sábado, 11 de fevereiro de 2017

Memórias

Há quem diga que memória boa é aquela que se guarda com carinho de algo que se foi há muito tempo. Há quem diga que memória é um pedaço vivo da saudade. Há quem não tenha saudade de nada, apenas um trauma que se denominou memória por não se enquadrar em outra categoria. Há memória que é de arrependimento e há memória que vira aprendizado.

Memórias.

Memórias são como um artigo de museu, quanto mais antiga, mais rara e quanto mais rara, mais valiosa ela se torna.

Eu aposto que a maioria irá escrever sobre as memórias da infância ou da adolescência, da época da escola ou das férias de quinze anos atrás. Quiçá alguma tristeza em tom de dor daquela que não volta mais.

Hoje eu decidi contrariar esse conceito. Não pretendo ir muito longe para descrever uma memória. Neste contexto eu não pretendo falar de memórias ruins, também não pretendo contrariar as leis temporais: Memórias são feitas de passado e assim será.

Por hoje minhas memórias serão concentradas no amor, um cliché de poucos dias atrás. São memórias recentes sobre alguém que lutou por mim e me provou o porquê valia a pena.

Eu me lembro dos jantares e dos abraços. Me lembro dos beijos e carinhos. Me lembro que há dois anos rimos em demasia a ponto de a barriga doer, rimos assim há um ano atrás, oito meses, seis meses, quatro meses e ontem de novo.

Me lembro que esses dias viajamos muitas vezes, viagens curtas e viagens longas, houve até viagem sem sair do lugar, mas eu me lembro.

Também há a recordação de que viramos a noite como dois adolescentes em plena liberdade e cheios de energia. Me recordo que repetimos isso muitas vezes e me lembro também que já não somos assim tão jovens e que o corpo suplicou por descanso.

Há tantas memórias de curto prazo que não me lembro de todas, mas se eu tivesse que escrever este texto amanhã sobre esse mesmo tema, acredito que eu falaria sobre outras memórias não ditas aqui. Não pelo fato de não ter importância, apenas porque nosso tempo de memórias possuem tantas delas que precisaríamos de muitos dias de vinhos e queijos que isso naturalmente nos proporcionaria mais memórias.

São memórias de “ontem”. Todas recentes, mas são essas memórias que estão valorizando em nosso cofre de recordações pra podermos aplicar nas memórias de amanhã.

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