sexta-feira, 2 de abril de 2021

Neste ser/estar desconexo tempo/espaço.

Silêncio.

No Brasil, mais de 300.000 famílias enlutadas.

Um minuto de silêncio, por amor, respeito e solidariedade.

Ideal mesmo seria mais de  300.000 minutos de silêncio.

No mundo mais de 2.700.000 famílias enlutadas.

Pelo menos até hoje, dia 26.3.2021,

quando escrevo este post.

Mais de 2.700.000 minutos de silêncio seria o  ideal.

 

Os números só servem para contar, eu sei.

para tentar impressionar quem ainda 

não se importa com cada uma das vítimas

desse inimigo, que mata mais do que guerras,

furacões, maremotos, terremotos 

e ataques terroristas.

 

Silêncio.

O soluço da dor ecoa pelo mundo.

Não há nada que possamos dizer.

A não ser calar.

A não ser abraçar.

Mesmo que virtualmente.

Na intenção de apenas ouvi-las chorar.

Na intenção de mostrar que não estão sozinhas.

 

Ruas deveriam estar vazias,

em nome dos cemitérios cheios.

Vidas repensadas rapidamente,

diante do egoísmo governante global.

Certezas desconstruídas,

diante da construção de discursos alienantes. 

No silêncio, além de choros, podemos ouvir

as vozes dos narcisos.


Quanto a mim?

Continuo escrevendo...

Mais do que nunca... em silêncio.

Tempo reservado para os jornais. 

Apenas alguns... escolhidos cuidadosamente.

Tempo reservado para quem amo

e para quem ainda vou amar. 

Renovar.

Afinal, as pessoas que mais amei já 

não estão mais aqui/agora comigo

neste ser/estar desconexo tempo/espaço.

Elas deixaram de ser/estar, antes da pandemia.

Fontes de inspiração.

Por elas, continuo escrevendo.

Por quem chora, continuo escrevendo.

Mais do que nunca 

em silêncio.

Apenas ouvindo e escrevendo.

Por Elisabeth Guimarães

 

 

 

 


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