domingo, 30 de outubro de 2011
Ver Sem Olhar
sábado, 29 de outubro de 2011
De Karla, para Ana
"Você receberá amor
Você receberá cuidado
Você receberá amor
Você tem que confiar nisso..."
"All is full of love, You just aint receiving, All is full of love, Your phone is off the hook, All is full of love, Your doors are all shut, All is full of love!"
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
O tempero da ousadia
Sinto-me impotente por não falar esse espanhol perfeitamente, não podendo muitas vezes mostrar meu eu. E a redenção vem justamente nessa parte, de não mostrar meu eu, de não me preocupar com o que pensam, de ser uma pessoa que pode fazer oitocentas cagadas e ir embora em alguns meses sem me preocupar em ser ou não aceita por essa sociedade louca.
As pessoas são bem caretas, verdade. E isso pra mim soa como um desafio: o de parecer cada vez mais diferente para elas. E tirar delas o preconceito social asqueroso que carregam. E assumir coisas loucas que eu jamais assumiria para qualquer um que eu conhecesse no Brasil. Por exemplo, ‘Oi! Eu já fiz sexo no pasto e acordei ao lado de uma vaca!’. Eles fazem uma cara de ‘que menina louca dos infernos!’. E ao mesmo tempo eu trato de conquista-los de outras formas, sendo divertida e amiga. (LEMBRANDO QUE ISSO É UM EXEMPLO, OKAY MÃE?).
E as vezes, não sei, mas sinto bem falta dessa ousadia minha. Na verdade, descobri que tenho essa ousadia morando aqui, e tenho medo de perde-la quando voltar. Não que eu tenha que sair por aí contando minha vida íntima e pessoal para qualquer indivíduo careta na rua, mas sim de não ter medo de assumir o que sou, as minhas vontades e as minhas manias. Passei anos, e confesso que ainda passo, influenciada por minha passividade lasciva e repugnante. Odeio ser assim, odeio! Odeio ter medo de me expor e poder incomodar os outros. Odeio ter esse pavor que cobrar dinheiro, de ter que falar pra alguém que ela está me irritando, que mandar alguém calar a boca, ou de falar que não como carne quando meus amigos estão escolhendo uma pizza. E ao mesmo tempo, eu ODEIO ser tola assim e me esconder o tempo todo.
Mas, se pensar bem, do mesmo jeito que eu não me incomodo da pessoa me pedir um gole de coca-cola, ela não vai se incomodar se eu pedir igual. E é bem isso que estou aprendendo aqui. Aprendendo a pedir ajuda para não me perder na rua, aprendendo a pedir o celular emprestado quando quero pedir empanadas, aprendendo a falar não quando eu quero falar não. E perceber, claro, que as pessoas não se incomodam com a sinceridade, e sim com a falta dela.
A insegurança está ligada à expectativa da resposta alheia. Assumir a responsabilidade de uma simples pergunta é perigoso para quem é sensível à opinião alheia. Enquanto se está na zona de conforto na normalidade, seguindo o beabá do que você deveria fazer como um exímio cidadão, ninguém te olha torto. Afinal, você ‘parece’ normal. Mas ao sair dessa estrada principal e começar a trilhar novos caminhos, os olhos ao redor começam a se arregalar para ver onde você está indo. O problema desse olhar é identificar os dois lados: em que ponto ele não se importa com seu rumo e em que outro ponto ele se importa tanto que tem medo que você o leve junto. Nas vezes que ele não se importa, como o gole de coca-cola, abstraia e viva sem neuras. E nas outras vezes, tente leva-lo junto. Quem sabe bem aí você não encontra seu parceiro para ousar.
Temperando a vida.quarta-feira, 26 de outubro de 2011
A primeira leitura de um autor ou acerca da memória
Uma das minhas lembranças mais marcantes de descoberta de um escritor vem da leitura de Relatos de um certo oriente, de Milton Haltoum. Na primeira semana de um ano qualquer, somente porque o lia, chorei desesperadamente numa rodoviária entranhada no meio das rondônias. As pessoas me olhavam curiosas; por fim, quiseram me consolar e trouxeram-me um copo d’agua e me ficavam ainda mais atônitas quando eu dizia que chorava por causa do livro que estava lendo.
