quarta-feira, 27 de maio de 2020

Respira fundo


A primeira vez que pratiquei yoga foi na faculdade. Já faz bastante tempo e lembro perfeitamente de como me senti. Paz. Apesar de tecnicamente nunca ter sido diagnosticada com ansiedade generalizada, ao que tudo indica sofro desse mal. Naquele dia, porém, experimentei a deliciosa sensação de alívio ao tirar um sapato apertado.

Segundo a tradição Hatha Yoga cultivar a saúde e a força do corpo físico tem como propósito a autoconsciência, ligar-se com a Consciência Suprema. Você pode não acreditar em chakras, que nós somos organismos energéticos, mas é difícil negar que exista ligação entre emoções/pensamentos e enfermidades físicas. Quem nunca teve uma dor de barriga ou de cabeça ao ser tomado por grande emoção?

Para a medicina ocidental, respirar é simplesmente um fenômeno fisiológico que garante as transformações químicas para o organismo viver. Para a ciência yogui a respiração é mais do que isso: ela é também psicológica e prânica (energética). É por meio desse processo duplamente voluntário e involuntário que conseguimos estar presentes de fato. “Estar presente” é um enorme desafio e não à toa adquiriu status de clichê filosófico: o tempo passado e futuro muitas vezes têm mais importância do que o aqui e agora.  

Durante a prática das ásanas (posturas físicas), o controle da respiração é vital. Conscientemente ritmamos a expiração e a inspiração enquanto nos movimentamos, conseguindo assim mais controle sobre nós mesmos. O objetivo não é conseguir controle total sobre nada, mesmo porque a vida é fluxo, mas com o yoga aprendo a cada dia como não me deixar tão dominada por emoções que são reações apressadas de eventos externos.

Por tudo isso, quero compartilhar aqui um dos muitos exercícios respiratórios (pranayama). Antes, gostaria de reforçar os ensinamentos dessa tradição que atenta para a importância de se respirar pelo nariz (a boca só deve ajudar em caso de enfermidade) e da respiração diafragmática (abdômen).

Kumbhaka

O exercício consiste em ritmicamente inspirar, prender o ar nos pulmões e expirar, recomeçando novo ciclo. Deve-se fazer uma contagem mental observando a proporção de 1s para inspiração, 4s para retenção do ar e 2s para a expiração. Por exemplo: conta 3s inspirando, retém o ar por 12s e soltar o ar contando até 6s. Gradativamente, pode ir aumentando o tempo. Esse exercício traz o efeito terapêutico de tranqüilizar o ritmo cardíaco e o sistema nervoso. Experimente fazê-lo com freqüência, especialmente quando se sentir estressada (o) ou angustiada (o).

O conselho dos antigos "respira fundo" não deveria mesmo ser ignorado. Por último, quero deixar a poesia da jovem cantora e compositora Sara Curruchich que encanta nos lembrando que somos vento... o ar que é a conexão entre nós e o universo.


domingo, 24 de maio de 2020

Recomeços

Ela acordou, sentou-se na cama com pouca coragem de começar outro dia. Olhou para a janela fechada e viu a luz que passava pelas frestas, invadindo o quarto sem ser convidada. Em questão de segundos todas as demandas diárias passaram como um filme em sua mente, desencorajando-a ainda mais. Ao mesmo tempo, enquanto olhava a janela, sentiu certa satisfação pessoal pelo potencial poder que se figurava à sua frente naquele momento “não preciso abrir, eu decido o que entra ou não em minha casa”.

Assim, decidiu que naquele dia manteria todas as janelas fechadas. Tomou seu café, assistiu o noticiário, cumpriu seus deveres com o trabalho, fez um bom almoço, escutou música por algumas horas, preparou um chá no fim da tarde, e à noite, preparou o jantar, tomou um vinho, um banho e se deitou. “Amanhã será melhor”.

Na manhã seguinte, a luz do dia precipitou-se por entre as frestas da janela, e mais uma vez ela decidiu que não a deixaria entrar. E assim se foram dois, três, quatro dias, uma semana, um mês, um ano, ou vários deles, já não se lembrava. As janelas permaneceram fechadas.

A vida passou repetida, os mesmos momentos, o isolamento, o resguardo, as tristezas abafadas, os fracassos engavetados, o medo de amanhecer no dia seguinte com o propósito de abrir as janelas, ser melhor do que no dia anterior e fracassar. As janelas fechadas a poupavam de tudo isso, poderia ser ela com ela mesma, fazendo planos imaginários, travando diálogos encorajadores, realizando tudo o que sonhava, sem precisar se preocupar com o que vinha junto com toda aquela luz dos dias que se passavam lá fora.

