É dia 2 de junho, uma terça-feira. Apertei o adiar do despertador várias vezes. Era melhor ter colocado meio-dia em vez de fatiar o sono assim, de dez em dez minutos, desde as 9h30. O cuco insistente gritando na tela. Nem dorme nem sonha nem levanta. A gata veio, subiu na cama, lambeu meu braço, língua de amolador na minha pele-faca. Persianas, sol, sede. Levantei, fiz um café. Emendei assando peito de frango para o almoço. Demorei muito para dormir na noite anterior. Essas últimas noites têm sido de insônia. Saudades de mainha. Pensei que há tempos não nos encontramos. Pensei na sua idade avançada. Pensei na morte. E se não der tempo de nos despedirmos? Depois do almoço, comprei maçãs, peras, uvas e fui visitá-la. Já pode abraçar? Tirei a camisa, passei álcool pelo corpo todo – já que fui de Uber – e demos um abraço desajeitado. Os dois de máscaras. Mainha chorou. Passei meia hora com ela e voltei pra casa desejando que esse vírus desapareça.
Nesses tempos os sonos estão mesmo prejudicados, desregulados....
ResponderExcluirMe identifiquei com a gata te acordando e com as saudade da mãe. Mas ainda não tivemos nosso abraço. Tudo tem sua hora.
Mas foi bonita a imagem de vocês se abraçando, na minha cabeça.
Emocionante o texto e todo esse momento.
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