O rei invisível
coroado até no nome
Sem proferir uma palavra
Fez o mundo todo parar.
o Outro que não é alheio
Já que tudo o que faz por ele
Atinge também a mim
Porque tudo se conecta
Se contagia
Tudo é viral.
Parar para ver o Outro
O Outro a quem sem demora
Se amará mais e agora,
pois a firme garantia no Depois
é coisa que ficou no Antes.
Parar para ver o Outro
O Outro a quem não se via
Os subnotificados
do dia a dia
mascarados de cara limpa
Sem home, mas com fome,
Sem office, mas com óbice.
Parar para ver o Outro
o Outro que também sou eu.
(...)
E já não há retorno
É um caminho sem volta
Para uma nova forma de olhar.
Para uma nova forma de ser.
(...)
O rei invisível
coroado até no nome
Fez o mundo ver,
enfim,
Que sem o Outro
Será o fim.
Esse poema poderia muito bem ser escolhido como o retrato do Brasil 2020... triste, mas real.
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