Lembro com muita nitidez quando li O processo, de Kafka. Rodeada por livros da biblioteca da minha professora de literatura, eu estava apaixonada e, por isso, sentia-me toda intensa, pronta para tudo e abismava-me sem amarras com aquele mundo labiríntico do sem-explicação e com aquela morte absurda no final.
Porém, uma das minhas lembranças mais fortes está relacionada à leitura de Crônicas de uma casa assassinada, de Lúcio Cardoso. Vários dias depois da leitura, ainda sentia o cheiro das violetas podres e do corpo apodrecido entre as violetas, aterrorizada com aquela catarse delirante de revelações. Desde que vi os objetos de Farnese de Andrade relaciono-o com o universo literário de Lúcio Cardoso. Penso que só ele, no Brasil, pode ser comparado a Lúcio:::: a este desespero pelo próprio destino e o da humanidade.
Ainda lembro do primeiro livro que li do Graciliano Ramos, que não poderia ser outro senão Vidas Secas. Li-o numa tarde em que fui visitar uma pintora. Foi lá que descobri que nas pinturas existiam fundos de uma cor só. Eu deveria ter uns onze anos. Mas é da época de São Bernardo que me recordo melhor: aquelas corujas que não paravam de piar à noite se misturaram com minha própria coleção de corujas. Nunca mais deixei de ler Graciliano.
Lembro, ainda, de Cem anos de solidão, do Gabriel Garcia Márquez. As memoráveis primeiras páginas; o gelo que queimava, os lençóis brancos voando... e o mesmo choro que irrompia em mim. Dessa vez, tanto o agora quanto o porvir pareciam maior que o mundo. E havia tanta gente linda ao meu redor::: do adolescente que me olhou com cara de "é claro" quando eu lhe perguntei se já havia lido Cem anos de solidão ao homem capaz de agregar uma porção de leitores ao seu redor, formávamos uma espécie de confraria que se reunia naquela livraria que não existe mais.
Lembro do encantamento com Cantares, de Hilda Hilst, que nunca mais se repetiu em nenhuma de outros dos seus livros que li. Carreguei-o pra cima e pra baixo numas férias em que estava fugindo de mim mesma. Ou em busca de mim, não sei. Lembro que recolhia pedaços de um amor que, sendo amor, há muito deixara de sê-lo.
Ainda poderia ficar por muito tempo a escarafunchar minha memória, descobrir que a tenho, mas agora ela me pesa muito, como se carregar tanto dentro de mim explicasse por que é preciso que hoje eu esteja fazendo 37 anos, e não menos como gostaria. Paro, então, por aqui, surpreendida com os retalhos do meu passado. Não quero chegar naquela noite branca em que, com O inominável, de Samuel Beckett, dentro da minha bolsa, eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo e prometia a mim nunca me dar menos do que a felicidade absoluta. Paro porque existem promessas que não podem ser cumpridas e, por isso, são tão bonitas de serem feitas.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Magnólia
Eu e minha vida a La novela mexicana nos deparamos, vez ou outra, com acontecimentos surreais a nossa volta – isso quando não é com a gente. Isso me faz pensar que eu, definitivamente, gosto do estrago. Do desassossego da alma. Da ansiedade que prende a garganta. De choros. Noites mal dormidas. Dores de cabeça. Nada de a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo. Tem como controlar essas rasteiras que a vida nos dá? Isso porque eu disse que ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro (é, Belchior, não foi dessa vez). Mas se a missão é ir, sobretudo em frente, o que a gente deve fazer? O que passou passou, e o passado é uma roupa que não nos serve mais, no seu sentido positivo de deixar as magoas de lado, ou devemos adotar uma perspectiva radical, o que passou passou, adeus? Justo eu, que sempre quis ter paz. Qual o limite entre a razão e o sentimento? Qual