quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Recado:

conheci o movimento Mães de Maio através de um comentário. rodinha de conversas na faculdade, numa festa na prainha que não tem mar. tema hip hop e mulheres negras, não recordo o nome da palestra, lembro do entusiamo da amiga em dizer: finalmente você criou. sorri declarando a guerra vencida. durante meses resistente a criar o tal facebook. assunto único de vários amigos em: ah postei algo e sicraninho curtiu, coloquei a música e você viu menina quantos comentários, nossa já tenho tantos amigos, foram tantos compartilhamentos e eu antiquada  ainda acessando orkut, lendo blogs (ainda o faço). era resistência, não queria outro vício outro acesso outras ilusões outros isolamentos, na vida. criado acessado, menos do que esperava, não tinha identidade. 

e chegando em casa, jogando coisas na cama, tirando sapato, roupa e ligando o computador, sem comer e sentando na cadeira, procurei. acesso rápido, localizado Mães de Maio. raramente tomo partido de algo, alguém, sem observar, analisar e investigar. soa policial, não? mas é mania, algo de analista mesmo ou é a pura curiosidade. curiosidade que me mata muitas vezes, ou de surpresa ou decepção. no caso das Mães de Maio surpresa. diariamente postagens sobre violência policial (dos temas mais abordados e discutidos, publicados), política, corrupção, movimentos sociais, poesia, poema, músicas (de resistência), racismo, recolhimento de assinaturas virtuais, convite para atos, protestos, troca de ideias, informação e principalmente articulação entre movimentos sociais e população. é uma mídia alternativa, sem vínculo algum com partidos, são independentes, apoiados literalmente por aqueles que adotam o movimento e tornam-se filhos.

o que mais chamou atenção a inciativa de mães que perderam seus filhos decorrente de violência policial e no revertimento, direcionamento da dor, do luto, da perda, em luta. recordei do processo de gestação, criação e perda. como é isto para as mães? quem suporta esta dor? como é viver sabendo que alguém tirou a vida do seu filho. daí pensar aquele que tirou também tem uma mãe, quem assassinou idem, enfim, amplo demais para entrar neste mérito, ficarei apenas neste ponto da página noutra oportunidade leio o livro, identifico criadores por nomes, justo o respeito merecido a todas. por hora a indignação sobre o ocorrido a cerca de duas semanas, chegando da mesma forma e sentando cansada, querendo me atualizar das notícias. página certeira, informação para além da mídia comprável e corrupta e por falar nisto, Veja & Cachoeira reforçam a falta de ética e compromisso, o jornalismo sujo. a revista Veja serve para limpar a bunda ou serve de pinico a cachorros ou gatos, se bem que coitados, ninguém mereci, vai que assa o cu com tanta merda, mentira, corrupção escrita. leio todas notícias, direita, extrema direita, esquerda amiga da direita, esquerda frágil chamada de mídia alternativa. frágil por que não resiste a ditadura de algumas ferramentas, dentre tantas atualmente o facebook. sem aviso prévio simplesmente desativaram a página sem justificativa coerente.após divulgação de vários dos cinco mil usuários adicionados, simpatizantes a causa, e outros tantos assinantes, e divulgação em sites, pressão várias, concederam a gentileza de apenas termos em comunidade, ou seja na opção de curtir. 

interessante analisar que a desativação ocorrera após várias publicações sobre o genocídio da população jovem, negra e periférica do estado de são paulo. jovens que vem  sendo dizimados, exterminados por grupos não identificados pela polícia. acompanhei acirradamente estas divulgações e outras, e partindo da discussão para ação, as Mães de Maio recolheram mais de cinco mil assinaturas e rumo a brasília requerendo da mulher mais poderosa do mundo, digo em terceiro lugar segundo cuspido por revistas, que agisse sobre as ocorrências, assassinatos de jovens da periferia, com eficácia cobrando do governador negligente e do prefeito que absteve-se de qualquer providência, resolução. a mais recente aceita pelo governador, é o policial que matar menos ganhará mais, é por cabeça entende? virou gado.

a página é veículo de denúncia, de ação e articulação principalmente entre movimentos sociais, na troca rápida e repasse da informação. então qual o interesse no veto? quem está interessado? qual é a regra dos moderadores? o quê o facebook pontua  como "inadequado" a ponto de simplesmente retirar a página desrespeitando os usuários. qual o critério? o único momento em que fiz uma denúncia aos moderadores foi no acesso a página que incitava a agressão a mulheres. desde então se encontro páginas desta natureza faço a denúncia, sendo é pensar que páginas são retiradas segundo interesses. ou é hipocrisia liberar páginas de violência, práticas ilícitas, abuso e estupro a criança, pornografia e vetar a nudez de Simone de Beauvoir, vetar a nu artístico, censurar páginas que atrapalham interesses políticos em plena época de escarro eleitoral.
resta saber, atendendo a interesses de quem?

o virtual é disputado, não pense no facebook gratuito quando o mesmo troca, repassa e por quê não dizer "vende" informações sobre o comportamento dos usuários, disponibiliza informações quando solicitado a autoridades. nenhuma informação, mensagens são totalmente deletadas, ficam arquivadas e se necessário, pode revê-las. é interessante repensar para quem você serve além de você mesmo quando curti, compartilha e comenta. garanto que os moderadores do facebook sabem perfeitamente a quem servir. tanto que recentemente o criador da ferramenta insinuou que os brasileiros "estragavam" a página compartilhando inutilidades de orkut, mensagens sem conteúdo. engraçado que somos o terceiro, quase segundo país com maior acesso a internet, consumo virtual,  inclusive no face. então se estragamos a ferramenta ao compartilhar besteiras, qual a justificativa, desculpa, blablá quando nos negam o direito defendido em constituição na liberdade de expressão em divulgar informação de qualidade, articular atos políticos, debates com movimentos sociais, enfrentamento as questões sociais e a tão sonhada organização da sociedade civil, qual a justificativa para vetar, censurar a página Mães de Maio?
Respeito! Para elas, para nós, que somos filhos, não pedimos nada além de JUSTIÇA!
Então:


É PROIBIDO PROIBIR!!!
A ditadura acabou!
Por favor avisar a polícia, políticos, aofaceDITADURAbook
eu digo NÃO, ao NÃO!

em protesto, a censura ao movimento independente Mães de Maio . 
Até o momento não tiveram o histórico ou página reativado. 
Sou uma das filhas! 


e quero não apenas para curtir, compartilhar, quero entre amigos, na movimentação e articulação de outrora.
então devolvam o histórico e a página p@rr@!!! A ditadura acabou!!!


