidades e instituições de serviços básicos para disciplina de questionamentos e mobilizações. Militarizar a vida
não é uma reivindicação recente, mas usual da velha política.
As políticas sociais e públicas baseadas no conta gotas, que funciona
perfeitamente no balcão de negócios até os dias atuais e neste governo está na
formula de retirar o que tínhamos para indicar como éramos felizes e não sabíamos
ao retirar direitos básicos e participação social são ações genuinamente da velha política.
A outra forma da velha política em nível internacional é fazer
declarações ofensivas de cunho moral, religioso, preconceituoso e escandaloso
ao mesmo instante em que promove o erámos felizes e não sabíamos com redução gradativa de
direitos enquanto negocia emendas, estatais e recursos naturais com promessa de
países desenvolvidos acima de todos, afinal quem é muito rico precisa
sobreviver as consequências de reestruturação do capital e mudanças climáticas
em níveis estratosféricos dos quais estamos à mercê.
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