deve, ou deveria ser prioridade nas nossas decisões? Relações? Preocupações? Fico perdida nesse fogo cruzado de dúvidas que atingem a minha cabeça a cada segundo. Quanto tempo dura uma mentira dentro da gente? Algumas, a vida inteira. E o que fazer com ela? Racionalizar? Dar sentimento e cor (afinal, somos todos humanos o suficiente pra errarmos e errarmos e acertarmos e errarmos e acertarmos infinitamente)? A hora errada, o lugar errado, a palavra errada deveria condenar uma vida? Um futuro? O presente? Quanto tempo leva para que o perdão entre dentro da gente? Alguns, a vida inteira. E a gente fala em benevolência, perdão, compaixão, esquecimento e felicidade. E não sabemos nem a metade dos seus significados. E não sabemos também amar nem metade das suas faces. E só sabemos culpar (porque racionalizar é fácil quando não se é o outro). E julgar. E se imaginar naquela situação executando ações que, provavelmente, não estaríamos executando. Ou estaríamos. Nunca se sabe, a vida é imprevisível (e quem disser o contrário está mentindo). E essa imprevisibilidade que fere e vibra, me encanta e angustia, quase que simultaneamente. E a única coisa que não me sai da cabeça é esse tal do amor, tão sonhado. Quanto tempo ele dura dentro da gente? Em mim, a vida inteira.
Ps. A imagem é do filme "Magnólia". Dizem que é a flor do perdão. Vale a pena assistir a esse filme (apesar de denso, tenso)! Se não me engano, tem duas músicas do Supertramp. =)
Trailer do filme
http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/magnolia-040264D8A963A6?types=A
domingo, 23 de outubro de 2011
Calma, tá tudo bem agora!
É verdade. Às vezes demora, mas uma hora fica tudo bem.
Depois de 11 anos consegui o emprego dos meus sonhos.
Finalmente deu certo.
Estou com a mesma sensação de quando terminei a São Silvestre: "Sou eu mesmo?"
Só sei que fico esperando o Sérgio entrar no escritório e falar "Pegadinha do Mallandro". Já tem uma semana e isso ainda não aconteceu.
É estranho, a gente deseja tanto uma coisa e quando acontece não acredita.
É como se eu achasse que não mereço.
EU MEREÇO PRA CARAMBA, POXA!!
Queria dizer para uma pessoa que como eu, não acreditava que eu fosse conseguir:
-Se fodeu.
Eu penso em você mais do que eu gostaria. E não é de um jeito bom.
sábado, 22 de outubro de 2011
"Turma da Mônica Velha" ou "Ensaio sobre as peculiaridades do Tempo na Rua do Limoeiro"
Me lembrei disso porque, um dia desses, uma amiga minha me confidenciou um de seus segredos mais curiosos. Disse ela que, quando criança, se sentia a menina mais sortuda do mundo por ter "nascido criança", uma vez que as pessoas que a rodeavam, segundo seu imaginário, já tinham nascido tal e qual as conhecera, crianças, adultos ou idosos, o que fazia de sua avó uma desafortunada, que já nascera com rugas e sofrendo de artrose!
Os anos foram passando e minha sortuda amiga foi descobrindo que não era tão sortuda assim. Espinhas foram aparecendo, o corpo desenvolvendo e ela adolescendo... o tempo fez sua parte e ela descobriu que, afinal de contas, não ficaria eternamente estacionada em sua condição infantil: adolesceria, adulta seria e, com sorte, envelheceria sem artrose (mas provavelmente com rugas).
Nossos heróis e heroínas iam muito bem até que Maurício (uma espécie de Deus deles) resolveu que eles deviam ser todos jovens descolados e modernos! O tempo, tão peculiar na Rua do Limoeiro, passou do nada e lá estava Cebola flertando com Mônica, agora uma periguete. Magali, claramente sofrendo de anorexia, passou a comer "um pouquinho de cada coisa", enquanto Cascão (ah, Cascão...) traiu a curiosa alcunha e passou a se banhar com regularidade espantosa. Os meus ídolos não eram mais os mesmos e as aparências me enganavam, sim!