“A página do movimento independente Mães de Maio aqui no Facebook foi reativada pelos administradores da rede social.
Repito: as Mães de Maio são independentes e têm muitos filhos por elas. Até o fim."
(divulgação André Camarante)

É PROIBIDO PROIBIR!!!

vou ali e volto já.
quero aprender a ser mais VADIA!!! Não é assim que a polícia do Chile trata estudantes que protestam, como vadias, vagabundas, então? vou ali aprender a ser mais vadia e volto já! mas se não voltar,
recado dado: É PROIBIDO PROIBIR, PORRA!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

No princípio era a verba

verba, essa coisa difícil de se arranjar. prima de primeiro grau do patrocínio. é família e sua falta bloqueia sonhos. ideias. tudo se tranca na gaveta. pega mofo. vira pó. morre-se sem verba, sem crítica, sem olhares, sem o perdão. demos nós a cara à tapa. verbalizemos. opinemos sobre o preço do pão. gritemos roucos nossos poemas. coisa interna vocal e vocacional. deixemos, aos pulos, nossos corações. tiremos os to nem aí do canto. desassosseguemos, em nome de pessoa. ativemos o modo on da perturbação. literatura tem que mexer. tocar. perturbar. levar ao gozo tântrico. o poeta, o cronista, o contista, o romancista não querem somente verba, querem verbo. isso, muito antes da verba, está no princípio. abre joão. no princípio era o verbo. porque o nosso se principia na necessidade. não se precisa de marketing. best-seller só nas livrarias. sucesso de vendas, idem. talvez até seja a mesma coisa. aqui a edição é única. parada no pdf da inquietude. tudo aqui é virtual. diferente, é claro, pra quem gosta de segurar a coisa. passar saliva nos dedos. ouvir o barulho do papel. riscar para uma releitura. deves saber: aqui é tela e nem todo quadro pede moldura. aqui compartilhamos o amor pela palavra. palavra-verbo. fazemos arder lá dentro. metemos o dedo nas feridas. dilatamos aquilo e deletamos a falta de possibilidade editorial em papel. é tudo gratuito na barraca do beijo poético. maças do amor. dor fingida, e não por isso real. salas escuras. personagens com fôlego. pulsação. sede canina. no vestuário da crítica trocamos suas vestimentas. roupas limpas. brancas de paz. sem procissão. a paz começa na gente. a moral quando livres. vamos dizer o que queremos. livres de novo. já lutaram por isso lá trás. não vamos nos rasgar desta forma. escondendo o que pensa. vamos dizer o não dito. ler o terceiro caderno. deixar ser estranho. fazer novos achados na nossa língua. ser clássico de nós mesmos. atuais. verbais, aproveitando pra socar no cu a verba que cabe. direitinho. é só querer. querer. verbo: ação que não precisa de verba.

OBS.:

Este texto acima,  de autoria minha, é a principal argumentação da minha  editora virtual, a  Editora A Verba. Confesso que como editor não tive tempo de escrever um texto inédito para o Blog e,  como se precisasse mostrar que é verdade mesmo, reservei o mês de agosto para divulgar aqui esta minha iniciativa para com a difusão da cultura literária. Espero por todos vocês no blog da editora, onde no qual já tem como publicação marco um e-livro meu, o Testosterona. Para chegar lá é só clicar aqui.

Ah, gente, sou inquieto demais para ficar apenas nessa chatice de editora. Não sei se vocês vão gostar, mas publico a seguir um dos meus textos mais curtidos e comentados nesta semana lá no face:


pintei minhas unhas, ou melhor, pintaram-nas. depois de eu tanto insisti pintaram. insisti mais um pouco e deram outra mão. claro que as pessoas estranharam tal vexame. saí hoje pra passear com minha cachorrinha e o pessoal (os transeuntes) não tirava os olhos da coleira. pouco liguei, é claro, e não escondi de ninguém. poderia, mas não escondi. pra quê esconder? fico feliz (feliz também é relativo) quando passo a ser eu mesmo. quando respiro pelo meus poros. quando como com os meus dentes. quando chupo e opto pelo que eu quero. a felicidade bateu na minha porta e eu abri e deixei-a entrar. minha casa (recém comprada. vai fazer três meses que me casei com um gringo. pedi demissão das lojas americanas e to pensando em trabalhar voluntariamente para a copa. primeiro quero aprender inglês, é claro. ele já tá me ensinando. me enganando que vai me ensinar, não sai do verbo to be. i will survive em meio a isso tudo.) toda bagunçada: a pia invadida de pratos sujos e minhas unhas (brilhando cheia de cutículas não removidas) todas ruídas naquelas horas de ansiedade, naquelas horas que ele diz que vem e não vem. sidney, meus esposo, anda chegando muito tarde, sempre com aquele papo de dormir na casa de uma amiga para não se atrasar na reunião do dia seguinte. pelo menos ele não é bi. e se fosse não sou ciumento. mas e eu como fico? esse tempo de chuva e eu sozinho rebolando na cama com brigite a gritar com os trovões. então hoje, cansado da rotina, mandei pintarem minhas unhas das mãos. as do pé não. sidney gosta de roê-las, com certeza brigaria e mandaria eu passar acetona para facilitar pra ele. não costumo gastar com futilidades, também ando apenas de sapato fechado e não cola mesmo fazer a dos pés. diferente de mim, sidney curte demais havaianas. tem uns dez pares diferentes. usa todas nos finais de semana na nossa casa de praia em noronha. porque é o seguinte: eu gosto de fazer tudo que ele me pede. nunca desobedeço. pintei as unhas pra ficar bonito, bonito pra ele. ele sabe que eu gosto de escrever e pintei também pra teclar com mais feminilidade. é das pontas dos meus dedos que saem aqueles textos. pintei pra escrever coisas românticas sobre nosso casamento que pelo menos até agora está dando certo. não sei se pela ausência dele, mas quase nunca brigamos. pintei as unhas e amanhã vou dá um alisante nos meus cabelos. sidney deixou comigo o cartão dele. pra incomodar a todos e fazer um pouquinho só de inveja, estou riquérrima. rica: r-o-l-a. rica! ♥

Um beijo de minutos em vocês e até mês que vem: 28 de setembro, uma sexta. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Prato do dia


Sexo-miojo

Bate a fome, o desejo
Já vou rasgando a embalagem
A coisa fica quente
Com uma mexidinha
Logo, todos soltinhos
Em três minutos pronto pra comer
O orgasmo é instantâneo
Mas a fome continua.




ps. Desculpa aê, pessoal. Poema-miojo é o que tem para este mês. Agosto é o mês do desgosto, é o que ouvi dizer.

sábado, 25 de agosto de 2012

O homem e a cidade

Disse que daquela água jamais beberia. Mal sabia que justamente aquele poço mataria sua sede da aridez da vida. Entre o sim e o não, ele resolveu a ousadia.
 