Mas nada é imutável.

Certo dia acordou, sem saber precisar há quanto tempo as janelas estavam fechadas. Olhou-se no espelho da penteadeira é só então sentiu que havia envelhecido ali, no escuro, sob as luzes artificiais. Aproximou-se da janela, passou os dedos sobre a madeira já empoeirada, segurou a tranca e a abriu apenas um pouco. Um leve rangido ecoou  e ela sentiu o ar muito frio e úmido invadir seu quarto e tocar seu rosto. Teve medo. Impulsivamente bateu a janela e voltou a trancá-la com toda a força. 

Chovia demais lá fora, não parecia seguro. Amanhã tentaria de novo.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Parar para ver o Outro

O rei invisível
coroado até no nome
Sem proferir uma palavra
Fez o mundo todo parar.

Parar para ver o Outro
o Outro que não é alheio
Já que tudo o que faz por ele
Atinge também a mim
Porque tudo se conecta
Se contagia
Tudo é viral.

Parar para ver o Outro
O Outro a quem sem demora
Se amará mais e agora,
pois a firme garantia no Depois
é coisa que ficou no Antes.

Parar para ver o Outro
O Outro a quem não se via
Os subnotificados
do dia a dia
mascarados de cara limpa
Sem home, mas com fome,
Sem office, mas com óbice.

Parar para ver o Outro
o Outro que também sou eu.

(...)

E já não há retorno
É um caminho sem volta
Para uma nova forma de olhar.
Para uma nova forma de ser.

(...)

O rei invisível
coroado até no nome
Fez o mundo ver,
enfim,
Que sem o Outro
Será o fim.











quinta-feira, 21 de maio de 2020

Tardei, mas...

Gente... Mês que vem vou procurar postar bonitinho, todo mês, sem falta, ok?
Perdão pelas faltas...
Grande abraço!

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Intervenção judicial, já!

“Aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei.” A origem da frase é incerta. Desvendar o autor fica mais difícil quando o conteúdo se encaixa perfeitamente com tanta gente ao longo da história.

Ultimamente parece que sequer os amigos merecem tudo. Os cidadãos, sobretudo os ‘de bem’, reivindicam para si as leis. Não todas, nem ao pé da letra, mas cidadão ‘de bem’ que se preze age dentro da lei.

O direito não é uma ciência exata. Daí a necessidade de juízes, advogados, tribunais de diferentes estâncias e um longo caminho até conclusões, nem sempre consensuais. Ainda assim o contraditório tem sido esgarçado além do limite.

Os mesmos que evocam o sagrado direito constitucional de ir e vir, desrespeitando a quarentena e colocando vidas em risco, fazem manifestações contra a democracia, evocando a intervenção militar. Conspirar contra a democracia é vetado pela mesma constituição que garante o direito de ir e vir – que não está proibido, só não é recomendado.

A leitura, seletiva, das leis conta com a aplicação, seletiva, das leis. Não faltam exemplos de trabalhadores, muitas vezes professores, que fizeram manifestações legítimas por melhores condições de trabalho e foram espancados por policiais militares, que alegavam a defesa do direito de ir e vir para coibir quem tem, pela mesma constituição, direito de se manifestar.

Bem diferente é o tratamento que a polícia militar dispensa aos que pedem a intervenção militar. Neste caso as aglomerações em época de pandemia, que chegam a impedir a passagem de ambulâncias, recebem, quando muito, uma nota de repúdio de governadores que no passado não hesitaram em ordenar o uso da força contra professores.

A leitura seletiva não é um fenômeno recente, nem restrito ao direito. Antes das leis escritas como conhecemos, a igreja ditava as regras sociais. Aos amigos era oferecido tudo, aos inimigos, o fogo do inferno – que já começava incendiando inimigos em praça pública.

Hoje muitos estão determinados a seguir a Bíblia mais do que a Constituição. Ignoram pontos que não fazem sentido, como restrições alimentares ou de vestimentas, e seguem à risca pontos que igualmente não fazem sentido nos dias atuais.

