Dias atrás, na nonagésima edição do Oscar, uma frase de um ator me chamou bastante a atenção. Trata-se do que Willen Dafoe disse, quando perguntado sobre o seu "não protagonismo" nos filmes.
Quem acompanha a carreira do ator norte-americano sabe que, a grande maioria dos papéis que lhe são oferecidos, são os de coadjuvante.
Que legal quando ele falou que nunca esquentou a cabeça com isso, pois sempre preferiu se submeter às vontades de quem o dirigiu/dirige.
Ele é feliz assim!
Gosto dos filmes que não são clichês. Mas também dos que contém isso neles.
Na vida, aprendemos, quase sempre, na maioria das vezes, que nem todos nascemos para ser protagonistas nas histórias daqueles(as) que admiramos. Nem todos somos os "saradões" por quem as meninas suspiram! Nem todas são as gatas que arrancam suspiros de nós, homens.
Por quê trato disso hoje, aqui no meu blog, e no blog das 30 pessoas, no próximo dia 21?
Porque quero deixar bem claro pra mim que não há problema nenhum em ser preterido pelas ocasiões. "Because of reasons"!
Enquanto escrevo esse texto, sei que pode denotar ser o discurso de um perdedor, pois poucos são os que admitem que nem tudo precisa ser como a sociedade praticamente impõe. Sim. É verdade que, dependendo de suas escolhas, muitas consequências virão. Mas isso não foi, não é e nunca será o fim do mundo.
Existe alguém que não o/a verá como segunda opção um dia. Se você ainda não encontrou esse alguém, tenha certeza de que um dia ele(a) virá.
Todos nós, de uma maneira ou de outra, já fomos protagonistas na vida de alguém.
Quer por erros nossos, quer por decisões que tomamos, ou continuamos a ser, ou deixamos o posto. Outro(a) ocupou nosso lugar.
Olhar no espelho e repetir para você mesmo aquela máxima que diz "Não trate como prioridade quem te trata como opção" dói. Ninguém quer ser uma segunda opção na vida de alguém. Principalmente na vida daqueles que tanto amamos. Mas olhando por um lado realista, não agradamos a todos como gostaríamos. E não digo isso no sentido de fazermos para ter um retorno. Digo isso no sentido de completarmos a lacuna que falta na(o) amada(o).
A bem da verdade, as pessoas nem esperam isso da gente. É a expectativa que criamos que nos força a vivermos assim.
E é fato que não adianta alguém dizer isso pra gente. Não adianta alguém chegar e dizer "Pô, a pessoa te trata como estepe, e você ainda lambe?"
Só o tempo vai ensinar que, para amar, primeiro é necessário se amar. Ninguém dá aquilo que não tem. E se não tomarmos cuidado, acabamos projetando no outro a felicidade que lá no fundo, nós é que gostaríamos de desfrutar.
Se (e quando) você perceber que está sendo o nº 2 na vida de alguém, não se rebaixe. Dê o carinho que você acha necessário dar. Um dia, a ficha cai. A sua, no caso. E toda a energia que você gasta amando essa pessoa, será canalizada à alguém que te amará da mesma forma.
Lembra: As pessoas só dão valor para aquilo que tinham, depois que perdem.
Precisamos atentar aos que nos valorizam. Não só como segundo plano, mas também àqueles(as) que já nos olham com o olhar de admiração, e que tantas vezes não vemos, pelo motivo de estarmos cegos por quem nos pisa.
Como diz a canção, "a vida é mesmo assim". Se você, como eu, nunca foi um Gianechini, ou você, garota, nunca foi uma Bruna Lombardi, não se preocupe! Todos temos nossos atrativos! Todos temos algo de bom que salta aos olhos de quem vê o invisível, que é o essencial.
E à quem acha que isso é discurso de um perdedor, espero que um dia enxergue também aquilo que os santos e os poetas talvez notem: a riqueza individual, única, e própria, que cada ser humano tem. Não espere perder para valorizar. Cultive, para que algo bonito ao seu lado não seque, e procure água em outro lugar. A sombra que lhe é proporcionada, e que agora você não nota, poderia, quem sabe, ser essencial em sua vida, em algum ponto de sua existência. Alguém é feliz pelo fato de você existir. Não mate essa felicidade. Ninguém merece que a admiração que tem seja pisoteada por quem não vê a grandeza desse sentimento.
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