A cidade o engolia pouco a pouco com o tédio. As pessoas sufocavam seu espírito já cansado de tantas andanças e infortúnios vários. Dançava conforme a música, e caía segundo a coreografia. Quanto mais se anda, mais se chega a lugar algum, embora mais próximo do que se é, havia lido algo parecido no livro que habitava sua cabeceira. Morava em um sobrado em rua antiga. O encanamento atravessava os paralelepípedos. Já mandaram arrumar, diziam os vizinhos envergonhados diante das visitas. Talvez dependesse mais daquele lugar do que havia imaginado. O desdém convinha para esquivar a intensa dependência de cada detalhe mínino daquela cidade, como a luz do poste que falha sempre que alguém passa e o alguém sempre pensa que é questão de energia espiritual, assombração. Ou então dos loucos que gritavam canções e faziam das praças um teatro ao ar livre. O bom dia das simpáticas mulheres que trabalhavam na padaria ao lado do seu trabalho. Aliás, elas pareciam ser o único vestigio da boa educação naquela cidade. Ele mesmo era grosso com os fregueses da gráfica em que trabalhava.
 
A ousadia nos embosca nas escruzilhadas. Quando se chega assim, é preciso estabelecer o acordo. Toda magia tem seu preço, lembrava do personagem de sua série preferida. Chamem do que quiser. Ele mesmo descordaria do termo que empreguei à sua escolha.
 
- Uma passagem.
- Para onde, senhor?
- Para o primeiro ônibus que sair.
 
"... porque o passado do viajante muda de acordo com o itinerário realizado, não o passado recente ao qual cada dia que passa acrescenta um dia, mas um passado mais remoto. Ao chegar a uma nova cidade, o viajante reencontra um passado que não lembrava existir: a surpresa daquilo que você deixou de ser ou deixou de possuir revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos". (Italo Calvino, As cidades invisíveis, página 28)
 
 
E assim ele seguiu viagem para descobrir.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem medo de ter medo

Há alguns anos, assisti uma palestra sobre o medo. E receio que já tenha falado isso, porque talvez esteja me repetindo. Mas não tem problema, porque aprendi essa palestra era justamente sobre as vantagens de sentir medo. Em resumo, quem tem medo está vivo e quer continuar assim. Porque ele age como um mecanismo de defesa. Um sentido de aranha, se me permitem, que te coloca em estado de alerta sempre que surge uma situação de risco. Como um escoteiro deve se sentir perto de um padre.

E por que estou falando tudo isso? Claro que tem um bom motivo. Não que eu esteja tentando enfiar uma justificativa nas goelas de vocês, só pra dizer que tenho alguns medos estranhos dos quais sinto um pouco de vergonha. Se eu garantir a identificação de vocês, é claro que vocês vão aceitar melhor os meus medos. Bom, tomara.

Vidro. Sempre é o exemplo que eu falo primeiro, porque sei o quanto é esquisito. Foi bem ruim quando cortei meu tendão com caco de vidro e tive que fazer fisioterapia por um ano. Tinha acabado de começar no primeiro emprego e meu chefe não gostava de ter que me liberar duas manhãs todas as semanas pra que uma loira me lambuzasse com creme e depois fizesse massagem em mim. Mas estou me distraindo. O caso é barulho de vidro quebrando me assustava. Durou um bom tempo.

O que me incomoda até hoje é altura. Não simplesmente altura, mas lugares muito altos sem um corrimão, um parapeito, uma parede, algo em que me apoiar e que proteja. Posso subir no ponto mais alto de um prédio, desde que possa me segurar em algum lugar. Se tivesse que andar na corda bamba, acho que me jogaria lá de cima.

E o maior e mais vergonhoso medo de todos: ETs. Não o ET que parecia a Whoopi Goldberg, mas ETs cinzentos, cabeçudos e de olhos grandes. Não é o medo de que algum extraterrestre se engrace pro meu lado e queira colocar sondas em mim. Não que eu esteja torcendo por isso. Mas o que me assusta é a figura deles. Criaturas mais avançadas que eu, feias pra danar, com planos desconhecidos pra mim. O pior é que esse medo me deixar alerta não vai servir de nada no caso, digamos, de uma invasão. E eu sei que esse medo é completamente irracional. Deveria ter medo de ser assaltado, de ter meus rins arrancados do lugar, mas não. Resolvi ter medo de ETs.

Vamos lá. Sou o único mesmo?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

México 2 x Brasil 1

Tive um treinamento na Cidade do México no começo do mês passado e consegui esticar um pouco e conhecer essa cidade incrível.
Durante a semana fiquei hospedada no Camino Real em Polanco, um hotel bem bacana com piscina, academia e tudo que tenho direito mas não pude aproveitar por causa do curso. Consegui caminhar pela região à noite e o bairro é bem movimentado com bares, restaurantes e muita gente bonita se exercitando no imenso  Bosque Chapultepec. No final de semana fiquei no Hostal Centro Histórico Regina, o lugar mais barato que encontrei na internet e fiquei surpresa com a limpeza, o silêncio e a tranquilidade do lugar. Fiquei em um quarto misto, mas me senti muito bem. Internet free, lençóis e toalhas brancos e cheirosos, uma localização incrível, muito bem frequentado e um atendimento fantástico. Super recomendo.
Passei a final da Libertadores lá e não encontrei ninguém para dividir a ansiedade do jogo. Fiquei horrorizada, como assim um povo que não liga para futebol? Desconfiei, alguém que não gosta de futebol não pode ser boa pessoa. 
Mas eles me conquistaram pelo estômago. Tacos, chili, churros, chili, doritos inferno, chili, mezcal, chili, tequila, chili, água de jamaica.. Já falei chili? É absurdo como eles adoram chili, até os doces tem pimenta, mas é uma delícia. No Mc Donald´s tem catchup, picles e aquela pimenta verde cortadinha para ser servida à vontade no salão. Coisa de Deus. 
Falando Nele, a Catedral de Guadalupe é parada obrigatória pra quem visita a cidade. É bem pertinho e lembra muito a Catedral de Aparecida, linda e mágica, cheia de histórias de milagres.  
No sábado consegui um guia (há vários na praça de Zócalo, mas eu indico o meu japonês de cabelo azul ) e fui para as pirâmides. A viagem demorou mais ou menos uma hora numa estrada muito boa. Por mais ou menos 30 reais você recebe um ingresso para toda zona arqueológica de Teotihuacan. O lugar é simplesmente incrível, com museus, pirâmides atrações e uma aula de história e de civilizações. Um passeio no tempo, impossível não imaginar os Teotihuacans em seus rituais e não ter uma teoria maluca para seu desaparecimento. 
No domingo caminhei pela praça Zócalo, passei o dia na Liverpool e na Palácio de Hierro, duas lojas de departamento. Os preços não eram muito diferentes do Brasil, mesmo assim não resisti e comprei mais do que devia.. 
Uma dica é levar dólar ou peso mexicano. O único lugar que consegui trocar reais foi em uma casa de câmbio no aeroporto. Aliás, outra coisa que eu adorei foi o aeroporto deles: enorme, limpo, claro, bem sinalizado, organizado. Será que um dia chegaremos perto disso?
A cidade do México entra para a lista de cidades que moraria. Não sei se foi amor à primeira vista ou o Mezcal (alíás, muito melhor que a tão famosa tequila), só sei que já estou com vontade de voltar... 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pimenta Malagueta

Oi, moçada!