Assim como fazem com a Constituição, vale à pena distorcer um versículo aqui e um artigo ali, para seguir sendo um cidadão “de bem”, livre para cometer barbaridades supostamente amparadas por uma legislação que só existe na cabeça de quem acredita.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

os pássaros não sobrevoam as áreas de quarentena


São Paulo, segunda-feira, 18 de maio de 2020

- os pássaros não sobrevoam as áreas de quarentena - Cristina Santos - post 1 - Blog das 30 pessoas - 

     Oie! Espero que estejam bem. Meu nome é Cristina Santos e todo dia 18 irei postar crônicas ou contos ou poemas ou confissões ou ... Enfim ... eu conto com a visita de vocês. Vamos lá!

     Eu adoro as letras das músicas do Raul Seixas. Diante do cenário atual, a composição: O dia em que a Terra parou, nunca fez tanto sentido. Já a música: Tente Outra Vez, é uma letra que me acalma, que renova a minha esperança. 

     De uns tempos pra cá, tendo sentido uma mistura de improváveis e novos sentimentos. Sei que não estou sozinha. De acordo com os jornais e a internet, infelizmente aumentou o número de pessoas com transtornos psicológicos. Precisamos nos cuidar e cuidar das outras pessoas. Precisamos escutar e nos fazer escutar. União. Empatia. John Lennon escreveu: Imagine.

     No final de março de 2020, confesso que não sei como, mas consegui escrever e gravar um vídeo do meu novo texto: os pássaros não sobrevoam as áreas de quarentena. A minha tentativa foi passar uma mensagem de esperança. Que as pessoas sintam-se abraçadas, pois é como me sinto, quando escuto: Tente Outra Vez. 

     Então, junto com o meu primeiro post, compartilho o link do meu vídeo: os pássaros não sobrevoam as áreas de quarentena. 

     Que a nossa esperança se renove. Sintam-se abraçadas e abraçados. Cuidem-se. E até a próximo post.
     Beijos
     Cristina Santos

" Nunca me esquecerei desse acontecimento
   Na vida de minhas retinas tão fatigadas  "
- Carlos Drummond de Andrade - No meio do caminho -   


           


sábado, 16 de maio de 2020

PESCADAS

Luz apagada, fecho o livro e os olhos. O corpo relaxado, um suspiro longo para acomodar o sono e ouço um eco do que acabo de ler: o pai do escritor Lima Barreto, subitamente, enlouqueceu. Foi dormir lúcido e, no meio da madrugada, acordou delirando. Nunca mais se recuperou. A imagem desse pai dormindo na véspera da loucura me traz a curiosidade de saber como é o meu próprio rosto neste momento em que estou estirado na cama, madrugada nascendo. Das questões infantis que me acompanham ainda hoje: saber com qual rosto os outros me reconhecem. E ao pensar em meus traços, a imagem que surge é do meu avô (com quem eu me pareço) deitado em seu caixão, prestes a virar cinzas. Sou eu ali, morto? Sorrio, como também minha mãe sorria em seu próprio velório. Meu avô estava lá, se despedindo da filha. Quando na vez dele, eu estava lá, (como estou agora, revendo seu rosto) velando o corpo ao som da música caipira que tocava ao fundo: Saudade de Matão. A convivência com o gosto musical desse avô, aliada ao discos que meu pai escutava, fez do caboclo que habita em mim alguém que muitas vezes toma minhas mãos para escrever meus textos. E quando adentro essa roça da imaginação, a referência é quase sempre uma fazenda em que fui uma única vez, criança. Parentes de uma vizinha que gostava muito de mim. E sua sobrinha, moradora da fazenda, também me gostava, à ponto de procurar subterfúgios, naquela exclusiva visita,  para me arrancar um beijo. Na época não percebi esse estratagema, estava ocupado em apreender a vida no campo. Quando me dei conta de que Raquel queria me beijar, já estava longe e, num misto de vergonha e raiva, ri exageradamente de qualquer piada que fizeram no carro.
Raquel era sobrinha de dona Ana, o rosto que me visita agora, luz fechada, livro apagado, olhos por dentro. Por que penso em dona Ana agora? Lembro que passava muito tempo na casa dessa mulher, mais velha que minha mãe. Ela parecia gostar da minha presença, mas talvez minha memória não enxergue os olhos virados de quem preferiria estar assistindo televisão. Não, dona Ana gostava mesmo de mim, me trazia laranjas da fazenda, me oferecia leite com chocolate, me apresentou o café. Dona Ana e seu marido (como era o nome dele?) que tinha um dedo à menos por conta de um acidente com fogos de artifício. Imagino o estouro e logo sou lançado a uma recordação: estou na rua, ano-novo pipocando e meu avô me ajudando a estourar um rojão. Saiu um tiro. Saiu o segundo tiro. O terceiro se recusou. Esperamos alguns segundos, mas nada. Meu avô, segurando o rojão comigo, abaixou o objeto, que estourou o pavio no exato momento em que estava frente aos meus olhos. Gritos, choro. Os adultos me socorrem. Meu avô se desespera e fico com pena de sua culpa materializada em uma caminhada sem sentido. Paro de chorar, está tudo bem, vô. Olha, até consigo piscar.
Pisco de olhos fechados, forçando as pálpebras que já descansavam, livro sem luz. Dona Ana rindo porque bebi água com formiga sem perceber, ela dizendo que tamanduás não precisam de óculos, uma vez que esses insetos fazem bem para a vista. Acho que engoli poucas formigas, minha miopia bem sabe. Só agora me atento que sempre gostei da companhia dos mais velhos. Ao mudar de bairro, deixo dona Ana (por onde anda Ana, dona?) e começo a frequentar a casa da tia paterna. Anete gostava de ler - muito - e compartilhava comigo este sabor. Contava enredos, me fazia inventar outras histórias (meu pai também tinha prazer em criar comigo; era brincadeira familiar deles?). Anete foi que me ensinou  a língua do P, da qual fiquei fluente, conversando por horas nesse nosso idioma secreto. Ela quem me apresentou o kiwi, a fruta-pássaro que conseguiu se colocar em um patamar próximo ao das laranjas, paixão do menino. Ana, Anete, Iolanda, a tia materna que virou minha próxima companheira mais velha. Esse “an” se repetindo nos nomes pelos anos. Iolanda e nossas risadas madrugada adentro, acordando meu avô: vocês falam muito, ele resmungava, antes de voltar para a cama.
Abro os olhos novamente, não deliro nem estou morto. O pai de Lima Barreto continua ali no livro, recontado em sua repentina insanidade. O quarto escuro, a respiração da companheira e dos cães espalhados no quarto nessa noite fria confirmando a vida. Tudo ocorrendo por décadas ou – eita! – nos últimos dez minutos. Luz apagada, livro os olhos de estar acordado e dou boa noite a todos que conversam aqui dentro: vocês falam muito.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Pequenas alegrias