Mas Maurício ainda não estava satisfeito e os jornais daquela fria manhã de Setembro estampavam na capa o seu mais cruel plano infalível: o tempo na Rua do Limoeiro, o último reduto de eternidade, iria passar pra valer! O jornal anunciava que eles iriam envelhecer em tempo real, ano a ano, aniversário a aniversário, tal e qual acontece com minha amiga!
Confesso que meu mundo caiu por alguma horas, quiçá por alguns dias. Meu rendimento no trabalho caiu sensivelmente, minhas notas desabaram na faculdade... ficava imaginando as coisas mais terríveis que poderia acontecer com eles: a historinha em que queda de cabelo do Cebolinha se acentuaria ao ponto dele ter que fazer transplante capilar, aquela em que Cascão se aposentaria por invalidez, o episódio em que Mônica daria bengaladas nos velhinhos do asilo porque eles escondiam sua dentadura e pixavam nas paredes “Mônica banguela”... até o desfecho óbvio: o último quadrinho! A morte! O último fim no canto inferior direito da página!
Mas o tempo fez seu trabalho de novo e eu fui me conformando com a ideia, tal qual alguns anos atrás minha querida amiga teve que se acostumar com a ideia de que era, afinal, mortal. Percebi que Maurício não estava sendo tão original assim, que tinham inventado a mortalidade muito antes dele e minha amiga até já sabia disso.
Bom, se até na Rua do Limoeiro o tempo insistiu em passar, o jeito é de vez em quando, tal qual na máquina do Franjinha, voltarmos no tempo para sermos crianças de novo... nem que for só um pouquinho!
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Pinóchio
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Nós
Foram dois meses e meio. Sem paciência, com conta, e saudade, uma monstra saudade.
Saudade de muita gente, mas monstra mesmo da Tatiana Carolina Lazzarotto. A que sempre está presente, e a que eu mais negligenciei nesses cansados dias. Acabou Tatiana. Não nós. Acabou os dias cansados.
Nós não, nós vamos aproveitar os próximos dias juntos, sempre. Nós daremos importância ao importante. E só. Nós sabemos onde estamos. Estamos aqui.
Eu te amo.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Moranguinho
Decidi me render a uma brincadeirinha do Facebook em homenagem ao Dia das Crianças. Pelo puro prazer da nostalgia, claro. Até dei umas boas risadas com quem queria discutir como a foto de um personagem de desenho no perfil poderia combater a exploração infantil, entre outras babaquices. Era uma foto só para matar a saudade. E eu matei.
Quase tasquei o Gato Guerreiro, porque eu era fã de carteirinha do He-Man. Mas não. Teve outra personagem mais marcante na minha infância. E tão marcante foi que povoou minha festa de 1 ano, a primeira de muitas superproduções elaboradas pela minha mãe.
Embora Moranguinho tenha me homenageado, nunca tive a boneca. Talvez por isso eu era tão fissurada pela sua imagem. Talvez por isso, ou nem pensando nisso, meu pai se aproveitou da minha inocência e me contou uma história igualmente inocente. Disse que sabia onde morava a Moranguinho. Era uma casa na rua Ernesto Beuter, bem no Centro da nossa pacata cidade. Uma casa azul, com janelas brancas, decoração singela, com detalhes trabalhados na madeira e um jardim de flores coloridas e árvores frondosas. Casa de boneca.
Acreditei piamente nisso. E toda vez que meu pai fazia menção de sair eu chorava para ir junto e ver a Casa da Moranguinho. Ele estacionava o carro do outro lado da rua e eu ficava por longos minutos contemplando a casa. Era um dos meus grandes prazeres de criança.
Nunca vi a Moranguinho. Hoje tem uma grande loja de móveis construída no lugar. Queria que a casa ainda estivesse lá, para poder bater na porta e agradecer ao morador por ter tido uma casa tão bonita, que alimentou minha fantasia. Sou uma das poucas crianças do mundo que conheceu a casa do seu ídolo. Por mais que seja uma casa de verdade abrigando um desenho e que isso não faça sentido algum, eu tive sorte. Tenho sorte de ter vivido num tempo em que a gente não precisava fazer sentido. Tenho sorte de ter a imaginação a meu favor. Tenho sorte de ter tido um pai paciente aguardando que minha imaginação viajasse em coisas sem sentido.
domingo, 16 de outubro de 2011
Até o Bandeira sabia...