Aquele folgado do meu neto acabou de me ligar desesperado do estrangeiro. Me pediu para escrever no lugar dele de novo já que ele está viajando e não tem máquina de escrever lá onde ele está... aiai... depois eu que sou a atrapalhada! Quem mandou ele não deixar tudo pronto antes de viajar? 

Mas fazer o que, né? Avó troca fralda, compra doce, esconde as traquinagem dos pais e agora tem que fazer os dever dos neto também... aiai... que gozado... sorte dele ser um menino bom! 

A vida é assim mesmo... os neto vão viajar pra esses país esquisito com nome de bicho e a gente fica aqui preocupada. Imagine só! Viajar pra um país com nome de bicho e que ainda por cima fica fora do Brasil! Se fosse um país decente pra gente morar não teria nome de bicho! E pensar que um dia desses uma louca que nem o meu filho morreu bem mortinha andando de mula nesse país selvagem... caiu numa ribanceira a coitada... até a mula morreu! Ainda bem que meu neto não é assim... ele jamais andaria de mula numa ribanceira... ou será que andaria? Ai, meu Jesus...



E ainda por cima, pra vovó aqui ficar mais preocupada ainda, minha amiga do 43 me disse que esse país é muito antigo, tão antigo que tem aquelas doença de véio, aquele tal de Mal de Parque. Diz ela que de vez em quando o chão começa a tremer tanto que ninguém segura! É uma tremedera só... lembrei até de meu falecido véio quando tava atacado do Mar de Parque... ai, ai, que gozado! Tem que ser muito biruta para querer ir pra um lugar desses... tinha que ser justo meu neto!? Falta alguma coisa pra ele aqui? Não falta nada... Pra quê querer ir tão longe assim? Pra um país que fica fora do Brasil... aiai, meu Jesus!

Ser avó é padecer num paraíso, já dizia minha avó! Os antigo é quem tinham razão! Ainda bem que duas semanas passam rapidinho e logo ele ta de volta contando as novidade daquele país esquisito. Que novidade posso esperar de um país tão atrasado que estão duas horas atrás da gente... ai, meu Deus. Mas fazer o quê, né? O jeito é continuar aqui com a minha máquina de escrever e deixar a juventude tomar o rumo dela. No fundo eu acredito que eles sabem o que tão fazendo...

Agora, meus brotinhos, vou voltar pra minha novela. Tô me ardendo de curiosidade pra saber quem matou a Ramona... ai, ai... que gozado!

Um beijo de Dona Noélia Lários

PS.: Como eu ainda não entendi direito essa história de colocar título, meu neto disse que era pra eu colocar uma coisa bem picante, assim todo mundo ia querer me ler. Bom, eu não conheço coisa mais picante do que pimenta malagueta. Será que ele vai gostar?


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Utopia talvez... Mas carregada de esperança!

Se não nos achássemos mais do que os outros...

Se não pensássemos que valemos mais do que os outros...

Talvez, guerras poderiam ser evitadas.

Se acreditássemos que o ser humano vale mais por quem ele é, e não pelo que tem...

Se respeitássemos que sim... O outro pode ter mais do que nós... Não haveria tanta inveja nesse mundo.

Se pudéssemos aceitar que o nosso Deus, que prega o amor, respeita o credo daqueles que nunca ouviram falar dEle... E que amam e defendem a sua própria religião... Talvez, a intolerância fosse bem menor...



Tanta coisa poderia ser diferente.

Diariamente, vemos notícias de guerras... Pessoas mortas por motivos cada vez mais banais...

Triste realidade de um mundo no qual cada vez mais se olha para o próprio umbigo.
Que se dane o próximo. Que morra de fome e sede. Me garanto aqui. Eu tenho.

É claro. Não podemos generalizar. Entenda!

Não me proclamo santo! Não tenho o poder para mudar tudo isso que vira e mexe nos tira do sério! Precisamos mesmo correr atrás do nosso!

Mas como o mundo seria mais bonito se o respeito pelo ser humano fosse uma pouco mais difundido, buscado e vivido...

Recentemente, li no Twitter, quando do final dos jogos olímpicos de Londres (mais exatamente na ocasião da cerimônia do encerramento), um comentário que acaba sendo uma triste verdade: "Pronto! Apagaram a pira olímpica! As guerras podem voltar a serem travadas!"

Sabemos que na antiguidade, esse era o significado do fogo, nas Olimpíadas. Enquanto estivesse aceso, os povos davam uma trégua, e se aplicavam às competições. Terminando, lá ia a peleja recomeçar...

Pois é, minha gente.

Cada vez mais parece difícil que nosso mundo saia dessa realidade que vemos todos os dias na TV.

O quê fazer?! Como fazer?!

Buscar somente o nosso?! Rezar, orar... Como você preferir!

Não sei que fé você professa! Nem se professa alguma!

Mas fica o convite para, que juntos, possamos hoje dirigir uma oração, enviar pensamentos positivos ao universo, para que nossa Terra seja, quem sabe, um lugar melhor algum dia.

Utopia?! Pode ser! 

Mas quem sabe, fazendo o mínimo, nosso mundo não melhore ao menos um pouquinho?!
Nem que seja o nosso mundo interior!
Já terá valido a pena!


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nem tão de repente, 30

Aconteceu hoje de manhã quando eu estava no ônibus, desses fretados, a caminho do trabalho e percebi que consigo encostar a cabeça naquele ombrinho do assento. E aí eu pensei "puxa, agora sou adulta". Quando eu era pequena, enquanto fazia de conta que esses ombrinhos eram peitos com meus irmãos (hahahaha) e minha mãe mandava a gente se comportar, pensava que o dia em que eu sentasse no ônibus e a minha cabeça encostasse neles estaria bem longe; e hoje eu achei essa lembrança de infância tão próxima…

Assim com essa, outras lembranças vieram à tona com uma velocidade incrível, talvez a mesma velocidade com que os últimos anos depois dos 25 têm passado pra mim, e de repente parei pra pensar que, dos últimos cinco anos, tenho mais dias trabalhados e responsabilidades acumulados e a internet ocupando mais espaço do meu tempo do que devia do que histórias e fatos marcantes pra contar. Talvez isso seja ser adulto. Pra maioria parece ser, mas eu não concordo com isso.

Pra maioria dos meus amigos e pra maioria do mundo, chegar aos 30 anos é o Everest da vida. O topo. E o declínio ao mesmo tempo. A hora de descer. O começo da velhice. O fim da juventude e suas alegrias. E o combo daquelas coisas todas que as pessoas acham que têm que cumprir pra sociedade até essa idade: casar, ter um carro, a casa própria, ter um trabalhando fixo, filhos, manter o peso, bla bla bla… Vejo amigos na faixa dos vinte achando os 30 anos pensando bem assim, o fim da linha. Hahaha. Dá até pra comparar com o que o Will Eisner diz sobre os anos 30: Os Anos Sujos.

