domingo, 8 de outubro de 2017

Falar do que já foi falado (e refalado).

De uns anos pra cá todo mundo ficou entendido de política.
Direta versus Esquerda, virou fla flu. (E ai de quem for vasco.)
e entre tanta coisa errada, ficou muito mais divertido e perverso aos "quaisquer um" focar num só, ansiar justiça pelo passado, e não gastar nem uma gotinha de energia no próximos escolhidos.

Mês passado todo mundo virou crítico de arte, novo fla-flu.
Energia desacerbada gasta novamente em discussão que deveria ser morna.
Todos gritam a plenos pulmões seus discursos, tapando os próprios ouvidos, alguns concordam e aplaudem, não porque gostaram do que você disse, mas por que você disse exatamente o que eu penso. se mudar uma virgula não serve.

Todos se sentem importantes, formadores de opinião, escritores de matérias, colunas, cartas abertas na volúvel internet.

Crianças sem doces esperneiam, exageram.

Eu fiz faculdade de arte, foram alguns anos gastos, e não me foram suficientes, ainda não sei definir arte, e nem quero, é a graça, ela é assim, tema aberto, abertíssimo, não é ciência exata.
Sabe-se que pode ser bela ou horrorosa, complexa ou simples, profunda ou banal.

Mas esse mundo anda me dando uma gastura...
Euclides, avisa que nem especialista consegue ditar regra, que então o qualquer um pare de cagá-las.
Que aquele ditado de duas orelhas e uma boca pra ouvir mais e falar menos, ainda faz sentido.

Que leio tanta asneira, que estou começando a ficar com vergonha de escrever, porque me sinto cada vez mais distante de Drummond e mais perto do zé mané do face.

Avisa lá, que essas retrucadas decoradas, tipo "você levaria seu filho para ver a exposição?" são tão furadas, primeiro que se falar que não, dirão então! e se acharam certos, se disser sim, dirão que é mentira ou sou péssima mãe. é cilada Bino.
A discussão não seria então, que talvez a exposição devesse avisar o conteúdo e colocar classificação ou sugestão etária? 

A discussão não seria a indicação e não o que é ou não é arte?

A criança viada por exemplo, tem sim, tem muita, e eu só vi dois tipos: o que fica meio de escanteio escondido, desviando do holofote, porque senão apanha ou sofre.
E o valentão, que tem que se impor, e forçar a barra, acaba judiando, por que senão é judiado. só.
A terceira opção, a criança saudável gay, nunca vi. Por que a menina cor de rosa, delicada, meiga, bailarina é incentivada, o menino machãozinho, lutador, rustico é incentivado, o resto a gente esconde.

Ninguém aprende a ser pai de gay antes de ser, o que ninguém te conta é que na maior parte do tempo isso não deveria ser importante. Por que a sexualidade da criança não é o foco 100% do tempo, não é só isso que define aquela criança, é tão gay, quanto é baixinho, magrelo, comilão, ágil, chorão, míope, é só mais uma característica entre suas outras mil. Pra que esse foco todo?

Você vai alimentá-lo levá-lo pra escola, ensinar, rir, dar banho, ver TV, levar pro cinema, por pra dormir, levar pra comer um doce, tudo igual. Muda só a cor da bexiga da festa, o personagem que vai ter estampado na mochila. Que diferença, o amor platônico do colégio ser ele ou ela. Que diferença te faz?

*Vale avisar que escrevi esse texto entre o caso do Santander e do MAM, por isso está um pouco "desatualizado".



"não é arte, é canibalismo!"
"não é arte, é um prédio torto!"
"não é arte, é um retrato!"
"não é arte, é um mictório!"
"não é arte, é uma foto!"
"não é arte, é nojento!"

"não é arte, é crime!"


"não é arte, é um cemitério!"
"não é arte, é um quadriculado!"
"não é arte, é uma estátua!"







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