Num momento em que a diversidade
sexual ganha destaque nas discussões, e que em muitas rodas a
heteronormatividade predomina, algumas carregando discurso de violência, é pertinente saber discutir isto em casa. Não porque é modismo, mas
sim por uma questão de respeito.
Reconhecer e compreender que
todas as pessoas têm direito à serem respeitadas e terem uma vida digna, independentemente
de sua sexualidade, da sua identificação com o próprio corpo, é fundamental.
Afinal, é a informação que ajuda a combater o preconceito.
Não vou destrinchar aqui a luta
do movimento LGBT, pois não faço parte deste grupo (e quando chega a vez destas
pessoas falarem, pego meu banquinho e ouço com atenção o que eles têm a dizer
sobre isto), entretanto, é preciso ressaltar que este assunto deve ser
discutido em casa. Tenho uma família grande, com crianças em formação, e pretendo
fazer o meu melhor para contribuir na educação deles enquanto cidadãos
conscientes.
É importante que isto seja discutido
na escola, mas nem sempre isto é mencionado. De qualquer maneira, é primordial
o papel da família na formação da criança.
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Acredito que o principal ponto é
reconhecer que sexualidade não é uma escolha, você já nasce assim, e que ela sempre
existiu. A diferença é que ela passou a ser abertamente discutida há pouco
tempo.
" 'Acredito que o principal ponto é reconhecer que sexualidade não é
uma escolha, você já nasce assim, e que ela sempre existiu.' E, vamos supor que
seja uma escolha... Qual seria o real problema? A pessoa pode ser bissexual, e
por motivos mil, prefere não entrar numa relação heterossexual. Relacionamento
abusivos seriam um bom motivo pra isso, por exemplo.
Mas talvez a questão seja essa: no fundo sempre tem o discurso ‘gays
nasceram assim, eles não tem escolha, então não há nada a fazer, respeita’. Mas,
e se for uma escolha? Não que eu ache que seja... Ainda assim é preciso
aprender a respeitar a escolha dos outros, qualquer tipo de escolha, desde que
isso não gere prejuízo a terceiros. Escolhas individuais não devem ser julgadas
(...)
Isso [falar sobre a naturalidade] sempre me soa muito
hipócrita, porque não somos seres naturais, somos seres sociais, e a esmagadora
maioria do que somos, fazemos, consumimos, etc., são completamente anti-naturais.
E, na verdade, talvez a sexualidade de modo geral... pense aqui que o sexo como
um todo continua sendo tabu, é demonizado justamente por ser natural e não por
ser anti-natural!
Aprendemos tanto a nos reprimir, seguir normas, e uma dessas normas é a
heterossexualidade compulsória, maternidade compulsória, repressão sexual,
negação dos desejos, porque mesmo a heterossexualidade dificilmente é vivida de
forma espontânea e natural: se estabelecem relações de poder, relações de
posse, relações de carência, relações baseadas no status"
C. S. - 26 anos, lésbica
O segundo ponto é reconhecer que
direitos não são privilégios. Privilégio é uma circunstância de supremacia,
baseada ou não em hábitos culturais e legais, ocasionada pela má distribuição
do regime político e/ou econômico. Privilégio é uma vantagem ou direito
atribuído a um pequeno grupo.
Privilégio é você ter o direito
de casar com quem você ama e querer constituir uma família, enquanto a pessoa
que tem uma orientação sexual diferente de você não pode, e corre o risco de
sofrer agressão (física, verbal, risco de demissão...) caso manifeste que não
segue o padrão sexual imposto pelo grupo dominante.
Entretanto, se para você
igualdade de direitos é decadência moral, “safadeza” e derivados, que gays são
má influência, transmitem doenças e etc., gostaria de te dizer: Primeiro, você
é um babaca, passou da hora de mudar seus conceitos. Segundo, você se encontra num grupo privilegiado.
Links úteis, caso você deseje
mudar ou aprofundar sua opinião:
Cartilha da Unesco a respeito da
diversidade sexual:
Como pais devem falar de
diversidade sexual com os filhos:
Biologia e Psicologia: A
verdadeira origem da homossexualidade
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