Na real acho essas metas meio babaquice, coisa de quem não conseguiu fazer o que queria na vida e transfere a cobrança aos mais novos como herança que, por ser o caminho mais fácil, acabam seguindo a correnteza da vida normalzinha; daí, quando chegam nesse tal topo e percebem que mais foi feito pelos outros do que para si próprios, a culpa é da idade. Isso quando não esperam a velhice de verdade pra pensar no que poderiam ou queriam ter feito. Cada um faz o que quer da vida, ok, mas repara no tanto de gente que segue essa rota e está insatisfeita. Quem disse que precisa ser assim? Quem te obriga, ou nos obriga a ser assim?

Sei lá. Eu lembro que morria de medo de ser adulta, e em todos os meus aniversários pedia pra ser criança pra sempre. Achava que ser adulto era uma chatice e tinha medo de não saber viver quando chegasse lá. Mas talvez por sempre ter ido de propósito na contramão das coisas ditas normais, e por sempre ter convivido com grandes diferenças de idade, observando a vida dos mais velhos, decidi que não ia deixar acontecer o mesmo comigo. Aprendi que, quando nos limitamos muito em certos "prazos" pra certas coisas, envelhecemos e entristecemos mais. Claro, em algumas situações esse limite é totalmente necessário, mas expectativas em excesso frustram. Mais tarde tive provas disso - do quanto me cobrei pra passar na USP quando tinha 17 anos e de como passei um mês triste na sarjeta pelos 4 pontos que faltaram pra que eu virasse jornalista, por exemplo. Hoje desenho embalagens, e dou risada quando lembro disso (mais ou menos, um dia eu enfrento a USP de novo). Sem contar as situações em que sonhos precisam ser abafados  em troca de necessidades, tem gente que passa a vida assim, o que é mais triste ainda. 

Talvez essa coisa de ai merdaaa, 30 anos não tenha batido tanto em mim porque nunca me permiti isso. Se vai ser bom ou não, depende mais de mim, não? É aí que aquela frase de power-points "faça o que você gosta sem se importar muito com o que vão dizer" faz sentido porque, quando a gente se ferra, pelo menos vale a pena.

Pra mim, fazer 30 anos é como poder ser adolescente pela segunda vez, só que com dinheiro, autonomia e maturidade (pra alguns, rs). Sabe quando a gente lembra dos nossos 16 anos e pensa "queria voltar àquela época, mas do jeito que sou agora"? Pra mim, 30 anos é meio isso. Lógico que os perrengues, as responsabilidades e os medos existem, alguns existirão pela vida toda, mas justamente por chegar agora "no topo" , penso que não há momento melhor de pensar em tudo o que me trouxe até aqui e o que preciso/quero fazer agora para planejar uma "descida" digna. 

Daqui 10 dias completo 30 anos. Ainda com medos a trabalhar, muitas responsabilidades, vontades e coisas a aprender. E desejando que venham mais 30 anos pra que eu possa cumprir tudo o que venho planejando, e que eu continue sendo criança pra sempre, hahaha. 

Peço desculpas pelo texto longo e um tanto quanto pessoal - pensei em mais um monte de coisas, mas aí o ônibus chegou no ponto, tive que descer e cheguei no trabalho, etc - mas, sabe como é, estou ficando velha, e velhos gostam muito de falar. 
E meu aniversário está chegando, deixa eu! Rs.




domingo, 19 de agosto de 2012

Para sempre é sempre por um triz


Cresci ouvindo contos de fadas. Nunca soube muitos detalhes de nenhum deles, assisti a pouquíssimos e devo ter lido no máximo uns dois. Não sei porque, ao certo, acredito tanto nessa magia e espero impacientemente pelo "felizes para sempre".
Ouvi, tempos atrás, alguém dizer que os finais felizes são sempre felizes porque eles terminam no auge do amor. Como seria se Romeu e Julieta não tivessem morrido? E em que consiste a rotina para sempre feliz da Branca de Neve e do príncipe?
Fazendo uma análise de minha vida posso dizer que vivo um conto de fadas todos os dias. E que inúmeros finais ainda mais bonitos que os dos contos de fadas já existiram em minha vida, que insistiu em continuar seguindo seu rumo transformando o final em metade de mais uma história.
Já despertei Belas Adormecidas, encorajei príncipes, já fui príncipe e já vivi princesas em várias histórias. Parando de contar no momento certo, minha vida é o maior acontecimento encantado de todos os tempos.
A magia acontece todos os dias. Basta saber o momento certo para se escrever o "The End".

sábado, 18 de agosto de 2012

A (eterna) indefinível

Chegou e quis voltar. Chorando.
Foi e quis ficar. Chorando.
Chorou. Chorou. Chorou. Chorou e chorou. Chorona...
Fuçou e quis mais.
Soube mais!
Sentiu mais!
Viveu mais!
Fuçou. Não gostou. Ainda assim fuçou.
Chorou.
Chorona...
Compadeceu. Indignada. Indignada! Revoltou.
Brigou mais!
Gritou mais!
Raivou mais!
Chorou. Chorou. Chora mais, chorona...
Riu. E rindo gargalhou. Gargalhou! 
- Quero ser livro amorzinho!
- Quero ser música amorzinho!
- Quero ser filme amorzinho!
Não dá. Poema grandioso assim arte nenhuma aceita. Falta de espaço.
Vai ser gente vai, Tatiana...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Cuspe cuspido

Até os 14 anos, o máximo de conhecimento que eu tinha de São Paulo era fruto de duas viagens ao Playcenter, em excursão com o FISK, além de todas as matérias de TV regadas a enchente, poluição e violência. Nas viagens, ficávamos dentro do ônibus no caminho até o parque e todo o cheiro ruim que sentíamos nesse trajeto simbolizava o Tietê:
- Ihhh, agora a gente tá passando pelo Tietê! - alguém gritava.
Também teve a vez que eu, minha mãe e irmã viajamos de ônibus ao Rio de Janeiro e no caminho, deveríamos descer em São Paulo para pegar outro ônibus.
- Tem que descer na rodoviária do Tietê, o ônibus vai parar primeiro na rodoviária Barra Funda, mas você desce no Tietê! - alertava meu pai para a minha mãe, antes de entrarmos no ônibus.
Minha mãe vomitou a viagem inteira, minha irmã de 5 anos também e, na primeira parada que o motorista gritou "São Paulo!" depois de 12 horas de viagem, descemos esbaforidas e meio segundo depois do ônibus partir minha mãe se ligou na cagada. Pegamos um táxi até o Tietê e com ele o típico trânsito paulista. Gastamos os olhos da cara, isso mesmo o taxista sendo pernambucano igual a minha mãe e dando desconto.
Até os 14 anos, a imagem que eu tinha de São Paulo era só de um lugar feio, cinza, fedido, caro, cheio de água, violento e ingrato. Foi naquela viagem ao Rio que jurei nunca morar... aqui, onde moro hoje. Aprendi a ver São Paulo com outros olhos, aprendi a me abrir ao novo, ou àquilo que não tinha visto antes. Que São Paulo tem, sim, todas essas características não nego. Mas na minha balancinha pesei bem se o que eu ia ganhar morando aqui não superaria a parte ruim. Por enquanto, meu lado paulistano anda vencendo.
Eu jurei não trabalhar sem ser carteira assinada, eu também jurei não trabalhar em lugares onde deveria pegar ônibus, eu jurei não ir para lugares chiques porque não sei me vestir bem. Daqui 14 dias vou me entregar a tudo isso que reneguei e estou incomensuravelmente (palavra grande porque o sentimento é idem) feliz. Depois de tantas juras e juras descumpridas comigo mesma, em nome da minha felicidade, aprendi só uma coisa, a não jurar. Aquele cuspe que você lança em algum lugar volta depois para te cobrar. E engolir cuspe cuspido, meu filho, não dá.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nemo tenetur se detegere.