Queridos leitores e queridas leitoras,

Sou dessas que acredita que a felicidade está nas pequenas coisas. Ela também pode estar em conquistas maiores, como conseguir uma bolsa de estudos no exterior, ser aprovado no vestibular, conseguir um bom emprego e etc. Mas a satisfação real e permanente está nos detalhes, em saber apreciar e contemplar os detalhes do dia a dia. Pelo menos é assim que eu enxergo.

Então,  hoje farei uma pausa na minha sequência de posts sobre o intercâmbio no UK para compartilhar com vocês as pequenas alegrias que me fazem feliz, mesmo nos momentos difíceis.

1) Ver o pôr do sol / anoitecer (foto no post do mês passado, link abaixo)
2) Ver uma flor nova nascendo nas minhas plantas
3) Sentir o cheiro do meu pé de hortelã e ver ramos novos crescerem
4) Fazer pão e depois comer o pão delicioso que eu mesma fiz
5) Sentar na minha rede / cadeira suspensa (veja ao lado)
6) Falar todos os dias com meu namorado gato e intelígentíssimo!
7) Sonhar acordada (sou craque nisso)
8) Caminhar no meu bairro e em volta do parque (embora sozinha e de máscara)
9) Conversar em portunhol com o meu amigo mexicano
10) Ligar para os meus pais nos domingos 

A lista é bem grande, pessoal! Mas para não deixar vocês cansados, vou parando por aqui. Me conta nos comentários qual a pequena alegria que te deixa feliz?

Abraços e até breve!



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sábado, 9 de maio de 2020

O peito de Carolina

Depois de um dia muito cheio, que incluiu aventuras, caça, comilança, banho de sol, banho de gato, soneca, peripécias, brincadeiras com minha filha, esfregação no chão, na parede, no portão, no muro, nos móveis e nas minhas pessoas preferidas, mais soneca, correria pela casa, mais comilança e mais peripécias, gosto de repousar no peito de Carolina. 

Quando ela se deita, e começa a ler, eu subo em seu tronco (ás vezes delicadamente, ás vezes em um pulo para surpreendê-la- é tão engraçado o gemido que ela faz quando pulo em sua barriga), e me ajeito até encontrar a posição perfeita em seu peito. 

