sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

liberdade é pouco

Não tinha a intenção de escrever. Sequer programado (mentalmente) assunto  ou separado vídeos como lembrete para ano que vem comentar, mesmo após meses de divulgação ou depois de ter cessado o frisson pós-viral das redes.

Ainda continuava naquelas, manter de julho para cá a saúde mental intacta ou diminuir o cansaço mental com questões de toda ordem. Ou armazenar forças para o ano que vem que promete ser a junção de alguns anos em apenas um.

Só por hoje e mês passado não vou conseguir manter o objetivo do meio do ano.

 E justo na reta final, numa gama absurda por férias para fazer muitos nadas com a cara para cima.

Também por mais que queira e tenha me esforçado não consegui mudar a direção do pensamento. Ele ficou no filme apresentado hoje na parte da manhã e em algumas palavras que ruminaram para o passado religioso.

O filme é possível resumir em mais constatações de que o mundo é hostil e violento com a existência das mulheres. E sendo violento com mulheres continuará sendo com crianças, gays, idosos e mais objetiva com todos/as.

Já sobre as palavras ficou aquele eco sobre cárcere, jargão muito comum nesta época e usado por alguns religiosos. Mas o esquisito mesmo é que desde meados de setembro é algo que tenho me questionado quase sempre: quando estamos todos presos é possível se livrar de cárceres?

Quando o país depende de políticas econômicas ou bancos que priorizam minorias pode ser considerado livre? Quem tem tempo mas não tem dinheiro é livre? E quando tem dinheiro e não tem tempo? Aqueles que estão desempregados estão livres? E quem trabalha? E quando algum governo/país decide priorizar os pobres e é considerado violador de direitos e  falido economicamente ?

Existe alguém livre?

Porventura alguém pode ter esse luxo de se considerar livre?


Acessar o conhecimento e a sua história mesmo com muitos lados, mas baseada em fatos proporciona isso fazer muitas perguntas sem respostas. É como estar nas alturas em meio à tempestade com furações e raios e trovões mas conseguir colocar a mão numa porta e abrir o céu limpo sem nuvens e com muitos raios de sol.

Entender que este conhecimento está a serviço da vida e do que é cotidiano é como estar no alto mar, afundar metros e metros de profundidade e conseguir abrir os olhos mesmo com tanta água salgada e ver a beleza do mar; ainda sim voltar a emergir para ver mesmo que às vezes um dia de verão com brisa.

Usar o conhecimento no dia a dia com objetivo ou propósito comum a todos e priorizando o coletivo é identificar que existem muitas amarras e correntes quando se trata do coletivo, ou do que é comunitário ou ainda do que é comum a todos/as, enquanto povo.

No resumo, enquanto tudo estiver no âmbito individual é sobrevivência garantida durante pouquíssimo tempo, no mais, mencionou coletivo, vamos pensar uns nos outros se prepare para estar diante da porta das chagas e do inferno.

Então os cárceres por mais íntimos e pessoais que sejam se tornam indestrutíveis e fora do alcance das mãos porque quando o individual está intacto e totalmente responsável por transformar ou modificar a vida e história, é porque o que é coletivo/comunitário ou do povo está caindo num poço sem fundo.

Identificar  qual é o fundo do poço  não é uma opção,  mas uma questão de sobrevivência. E o tempo urge e infelizmente não nos favorece, porque ao alcance  e velocidade dos algoritmos as janelas se fecham.

Mesmo assim  2018 pode ser mais um de tantos anos que virão de resistências se o sentimento coletivo de luta prevalecer.  Na pior das hipóteses podemos ainda ver o poço sem  fundo e destruir o que nos explora e nos oprime; ou podemos sentir as várias correntes  nas mãos, nos pés e na mente, mesmo assim ainda será ótima oportunidade para quebrá-las.





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