Sempre imaginei que o grande mal era a política, nascido na ditadura, numa época que na infância ouvia que agentes infiltrados em escolas para flagrar detratores do sistema e que estavam a mando dos políticos. Demorei para entender, assim como havia territórios nos mapas de Geografia, que seríamos uma democracia, com um presidente ou melhor vice presidente e que o preço a ser pago era a não prisão dos ditadores assassinos.

Talvez seja o efeito trade off, ou mesmo a falta de prática na honrosa prática da contestação.

Nessa mesma época, os bonzinhos eram aqueles que lutavam contra o status quo, subiam em palanques, faziam greves, não se barbeavam, fumavam aos olhos vistos e até alguns eram brilhantes intelectuais.

Bons tempos aqueles...hoje já não acredito em bonzinhos. Talvez por isso não sei mais me posicionar e pior em quem votar. Embora, acredite que a política em meu dia a dia já não faça tanto mal assim. Sendo assim, elegi outro grande mal. Pois é, fui criado assistindo novelas e só consegui entender o universo ao meu redor, dividindo-o entre os benévolos e malévolos.

Voltemos, o grande mal são os Bancos de Dados.

Agora mesmo estou alimentando-os, sem ter o direito de saber o que vão fazer com os preciosos dados que gero a cada acesso, a cada cadastro que preencho e a venda que esse aplicativos são de "graça". Embora nós estamos trabalhando para ELES.

There's no such thing as a free lunch.








quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quer ficar rico em 30 dias?

Você já ouviu aquele ditado "quem desdenha, quer comprar"?

Se ele for mesmo um retrato da realidade, sou o meu próprio sonho de consumo. Pois nunca vi alguém ser tão autodepreciativo quanto a mim. E não é esperando por confete, não. Sou assim desde sempre. Às vezes é tão automático que nem percebo.

Acho que é minha forma inconsciente de afirmar que não sou uma iludida, que sei que sou uma catástrofe. Sim, de vez em quando uma auto-piadinha até que é legal. Mas nas proporções que eu me esculacho esse hábito se torna lamentável. 

Foi refletindo sobre isso que surgiu a inspiração para a minha meta dos próximos 30 dias: ficar (ou ao menos tentar) esse período sem me menosprezar. Seja da forma que for. Não poderei me desdenhar nem física, nem material, nem mentalmente. Até piadas de loira estão proibidas de saírem da minha boca.

E o modo que eu terei para monitorar isso? Você será meu fiscal e o meu calo será o meu bolso. Se eu fraquejar, você pode me cobrar, pois deverei a você um real a cada deslize detectado.

Posso contar com sua ajuda?

No próximo dia 15, eu conto como foi a experiência, quantos milhões de reais fiquei mais pobre e quem eu planejo sequestrar para quitar a dívida.

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Obs: A ideia original não é minha. Ano passado passei por um blog de uma garota que tentou ficar 30 dias sem reclamar (ou algo do gênero) e achei a iniciativa muito bacana. Depois de todo esse tempo ensaiando, decidi tentar. Quem sabe, old habits don't die so hard assim. 


terça-feira, 14 de agosto de 2012

WE CAN DO IT!

Há mais ou menos um mês uma frase tem permeado meus pensamentos. A cada passo que eu dou, e coisas acontecem essa frase vem me dizer aquilo que já está tão claro. 

"Grandes decisões sempre vêm acompanhadas de grandes acontecimentos." 

O ponto que eu quero passar pra vocês é o do nosso domínio diante das coisas que fazemos e das coisas que poderíamos fazer não fosse a nossa covardia, ou a nossa deficiência racional/sentimental. Eu acredito, e sempre acreditei numa força maior, não um Deus, ou algo do tipo, mas um universo cheio de energia que conspira para que as coisas aconteçam conforme o nosso pensamento pede, logo, se eu penso coisas boas, coisas boas acontecerão, mas se ao contrário, meus pensamentos estão regados de coisas ruins, não tardará para que elas cheguem até mim. E é isso que devemos fazer, filtrar nossos pensamentos, limpar nosso baú de memórias pra que o universo possa conspirar para as coisas certas, e elas certamente virão. 

Os pensamentos são teimosos, talvez a parte mais independente de todo o nosso corpo, mas é preciso dominá-los, and we can do it! Seja através de práticas de meditação, ou um simples exercício de filtrá-los, seja como for, o importante é ter a mente iluminada, limpa, com pé direito alto e coisas coloridas enfeitando. 

Do mesmo modo devemos pensar nas decisões que tomamos diariamente, ou nas decisões que deixamos de tomar. É necessário coragem e determinação para fazer o que deve ser feito, mesmo doendo ou deixando marcas profundas, etc. A real é que não temos como fugir, temos que tomar decisões o tempo todo, então pra quê sacrificá-las e fazê-las ruins ao invés de acertar e fazer aquilo que instintivamente (se é que isso existe) já sabemos que é o melhor? 

Dê uma mão pro universo poder conspirar em paz na sua vida. 

Boa  sorte! 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

19:17,26

A mulher de Ló o fez.
Orfeu, por Eurídice, também o fez.
E todos aqueles que, com medo, mas curiosidade, olharam para a Górgona assustadora, também o fizeram.
Não era sem razão que Medusa vivia na escuridão da Ciméria; Tampouco era sem razões que Orfeu não deveria fazer, mas, à beira de um grande feito, olhou para o mundo inferior.
E o que dizer da pobre mulher de Ló.
Na fé, na marra ou na dor é que aprendemos que o passado pode ser bom para se olhar de longe, mas pode nos manter a 20 mil léguas submarinas com uma âncora chamada neurose.
Na estante do tempo que se foi, deve-se ter a coragem de jogar toda quinquilharia que sentido já não faz. As dores, desamores, mágoas e amarguras ocupam espaço demais.
O que se deve manter sem poeira é o que nos motivará a seguir.
Toda filosofia barata ou auto ajuda já sabem disso há muito tempo – e o tempo? Ah! ele nós fará saber também; 
mas só quando o relógio muda de 23:59 para 00:00 é que tenho a certeza que só por hoje não petrificarei.
Não olhar nos olhos da medusa e não se distrair com o que ficou no passado desocupam nossa mente para o hoje e vivendo com os pés no presente (pode clichê?) se impede que nossa cabeça se vire para trás. Pode-se imaginar que isso é quase um trabalho de Sísifo.
...e pobre da mulher de Ló, que nem mesmo do nome se soube, por mais hoje está sozinha a se perder em partículas no vento, por que eu não virei estátua de sal.

domingo, 12 de agosto de 2012

Se está ruim na Suécia,imagina aqui...

