Algumas vezes quando paro quieta em meu canto, e tento de
alguma maneira silenciar minha mente para que elas não venham.
Essas memórias que às vezes mais parecem fantasmas que na calada da noite se esguiam para assustar crianças
malcriadas e alguns adultos medrosos.
Sem pedir elas aparecem e não importa o que eu faça, não há
como esquecer.
Sim, aprendi muitas coisas com elas, outras só acumularam na
pilha de coisas que não devia ter feito, mas fiz. É incrível como a gente finge
que esquece alguma coisa só pra poder errar de novo, um erro que juramos que
dessa vez será acerto, mas não, nunca é e a memória está ali pra te lembrar do
quanto você foi besta.
Ainda não consegui entender essa linha frágil entre memória
boa e memória ruim, não decidi se não queria lembrar de nada ou gostaria de
lembrar de absolutamente tudo.
Onde foram parar aquelas que não lembramos? Aquelas que
sabemos que aconteceu, mas não sabemos
exatamente como?
Somos também memórias esquecidas? Aquelas que durante um tempo permanecem vivas
e depois vão se esvaindo pouco a pouco ou num instante.
Essas, não sei dizer o quanto de mim guardavam e nem quanto
de mim se perdeu.
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