Às vezes me pego pensando sobre as diferentes decisões que tomamos e como elas influenciam a nossa vida. O pior que muitas dessas decisões são tomadas sem qualquer razão ou lógica, isso é demasiado inconseqüente, se lembrarmos que temos uma única vida, como já dizia Vinicius de Moraes.
Lembro-me de F. L., com 2 formações acadêmicas na USP, perspicaz de uma beleza não óbvia que se notava somente após o engate adequado de um assunto.Hoje, perto dos 30 anos, na segunda gravidez, dona de casa e casada com um semi-analfabeto, a vida a desgastou a ponto de se satisfazer intelectualmente com o maniqueísmo da novela das 8.
Pior é a K., com a vida toda pela frente, que não consegue se livrar do stalker que acabou namoro por ter um relacionamento secreto com a prima, desde então já pensou em ser lésbica, em dar fim à vida e agora quer se encontrar com as artes. O mundo ainda não a viu como deveria.
Assim como B. que desde a adolescência almejou a vida de sua mãe, mesmo sabendo que o pai o fazia sofrer, ela via como nobre o fato da mãe se manter totalmente submissa. Apostou num namoro de quase 10 anos, que atravessou a adolescência, traições algumas pequenas e o hábito das maiores, fizeram o mundo ruir, muito mais por ele do que por ela. O mundo hoje é um quarto fechado.
Tudo poderia ser diferente, afinal o mundo é tão grande, tão cheio de vias asfaltadas ou mesmo de terra batida, que ora chove, que faz sol. Clichê, bem clichê, mas um dia qualquer pode mudar a sua vida, com uma simples conversa ou mesmo o oferecimento de um café.
Esteja sã, esteja livre.
sábado, 15 de outubro de 2011
Enjoy the silence
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Alma velha em tempos modernos
Já passei dos vinte, sem glória, é verdade.Ainda navego nos trinta ,mas muitas vezes sem saber o que sou.
Nem deveria confessar isso.É quase uma ofensa a humanidade,mas não sou empreendedora.Ah, gostaria de ser, desbravando o mundo e construindo meu império. Mas não sou .Nunca acordo de bom humor nem sou invadida por essa certeza de que tudo vai dar certo. Não olho o relógio e penso que faltam poucas horas para ser bem sucedida.
Rainha dos imprevistos, resolve tudo? Passo longe .Penso demais, me atrapalho, perco tempo em detalhes estúpidos. Rápida, ágil, uma raposa ? Também não sou.Em ambientes corporativos perco horas analisando as pessoas.Por que agem assim ou assado ? Perco mais tempo pensando do que trabalhando.
A filha dos sonhos ? Nunca fui. Esperavam muito de mim, para não decepcionar não fiz nada da lista. Hoje meus pais pensam que o que acontecer de bom comigo é lucro.
Tantas mulheres se dividem em mil .Se eu me divido em mais de três pedaços, já reclamo. Não tenho como lidar com tudo a minha volta e ainda estar impecável.
Ganhei uma chapinha de Natal com secador.Não usei ainda porque não li o manual e fico com medo de explodir minha casa.Mas hoje as mulheres usam elas antes de ir trabalhar.Eu uso rabo de cavalo.Nada me representa mais do que meu rabo de cavalo.Gosto do vento, do mato, de sair correndo.
Quando me enchem o saco,dizendo que esperam mais de mim, eu aviso que já estou velhinha.Não estou, mas digo estar,que culpa tenho eu que a velhice da minha alma não seja parecida com minha jovem pele ?
Mas vou confessar outra coisa: acho lindo ser empreendedora,acho chique.Mulheres poderosas,no seu salto,comandando uma empresa.Me sinto uma formiguinha, aqui na minha vida, tentando a duras penas comandar minha existência.