Em um mundo de boas intenções,frases meigas e beijos virtuais, muitos assuntos são empurrados para debaixo do tapete.
Mexer neles então parece coisa de gente preconceituosa,racista,intolerante e reacionária.Se está tudo escondido,talvez por milagre possa desaparecer.
Uma blogueira sueca publicou um texto e foi rapidamente condenada,chamada de racista.
Quando estou de bom humor não acredito nas diferenças de gênero,pelo contrário,defendo a idéia de que todos somos humanos e agimos de acordo a nossa consciência, não de acordo ao gênero.Mas em dias não tão bons acredito que existe uma linha invisível que separa o pensamento masculino do feminino.
E ao ler o texto da blogueira, publicado em um site americano,tive certeza disso.Parece que as mulheres conseguem decifrar imediatamente o que ela quis dizer, já os homens reagem e chamam ela de racista e xenofóbica.
A moça conta sua vida na Suécia,esse lugar que para muitos parece o paraíso.Cresceu na igualdade e na justiça.Mesmo assim saiu várias vezes dessa bola de cristal, viajou o mundo inteiro e conheceu outras culturas.
As amigas estrangeiras se cansou de explicar o conceito de paquera na Suécia.Quem gosta de uma pessoa vai lá e puxa conversa.Ao contrário do resto do planeta os homens suecos aprendem desde pequenos que as mulheres são iguais a eles,essa frase de `homem pode,mulher não ´ não existe lá.
Mulheres não são objetos,não são tratadas como brinquedo,não são propriedade de ninguém.Eles não conhecem essa divisão cultural na qual vivemos e parece natural,onde é o homem que tem a iniciativa .
Um dia na Suécia a moça estava com suas amigas em um parque. E ali deitadas, pegando o sol,começaram a escutar comentários de baixo calão.Ao se virarem repararam em um grupo de estrangeiros.Com medo,preferiram ir embora.
No texto ela é clara,defende a imigração, como sueca entende o conceito de direitos humanos melhor do que ninguém, entende a necessidade que existe detrás da imigração e como grandes países se constroem na mistura de diferentes culturas.
Mas sabe também que países como Suécia,Finlândia e Noruega são exceção no mundo.
A Noruega discretamente começa a apresentar rachaduras na parede.Com a imigração os serviços públicos começaram a sentir o peso,o sistema que antes funcionava perfeitamente,agora começa a mostrar sinais de cansaço.
E a questão cultural, que essa moça levanta no texto? Imigrantes não trazem só a vontade de trabalhar e construir uma vida,também carregam sua bagagem cultural,social,emocional.
As suecas que não conheciam o sexismo e o machismo,estão começando a sentir o mesmo desconforto e medo que as latinas,européias e orientais sentem.
Ela pergunta  -É normal se sentir despida com olhares de estranhos?
Não, normal não é,  mas acontece.Muitos homens que chegaram como imigrantes a Suécia levaram o costume  de desnudar as mulheres com o olhar,olhar os seios indiscretamente,fazer comentários de cunho sexual,usar palavras de baixo calão e passar a mão em transporte público.
O horror da sueca diante dessa nova realidade é o horror de quem nunca passou por isso.Como essas meninas suecas vão poder se defender se nem sabem o que é isso? Elas não conhecem as agressões que quase todas as mulheres passam no mundo inteiro, nunca foram tratadas como objetos nem consideradas brinquedos sexuais.
Até em países de primeiro mundo como os Estados Unidos existe uma campanha para ensinar as mulheres a dizerem `não ´ e os homens a entenderem esse `não ´,um país poderoso ensinando isso,diante do enorme número de estupros em campus universitários,já que os americanos confundem as coisas como os latinos e tendem a acreditar que se uma mulher freqüenta alguma festa na universidade está automaticamente pedindo por sexo.
Apesar do cuidado,o texto da sueca caiu em desgraça.
Os homens que leram o blog acusam ela de ser xenofóbica e incentivar o ódio aos estrangeiros.Ela se defende, dizendo que apenas quer de volta o direito de freqüentar parques e não se sentir assaltada sexualmente,nem por gestos nem por palavras.
Por matemática a blogueira deveria saber que não tem pra onde correr.Existem apenas três países no mundo que respeitam a mulher e com o passar do tempo eles serão invadidos por outras culturas,acostumadas a maltratar e abusar das mulheres.
Em poucas décadas a cultura predominante na Suécia será estrangeira e com o tempo todos os tipos de violência serão inseridos no dia dia delas.
Hoje parece anormal alguém passar a mão em uma mulher sueca em um transporte coletivo.Mas e amanhã?
O futuro? Será pior do que ela imagina.Fechar as fronteiras é considerado um gesto de má  vontade política, xenofobia e não resolve a questão.Já existem suficientes imigrantes na Suécia com filhos, passando de geração em geração a idéia de que mulheres são objetos.
O mundo pode mudar e deixar para trás essa mentalidade?Não.Pelo menos não será nesta vida,ainda vai levar uns séculos.
Não houve tempo das coisas mudarem e se transformarem como foi na Suécia.Agora as mulheres de lá estão condenadas a perder o status de cidadãs e se tornarem mulheres,como no resto do mundo, esse gênero perseguido,torturado,estuprado e escravizado.
Era para que nós mulheres latinas,européias e orientais chegássemos ao ponto onde as suecas estão.Éramos nós que sonhávamos morar em um lugar sem preconceitos,mas o mundo virou do avesso de vez  e agora serão as suecas e norueguesas que vão se unir a nós.Parece que os machistas ganharam e não existirá um lugar na Terra onde uma mulher não seja tratada como objeto.

Mas as coisas ainda estão acontecendo e a história sempre pode tomar outro rumo,talvez  isso que aconteceu na Suécia seja um alerta para todas as mulheres no mundo para pressionar os governos a investir na educação,só ela pode mostrar o caminho certo para todos e garantir  uma sociedade melhor e igualitária,onde os direitos de todos sejam respeitados.

sábado, 11 de agosto de 2012

Piano

Estava ali sentado na cauda do piano velho de que meu avô havia deixado de herança para a família. No testamento não havia nada mais que um piano e uma casa imensa. Imensa e sem móveis já que por um erro de grafia, advogados e promotores interpretaram dinheiro e bens “supérfluos” como “parte” da doação aos institutos pobres do estado em que eu morava. Malditos democratas que esqueceram que tanto dinheiro dividido entre tantas instituições iria dar tão pouco que mal poderiam comprar mais do que um conjunto de moletom para cada velhote abandonado e crianças órfãs, e de lambuja, criaram mais uma família pobre com um imóvel desvalorizado devido à sua localização, aos impostos dele cobrado e à manutenção que daria para restaurar cada coluna de madeira já corroída pelo tempo.

