Quando
determinado tema ou assunto está demasiadamente cansativo na mídia seja pela
diversidade de opiniões pautadas na história política e social do país ou mera
opinião embasada em hipóteses ou achismos da vida, escolho a distância para
refletir e fazer o exercício dos por quês.
Tanto
se fala em “deixar o povo escolher/decidir”, que por aqui enquanto irrisória parte
do povo vejo apenas esta opção de escolha ou decisão na forma de: refletir.
Nunca
as palavras do Marx no livro 18 de brumário de Luís Bonaparte fizeram tanto
sentido: “os homens fazem a sua própria
história; contudo, não fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles
quem escolhem as circunstâncias sob as quais é feita, mas estas lhes foram
transmitidas assim como se encontram. A tradição de todas as gerações passadas
é como um pesadelo que comprime o cérebro dos vivos.”
E
refletindo ou na tentativa de, uma vez que todos os dias têm avalanche de notícias
alinhadas a mais retrocesso, eu procuro fazer perguntas que são óbvias e outras
que nem tanto.
Neste
exercício tenho me perguntado constantemente por que o golpe institucional,
jurídico e midiático ocorreu em maio de 2016 em plena “democracia” aparentemente
consolidada no país?
A
cada escândalo de corrupção na mídia vemos que o golpe é maior do que
poderíamos imaginar seja com furo de reportagem com ou sem áudio.
Aliás
alguém se pergunta por que justo a empresa Rede Globo ou O Globo responsável
por ocultar todos os horrores da Ditadura Civil Militar e pleitear todos os presidenciáveis
desde a redemocratização em 1988 foi à responsável por divulgar esse áudio?
Não
existem repostas prontas ou peças de encaixar para montar o quebra-cabeça do
golpe porque possui articulações para além do país.
O
golpe rompe fronteiras afinal estamos no capitalismo e nenhum país pode agir
isoladamente, caso contrário sofre o bloqueio econômico, tipo Cuba sabe.
Justo
por isso peças importantíssimas –
Eduardo Cunha - estão blindadas pela justiça e mídia e empresários para manter
a lei do silêncio.
A
delação de Eduardo Cunha derrubaria além do Temer, o congresso e empresários
acostumados a mandar e desmandar no país. Justo este pacote de articulações são
os responsáveis em pleitear o pacote de reformas anti-trabalhadores sob a
justificativa de que as reformas servem para estabilizar a economia que poucos
usufruem seja com bem-estar social ou política pública de qualidade.
Imagino
o quanto deve ser chato para não dizer vergonhoso para aqueles que foram as
ruas no ano passado pedir o impeachment/GOLPE
da presidente e neste ano perceber que foram enganados pelo movimentos sociais
de direita que prometiam varrer os corruptos e o mar de corrupção do país.
O
movimento social da direita usou de nítida má-fé para eleger seus candidatos,
proteger muitos políticos corruptos e ser uma espécie de espectro/sombra de
empresários e mídia televisiva nos atos de 2015. Hoje é improvável que esses
movimentos da direita convoquem manifestações tendo em vista o escândalo
envolvendo o PMDB e PSDB e empresários.
Mesmo
se ousarem ter essa cara de pau quem vai acreditar nos movimentos sociais
golpistas da direita?
Aqui
também cabe perguntar por que mesmo com impeachment/golpe concretizado não
existe uma comemoração plena entre os agentes do golpe? O que ainda falta?
Não
vou usar aqui de jargões e ofensas e ironias para que reconheçam os erros e o quanto
a História e Filosofia fizeram falta nos anos de ensino (sei bem, pois o acesso
mínimo ocorreu na faculdade) e isso independe da sua formação profissional.
Vemos
que jogar a corrupção estrutural do Estado em apenas um partido é não se
conhecer na política ou não questionar os acontecimentos políticos do seu país,
o que nos torna enquanto coletivo muito vulnerável para enfrentar a forca.
E
é sobre a forca que quero falar.
Porque
estamos diante da forca ou indo ao encontro de.
Não
temos mais tempo de discutir quem está com ou quem é dono da razão. As notícias
sobre corrupção e escândalos na política revelam o golpe, bem como que as
Reformas da Previdência, a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização serão
pleiteadas pelo Congresso independente do quadro político.
Noutras
palavras, pouco importa se vai existir eleições diretas ou indiretas ou quem
ocupará a presidência, as Reformas (Trabalhista, Previdência e Terceirização) é
uma pauta política de empresários por meio do congresso.