Tento ser diretora da minha vida, comandar os departamentos que estão na minha alma.Tento dar algumas férias a alguns, pego no pé de outros.Mas pra mim é muita coisa. Sei o que não sou e o que posso ser.De todos modos me atormento.Sobra pouco tempo para ser empreendedora.Coisa da minha alma que pertence ao século XIX .As vezes acontece isso no mundo,chegamos com uma alma velha em tempos modernos.
domingo, 9 de outubro de 2011
um ano de adeus
adeus à ingenuidade imaginativa a respeito da reputação ilibada alheia.
sábado, 8 de outubro de 2011
Mudando
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Ama-me Menos, Mas Ama-me Por Muito Tempo
Ismael, Julie e Alice: Ménage À Trois |
Mas pera... É um musical? É - e não é. Se você espera algo no melhor estilo "A Noviça Rebelde", cai fora. Les Chansons é modernoso; as músicas são extremamente pops, daquelas que grudam no ouvido, e os números tem um quê de videoclipe. Portanto, até aqueles que não são muito chegados ao gênero se rendem ao delicioso triângulo amoroso formado por Ismael, Julie e Alice. Até que Julie morre e a vida de todos vira de ponta-cabeça, abrindo novos caminhos, novas possibilidades. Aliás, esse é o charme do filme. O enredo caminha para um lado diferente daquele que a gente supõe, como a vida deveria ser. Afinal, quem nunca se encontrou numa dessas esquinas, sem saber qual caminho se deve seguir?
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Pensamentos avulsos.
Esse mês resolvi publicar só umas coisinhas que vieram passar pela minha cabeça nos últimos tempos. ;D
- Eu voltei a ouvir Maroon 5. Também, pudera. O show dos americanos no Rock in Rio foi tudo: empolgante, emocionante, recheado de hits, embebido no carisma e no apelo de Adam Levine, talvez o grande frontman da atualidade. Mas não chega a ser essa a questão. O ponto está no porquê, afinal eu havia parado de ouvir Maroon 5. Más lembranças são capazes de estragar nosso discernimento musical. Mas nada que o tempo não resolva, não é mesmo?
- Algumas semanas atrás o meu blog pessoal, O Anagrama, teve seu pico de visitas em toda a história de 2 anos que construí com ele. O motivo foi um texto em que eu criticava a atuação de Alex Alves, crítico de um dos maiores sites de música do Brasil, o Popline, e aproveitava para alfinetar a Revista Veja pelo caminho. Alguma alma caridosa enviou para o próprio, no Twitter, meu artigo. E ele, vejam só, o linkou no seu perfil, deixou comentário e a coisa toda. Estranho perceber que às vezes as piores pessoas para criticar o trabalho dos outros são as melhores para receber críticas com, no mínimo, alguma educação.
- Estou feliz. Não sei explicar o por quê, não mesmo. Só estou. Ontem a noite me dei conta, desligando a música e me preparando para ir dormir, que esses últimos meses da minha vida escolar não podem simplesmente passar como todos os outros passados. Eu tenho só mais um bimestre! Do quê eu vou me lembrar? Para onde eu vou a partir daqui? Não sei se estou pronto para um vestibular (provavelmente não), mas de qualquer forma ano que vem as coisas mudam. Talvez, ou melhor, com certeza esse é o momento de aproveitar o que tenho. E que assim seja.
- UMA NOTA DE ÚLTIMA HORA: Ontem morreu o fundador e presidente (até poucos meses atrás) da Apple, Steve Jobs. Apesar das piadinhas no Twitter, apesar de muita gente desrespeitando, o legado dele é muito maior do que se imagina. Steve revolucionou a forma como ouvimos música e nos relacionamos com o mundo, além de ser um gênio criativo. Nas palavras do diretor de cinema Kevin Smith no Twitter: “Obrigado por nunca se contentar com o jeito que as coisas eram durante uma vida dedicada a nos mostrar o jeito que as coisas poderiam ser”. Esse post é dedicado a ele. In memoriam: Steven Paul “Steve” Jobs (24 de Fevereiro de 1955 – 05 de Outubro de 2011)
UM BOM OUTUBRO PRA TODO MUNDO.