Agora não importa mais, ali, sentado na cauda daquele piano velho e, agora, desafinado, fechei meus olhos e pude ouvir com delicadeza um conjunto de notas suaves. Notas que traziam até meu rosto a sensação da brisa leve do outono, o barulho das folhas secas que caíram das árvores e se espalhou pelo jardim plano e o cheiro do café forte da vovó misturado com o cheiro dos biscoitos frescos que esfriavam na janela da vizinha. Era como voltar no tempo.

E de repente todo aquele cheiro e aquele som, juntavam-se pouco a pouco com a música do piano e se transformara numa imensa orquestra satisfatória e, com um pouco mais eu já podia voar com um sorriso puro em minha face até que a realidade, que nunca brinca em serviço, me alerta: “Quem está tocando o piano?”.

Não havia ninguém, não havia música, nem desafinada.


Encontre mais no livro Rascunhos Vivos
Retirado de http://www.rascunhosvivos.blogspot.com

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Bobagens românticas

Sentados na cama, conversávamos bobagens. Bobagens românticas de um casal apaixonado. Ao redor, um quarto bagunçado com roupas, taça de vinho, velas apagadas...porém, na cama, uma harmonia existia. Harmonia de dois corpos que se encontraram e conseguiram se comunicar. Uma comunicação silenciosa. Não foram precisos desculpas, argumentações, frases elaboradas. A linguagem estabelecida foi tecida pelo olhar cúmplice, pelo toque suave, pelo aroma dos corpos... Uma dança de desejos foi ensaiada durante a noite. Mas o resultado final era observado, agora, com você do meu lado. Sorrisos. Olhares. Beijos. Corpos nus que reconheciam sem se tocar a natureza corpórea do outro, porque souberam antes reconhecer a natureza afetiva do que foi gerada no silêncio do cotidiano. Em um silêncio de detalhes, de cuidados onde você foi o alvo de uma atenção que nasceu, foi gerada no dia em que tomamos café juntos – por um acaso – e que você me disse: “Você tem um jeito meu de ser. E aposto que tenho um jeito só seu de ser. Como sei disso? Não sei. Mas estou afim de descobrir desde quando você entrou neste café e eu observava você!”

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um Salve!

  Quando a gente nasce, não sabe lá fazer muita coisa.
Dormir, comer, defecar, urinar, chorar, reclamar, dependendo dos outros para tudo. A vantagem é que bebê é coisa fofinha.

  Parece incrível que tanta gente, com décadas já acumuladas, não tenha ido muito longe e não faça muito mais do que fazia quando nasceu.

  A parte chata é que você, gordo(a), beberrão, churrasqueiro, preguiçoso e eterno lamentador da vida, não é mais fofo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Da serenidade e da elegância.

É notável a agitação das águas que se esconde por sobre serenidade superficial de Inquietos (no original, Restless), filme de 2011 de Gus Van Sant que conta a história de Enoch (Henry Hopper), Annabel (Mia Wasikowska) e Hiroshi (Ryo Kase). O primeiro perdeu os pais em um acidente, e desde então é obcecado por pensamentos mórbidos, frequentando funerais de desconhecidos e caminhando por cemitérios. A segunda é a paciente terminal de câncer por quem ele se apaixona. E, o terceiro, o fantasma de um kamikaze japonês que acompanha Enoch como um amigo imaginário desde que este acordou de seu coma após o acidente.

A sensibilidade de Van Sant com o filme e sua história é essencial. Em um dos extras do DVD da obra, é revelado que, durante as filmagens, o diretor estabeleceu uma “brincadeira”: após a filmagem de cada cena, esta seria repetida, com as câmeras ligadas, mas com os atores tendo que se comportar como se estivessem atuando em um filme mudo. Há algumas capturas preciosas desse silêncio, expressões dos atores que talvez passassem despercebidas sem essa estrategia. Há uma infiltração maior das tais águas turbulentas, e da tal inquietude, que percorre cada um dos três protagonistas, por baixo de suas diferentes formas de aparentar invulnerabilidade.

Restless seria um filme deselegante se fosse completamente frio, um filme raso se capturasse só o adorável otimismo de Annabel e o doce distanciamento de Enoch, e um filme sufocante se tratasse à flor da pele todas as emoções que encerra. É essa fraqueza dos olhos, das mínimas expressões que Van Sant captura brilhantemente de seus incríveis atores, que faz o filme escapar dessas três armadilhas para se tornar uma das mais tocantes, elegantemente discretas e realistas produções dos últimos tempos.

domingo, 5 de agosto de 2012

Dicionário

li.ga.ção

s.f.1. Ato ou efeito de ligar; ligadura, ligamento.

- Oi, tudo bem?
- Tudo e você?
- Indo.
- Pra onde?

(desligou o telefone)

2. Junção, união.

Depois da pergunta do Padre, ele disse o sim querendo dizer não, nunca, jamais. Aquela argola dourada no dedo da mão esquerda seria como uma prisão em regime fechado.

3. Conexão.

Bonequinho verde e bonequinho azul dançam agarradinhos girando no mesmo eixo. (Online)

4. Coerência.

Aquela relação não tinha nexo, mas tinha sexo incoerente.

5. Laço, vínculo, relação entre pessoas.

Interesses: pele, pensamento, ideias, ideais? Energia, aceitação, carência, promoção?

6. Convívio sexual; amasio, concubinato.

- Pega aqui. No meu pau não. Eu disse aqui, no meu peito.

(tinha o sexo a flor da mão)

sábado, 4 de agosto de 2012

Formas universais de aproximação

Criança: -Quer brincar?
Homem: -E o curintia, hein? (Substituir pelo time mais popular da região)
Mulher: - Qual a cor do seu esmalte? 



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Na Bahia.

Enquanto você me lê, eu voo pra Bahia. 

Primeira vez nas terras do Salvador, de todos os santos. 

Do axé, da capoeira, do Caetano Veloso. 

Mas por que escrever sobre um lugar que nem fui? Por que não esperar a viagem e depois relatar? 

Não sei, só sei que nem sei. 

Sou assim, com a ansiedade gritando dentro de mim, fazer o quê? 

Sofro pela curiosidade, pela vontade do novo, do que está por vir. 

Imagino mundos e me surpreendo com expectativas falsas que eu mesmo crio. As quais finjo serem reais e que me fazem quebrar minha própria cara. 

Ou não.

Às vezes são estas expectativas que me movem. 

E que me fazem feliz, porque prefiro o tombo alto daquilo que não alcancei a forçar a visão para enxergar alto o chão que meus pés poderiam, um dia, chegar a pisar.

Por isso escrevo antes.

Por que estou ansioso com a Bahia, que devo estar conhecendo.

Neste instante em que você me lê.