E a posição perfeita é aquela em que posso sentir o calor do seu corpo, a movimentação de seu tórax conforme o ar entra e sai de seus pulmões, e seu cheiro amendoado. Enquanto ela ouve meu ronronar, eu ouço as batidas do seu coração, e isso me acalma, me faz sentir segura e protegida, como se nada pudesse me abalar, enquanto me embalo em seu peito... e, finalmente, adormeço. 

Um sono puro e doce, como o de todos os gatos.


quinta-feira, 7 de maio de 2020

¿Y ahora hacia dónde?



¿Y ahora hacia dónde?

Estos días leí una nota en el diario El País de España donde consultaban a distintos profesionales reconocidos de distintos lugares del mundo y distintas profesiones, sobre que depararía el futuro luego del coronavirus. Algunas respuestas fueron un tanto ingeniosas, otras...normales:

 

- Algunas pesimistas:


- Algunas inentendibles:


- Otras, descomunales:


Pero por sobre todas las cosas, la característica que reúne a todas las respuestas, es la falta de unión. Cada uno busca una solución desde su propio punto de vista, olvidando que si existe un problema universal, no se puede plantear una solución por cada persona que hable.

Quizás para encontrar una verdadera solución, una solución duradera deberíamos volver a preguntarnos ¿qué es el ser humano? ¿Cuál es su rol en la naturaleza? Podríamos tratar de buscar un camino que tomar, si pudiéramos mirar en conjunto hacia una dirección común, si pudiéramos despertar el sentido del bien común nuevamente.

En tiempos donde la opinión le robó el lugar a la razón y a la intuición, en tiempos donde cada uno dice lo que se le ocurre y no se busca profundamente un rumbo que por ser humano nos abrace a todos, en tiempos de urgencias y de inmediatez, una gripe que mantiene al mundo en vela durante 3 o 4 meses nos parece el fin del mundo.

A lo mejor, si intentamos buscar en las circunstancias, si logramos ver un poquito más en profundidad cuales son las causas que nos llevaron al punto donde estamos, tal vez de esa manera podríamos saber a donde dirigirnos.

Podemos aprender de las generaciones anteriores que nos dieron la vida, y preparar el terreno de la mejor manera para las venideras. Podemos aprender de las culturas clásicas, que con sus defectos y virtudes, lograron sobrevivir al paso del tiempo y hasta el día de hoy podemos conocerlas habiendo pasado más de 10000 años en algunos casos.

Ya sabemos que un carro que sus caballos tiren en direcciones opuestas no llega a ningún lado. La humanidad hoy es como un carro, donde los caballos que traccionan solo marchan hacia adelante sin saber muy bien a dónde y sin poder verlo tampoco. El auriga que debe conducirlos se bajó y las riendas están sueltas. Quizás sea hora de que cada uno de nosotros se eleve sobre su propio carro, o sea, sobre su personalidad; y armonizando su cuerpo, sus emociones y sus pensamientos empiece a marchar con rumbo claro.

Lo bueno es que la solución para un mundo mejor, no está más lejos que donde llegan nuestras manos. Poniendo la buena voluntad en acción, dejando de lado el egoísmo y retomando la búsqueda humana de lo bello, más allá de las formas y las modas; de lo verdadero, más allá de las opiniones y las palabras vacías; de lo justo, más allá de las atropellantes injusticias y, sobre todo de lo bueno, que inspire a ser cada día un poco mejor que ayer, así no hay dudas de que encontraremos hacia dónde ir.

"¿Quieres conocer el futuro? Observa el presente y estudia el pasado que son su causa" Decía Buda.

Franco P. Soffietti

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Ambiguidade

Era como se a voz fosse uma só.
Quando começavam a falar aquele som grunhido saia das duas bocas e ouvia-se apenas uma. As línguas cadenciavam, não é que se entrelaçavam, se uniam sem sobreposição.
Aquela unidade assustava.
Não foi à toa que começaram a pronunciar o que não queriam.
Discordavam não para dizer diferente, apenas para falar com cada voz sua.
E se fosse necessário gritar, gritavam! Cada eco vibraria uma última palavra diferente.
Assim, doía menos; a carne já havia desfiado. E o espanto do uníssono se diluía, escorregava goela abaixo por cada qual.
Pararam de se ouvir, assim tão pouco falavam. Era preferível a beleza do coro involuntário.
Quando não havia jeito, e sabiam que a voz era um mesmo caminho, falavam em perguntas que sempre eram respondidas positivamente.
Porque não havia questões. 

