O silêncio no subterrâneo da pele é o silêncio da madrugada.
Das 2:30 às 3:15 da manhã nem os pássaros cantam.
E é tão surpreendente o não buzinar dos carros que me assusto e acordo.
Os meu ouvidos acordam primeiro, imagino. Depois quem desperta é o meu coração, batendo de uma maneira desconfortável. Logo depois meus dois olhos abrem-se de uma só vez e, como a luz do poste nunca dorme no escuro, sempre é possível ver sombras.
Acordo e observo. Meus olhos abertos pouco enxergam, mas ajudam a escutar.
Fico imóvel escutando e logo acorda a minha memória.
Lembro onde estou e quem eu sou (mas só o suficiente para não ter que me preocupar com isso). Escuto e gosto de pensar que estão todos dormindo. Até os pássaros.
Ainda querendo me encontrar no mundo, vejo no relógio "2:47" e penso que não há motivo para acordar.
Quando consigo me acostumar com o silêncio, meu coração volta a bater mais leve. Meus olhos se fecham sem esforço.Então, sem querer pensar nos meus afazeres do dia que começa, sem querer pensar em mais nada, durmo como uma pedra, como mais uma pedra.
Bem legal, Carol!
ResponderExcluirDe fato, o silêncio, as vezes, pode assustar mais que o barulho.
Das melhores sensações da vida, é a de acordar de súbito, descobrir que ainda há muito tempo para levantar e, por isso, poder voltar a dormir!
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