Saí do interior e vim para a LOUCURA (em caixa alta mesmo) de uma capital para suprimir uma timidez que me incomoda; e para que essa vinda sirva de fitinha amarrada no dedo, para sempre me lembrar que o mundo é muito mais do que aquilo que eu vivo e vejo todos os dias.
Sou confrontado a toda hora, pelo diferente, pelos contrastes, pelo feio, pelo exuberante, pelos cheiros e principalmente pela loucura. Mas quem pode definir o que é normalidade? E é por essa normalidade, do meu interior, tão cheia de regras antagônicas de bem e mal e de bom ou ruim e excludente de todo o restante, rico restante, que tento fugir dessas visões pudicas, arraigadas em mim.
Conviver com pessoas tão diferentes e num lugar diferente, tem me feito pensar muito no valor que damos aos convencionalismos e como nossa (ou melhor, a minha) visão ainda foi treinada para se chocar com o diferente e um choque nem sempre positivo.
Recentemente vi o “A pele que habito” do Almodóvar e achei o filme muito bom, diferente dos outros que já tinha visto dele e com uma história fantástica; e acho que foi pelo choque. Ao falar sobre isso, não pude deixar de lembra de um curta que vi há um tempo, também do Almodóvar, que acho o texto hilário e fantástico ao mesmo tempo. Já nas primeiras frases da vereadora antropófoga:
“Estou farta de tudo… dos homens, das dietas, do colágeno, da lipoaspiração, da política… de tudo, menos de sexo.”
Quero, no próximo ano, ainda estar farto dos lugares comuns e das fórmulas ultrapassadas; me chocar cada vez menos com aquilo é diferente do que está dentro de mim.
Ps. A qualidade está ruim, mas o vídeo vale à pena.
Perfeito. Também quero.
ResponderExcluirGostei muito do curta.
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