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Manual de Sobrevivência no Tinder


Manual de Sobrevivência no Tinder








Dos últimos dez encontros que você teve quantos vieram de apps como Tinder?
No meu caso 100% deles.


O uso de aplicativo de encontros tem se tornado cada vez mais comum e presente no nosso dia a dia, e isso tem mudado muito a forma como interagimos e conhecemos outras pessoas. 
Será que as pessoas perderam o jeito para paquerar presencialmente?  Estamos mais tímidos? Ou os aplicativos são apenas um meio mais prático?

Seja qual for a resposta, o fato é que as pessoas estão usando, e a variedade de opções e dinâmicas proporcionadas pelos aplicativos – como se estivéssemos servidos de um cardápio de gente – pode tornar a experiência de usar o tinder bem ruim e desafiadora.

Conversas que morrem do nada, aquelas pessoas que só querem transar, aquelas que colecionam matchs… uma infinidade de coisas. Nenhuma delas está necessariamente errada, desde que tudo seja feito com clareza e responsabilidade emocional.

Mas se você for como eu e ainda espera encontrar o príncipe encantado, aqui vão algumas dicas que reuni com pessoas que usam ou usaram o Tinder por muito tempo. Algumas casaram e outras saíram traumatizadas, mas dividiram um pouco do seu aprendizado de como ter uma experiência menos ruim nesse mundo da paquera online. - A primeira que já posso adiantar é não esperar pelo príncipe encantado -

1# Deixe filtros no início da descrição


Muitas vezes os usuários vão dar Match pela suas fotos e vão ler o menos possível. Esse é o Modus operandi de boa parte do público do Tinder, e apenas quando ficarem na dúvida é que vão dar atenção a sua discrição. Se você quer evitar dor de cabeça, coloque no topo da sua descrição as coisas mais importantes. (As primeiras palavras aparecem junto da foto)
Um #EleNão costuma afastar muita gente problemática.

2# Fuja de quem pede para chamar no Instagram


Essas pessoas só querem seguidores. Normalmente elas já deixam o @ na descrição da bio. Usam a desculpa de “uso pouco aqui” ou “lá eu respondo mais rápido” apenas para conseguir angariar mais seguidores nas suas redes. Provavelmente, depois de segui-lo vai te responder uma ou duas vezes, e depois te ignorar.

3# Não vá para o WhatsApp


Às vezes, você vai engatar numa conversa com alguém interessante no Tinder e provavelmente a pessoa vai pedir seu whats app. Quando a conversa migra para outros aplicativos, há grandes chances do assunto simplesmente morrer. E aí costumam aparecer aqueles sintomas da ansiedade, a espera por respostas que nunca chegam e você vai ficar se perguntando: "por que a pessoa parou de responder?" "o que você disse de errado?" até que você abandona o contato eternamente e tem que se dar o trabalho de excluir para não ficar com uma dúzia de contatos aleatórios na agenda.

A vantagem de permanecer do chat do Tinder é exatamente essa. Livre de nudes indesejadas, sem “foto de agora” e sem cobrança do tipo “você tava online e não me respondeu”.

Então não vá pro whats app. O ambiente do Tinder é mais seguro e evita situações chatas.

4# Você não precisa gastar todos os seus likes



E por último, vários amigos comentaram que tornaram uma rotina gastar todos os likes disponíveis do Tinder. “É pra aumentar as chances” eles dizem, e isso acabou se tornando uma obrigação.

“Se eu não gastar todos os likes eu vou perder, e só depois de 12 horas vou poder fazer de novo”.
Esse comportamento é bem danoso, porque chega uma hora que você só vai curtir todo mundo pra gastar os likes e “acabar logo a tarefa”. 

Isso vai gerar vários matchs que talvez você não quisesse tanto assim, e então você se tornará o acumulador de Matchs que tanto reclamam.

O algoritmo realmente dará mais destaque para quem utiliza mais, mas ele também vai favorecer quem pagar pelo serviço. Então não precisa “gamificar” a situação e torná-la uma tarefa chata.
Só use no seu ritmo. Enxergar relações como um jogo só tornam as coisas mais complicadas. 


Essas foram quatro dicas para sobreviver a esse novo modo de paquerar. Não são regras, apenas estratégias para evitar comportamentos comuns e pessoas tóxicas no Tinder. 
Só tente se lembrar que seu tempo é valioso, e você também.

Se valorize, lave as mãos e fique em casa(se puder)!