quinta-feira, 29 de junho de 2017

greve geral


Recebi esse cartaz na saída do Terminal Parque Dom Pedro para o mercado da Vovó com as seguintes 4/5 pautas:

- Contra a Reforma Trabalhista;
- Contra a Reforma da Previdência;
- Contra a Terceirização;
- Pelo Fora Temer e Diretas Já.

Do curto trajeto até o mercado os burburinhos para quem entregava os panfletos eram os mesmos:

- sabe dizer se ônibus e motoristas também vão parar? (transeuntes)
- os motoristas não aderiram à greve. Já os metroviários ainda vão decidir. (militantes)

Sigo o caminho e ainda escuto mais gente questionando a mesma coisa enquanto segura o panfleto. Atravesso a rua. Entro no mercado e os cochichos continuam entre filas e corredores.

Passo no caixa o biscoito e o queijo, pago a conta, atravesso a rua e os moços continuam entregando os panfletos sendo questionados por outros se o transporte vai parar.

Ando até o quarto corredor de ônibus, viro a esquerda até o anti-penúltimo ponto, entro naquele ônibus e pago a passagem $3,80 para ser mais precisa, rodo a catraca e me sento.

Não existe outro pensamento além da revolta na (des)crença de que as pessoas ainda não absorveram totalmente a gravidade das reformas anti-trabalhadores.

Ainda mais grave neste contexto quando o presidente temerário é denunciado por corrupção passiva.

Mas o pior saber que a população condiciona à participação na greve a paralisação do transporte público.

Quando comentei sobre a Greve Geral do dia 28/04/2017 fiz questão de não mencionar a participação do transporte público na greve.

Outros comentaram muitíssimo bem sobre a participação essencial dos trabalhadores do transporte na greve. 

Todos sabem o quanto é importante quando o transporte público participa, no entanto, assumir a responsabilidade seria essencial para nos fortalecer enquanto trabalhadores. Jogar a responsabilidade de nossas ações/decisões para outros é covardia.


Hoje ao ler rapidamente os jornais saltaram os olhos nos argumentos dos trabalhadores e sindicatos do transporte justamente sobre a dependência do povo em aderir a greve condicionado a greve do transporte público.

O resultado desta dependência está na criminalização da luta através de multas altíssimas aplicadas aos sindicatos pela justiça sob a justificativa de que a greve do transporte público está ferindo o direito de ir e vir de quem não aderiu à greve.


Mas a greve decidida por categoria profissional e /ou profissional é direito garantido na constituição. Constituição esta que está em pleno processo de destruição. 

Aderir a greve é um  exercício do seu direito, e o ter vetado através do impedimento de articulação dos sindicatos por multas da justiça significa o que?


As palavras que me vêem a mente são: censura e criminalização. E se por acaso você está com medo de aderir à greve por receio de ser desligado, dispensado, demitido tem algo errado, significa que você não vive o seu direito e infelizmente não sabe o que é e não vivência o mínimo da democracia.


Já que decidi não encher lingüiça e sem trema por favor mas o computador não aceitou retirar, aqui vai um relato simplista de uma grevista plenamente convicta de seus direitos.


Eu tenho direito à greve. Ponto final.

Não tenho medo, porque não devo tê-lo.

Os motivos são fortíssimos e justificam à adesão a greve:


REFORMA TRABALHISTA
.


REFORMA DA PREVIDÊNCIA
.


TERCEIRIZAÇÃO
.

FORA TEMER
.

E SE O POVO QUISER:
DIRETAS JÁ
.
E/OU
.
ELEIÇÕES GERAIS
.


NENHUM DIREITOS  A MENOS
.

Por aqui não vai ter barganha ou troca de favores. Aqui hoje e amanhã não vai ter peleguice. Não sujeitar a golpistas o seu direito à greve e direito à vida digna é resistir. Por hoje e pelo amanhã: resistência. 
Só a luta muda a vida.

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