Aliado
a esta hipótese ou suspeita os movimentos sociais e sindicatos da esquerda
pleiteiam a Eleições Diretas, cuja eleição possibilita o povo escolher o
presidente ou mesmo reivindicar Eleições Gerais.
O
principal argumento desta Frente Brasil Popular ou Povo Sem Medo (composta por
partidos, sindicatos e movimentos sociais) é de que 85% da população escolhem
ou desejam a Eleição Direta.
Cabe
compartilhar neste momento outro exercício que pratico. O exercício da lealdade
entre o que é o que pode ser ou mesmo o que se sonha. Lealdade não ocupa muito
espaço e cabe em qualquer lugar e momento com qualquer pessoa, até por uma
questão de lealdade a si.
Assim
o argumento de que 85% da população reivindicam as Eleições Diretas não pode
ser 100% validado, principalmente quando a informação parte de empresa – Folha de
SP - que financia golpes.
Este
argumento é questionável quando tivemos nas eleições de 2014 o número exponencial de abstenções
30.137.479 (21, 10%) e nulos 5.219.787
(4,63%) e brancos 1.921.819 (1,71%),
vemos que mencionar 85% favorável para votar é falacioso.
No caso de dúvida podemos ver os números da cidade de SP nos quais o candidato eleito com 3.085.187 (53.29%) de votos, se comparado com abstenções 1.940.454 (21.84%), nulos 788.379 (11,35%) e brancos 367.471 (5.29%) revelam que nem todos consideram as eleições como solução para cidade e/ou país.
Aproveitando a citação sobre o dito cujo do
prefeito da cidade de SP não sei se posso, mas quero avisar aos partidos de
esquerda e/ou mídia de esquerda que agora usa o termo da direita em “personalidades” para nomear os
globais que participam dos protestos, de que nesta época das eleições observei
que mais se falava no oponente do que no candidato da esquerda.
Pelo que consta esta estratégia de marketing do
oponente perdura e com pleno sucesso. Nota-se que a mídia de esquerda estampa e
menciona o nome do oponente mais que qualquer outro, tanto é que disparou curiosidade
sobre “omi” em terras improváveis ou seja nordeste.
Então, retira o excesso de ego esquerda em
conseguir likes, talvez possa ajudar a observar
mais e quem sabe melhorar o cenário que não está favorável para ninguém.
Seguindo com o que importa, vemos que a esquerda
escolheu a sua pauta: Eleições ou Diretas Já. Não vou aqui colocar os vários
motivos pelos quais discordo até para reivindicar mais lealdade para que não
caiam na esparrela de fazer o que fez os movimentos sociais golpistas da direita
ao usar a boa fé das pessoas direcionando-as para o abismo social.
Talvez
pedir para a esquerda institucionalizada ser mais coerente com o que se fala e
faz seja muito ou é melhor dizer que “a
esquerda institucional nada mais é que uma direita envergonhada”.
A hipótese por aqui perdura na mesma de que as
Reformas (Trabalhista, Previdência e Terceirização) são os reais motivos do
impeachment/golpe no Brasil. Assim como restringir ao máximo o Estado de
Bem-Estar e/ou direitos sociais fazem parte do processo.
Contudo, não podemos acreditar que delegar para
um ser humano/presidente a tarefa de resolver todas as questões sobre seja a solução.
O exercício de manifestar possibilita a
compreensão de que sem pressão não existe direito social e trabalhista para
trabalhadores. O espaço de todos na política está nitidamente compreendido sob
a pressão popular de uma vida melhor, sempre e em todos os séculos.
Logo neste momento, não vejo outra ala senão da
esquerda em minimamente pleitear infelizmente as eleições, mas sendo contra as
reformas.
Acabar com a corrupção ou mar de lama no país nunca
foi do interesse da Rede Globo, empresários e movimentos sociais golpistas da
direita, caso contrário seriam os primeiros a convocar os atos.
Neste baleio de interesses e ebulições políticas
o que cabe a cada um parece estar mais evidente: refletir qual bandeira
levantar nas ruas.
E já que ocupar as ruas não é escolha, espero que a revolta e bandeira principal do povo nas ruas seja contra as Reformas a fim de
esmagar e destruir a todas, sem dó nem piedade. Caso contrário, segue o próximo
pescoço...
ps: fiquei sabendo ae que está rolando um projeto para criminalizar o funk. assim do nada, como se a perifa tivesse abarrotada de opções culturais sabe. o rincon já deu a linha: "o funk é filho do gueto, assuma"
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