segunda-feira, 30 de julho de 2018

Das angústias em séries

Faltam dois meses e alguns dias para as eleições de outubro. O ano começou nesta perspectiva sobre o acontecimento das eleições. Chegamos a metade do ano e parece que essa ansiedade sobre as eleições são as piores sensações possíveis.


A prisão do Lula é um fato de meses e somente ele está preso em meio a quantidade exacerbada de corruptos ativos na política e seja atuando pelas sombras (no caso de Temer quando era vice ou articulador) ou protagonista político ao longo de décadas atendendo aos interesses mercadológicos da minoria empresarial com fortuna quase que incalculável se comparada a população do globo terrestre.


Até o momento não tivemos uma mobilização que de fato alcançasse a ansiedade ou essa falta de perspectiva minha no caso, aliada a aceitação populacional desse período de intenso retrocesso de políticas públicas e sociais. Não houve greve geral e nenhuma ação de massa que sacudisse as estruturas em especial os institucionalizados e institucional.


Acontecem pequenas ações isoladas porém ao mesmo tempo potentes, seja em atos, grupos ou quaisquer ajuntamento de pessoas interessadas em debater, manifestar e/ou se apresentar como candidato. Como no lançamento da campanha a presidência de Guilherme Boulos no Campo Limpo sendo mostra disso, que embora a ação seja pequena e com pouco recurso havia gente interessada em conhecer e/ou confirma-lo como candidato.


Mulheres estão se interessando pela política juntamente com LGBTs, indígenas e com toda negritude estão agindo para ocupar espaços de poder, compreendido como o efeito direto do assassinato de Marielle Franco até então sem desfecho nas investigações sobre quem mandou matar e por quê. Demonstram a resistência no enfrentamento do genocídio da população negra e periférica nos espaços, inclusive de poder.


A conjuntura está caótica como sempre, porém com uma tendência extremamente fascista com intervenção militar no Rio, militarização das escolas públicas com inspiração no projeto piloto de Goias se espalhando para os demais estados, ainda o constante pronunciamento das forças armadas sobre política. 


A literatura sobre a ditadura civil militar nos situa de como é perigoso as forças armadas discutirem ou compreender a política sob o ponto de vista do poder ao povo e destruição da corrupção. Já assistimos este filme durante 21 anos e mais precisamente durante 400 anos com escravidão quando o exército estava no controle de corpos, da moral e na defesa da propriedade dos senhores.


Discutir a política sem considerar a estrutura de exploração e explorados, sem classes sociais e período de escravidão que resultou nesta desigualdade sem precedentes é colocar-se no centro das opressões e repressões. 


Entre ganhos e perdas algumas resistências isoladas e nenhuma mobilização para o principal da organização de uma sociedade de fato democrática: a sustentabilidade, a distribuição de renda, o mundo do trabalho  e bem viver.


Enquanto isso as notícias pipocam mundo a fora com endividamento mundial: Rumo ao desconhecido: endividamento mundial, crise monetária e colapso capitalista algo que reflete o endividamento de todos trabalhadores seja por meio do trabalho formal, público, informal e trabalhador reserva ou mais conhecido como desempregados e/ou  a margem da sociedade.


Não vejo possibilidades de pensar em nova organização de sociedade quando todo esforço se resume a eleição ou quando não junta ambos. E no pós eleição ou quando eleito a ação se resume na manutenção do que está posto com algumas melhorias, sem alterar o que é estrutura.


Talvez ainda mantenha as esperanças pouquíssimas devido a ausência de diversidade nestes espaços. Mas e quando toda diversidade estiver nos espaços institucionais? Ou enquanto diversidade ocupando este espaços como alterar a estrutura?


A estrutura do estado é essencialmente burguesa, mesmo com diversidade neste espaço se não alteramos a sua principal regulação que está nas relações sociais e de trabalho não existe a menor possibilidade de mudança e/ou transformação.


Quando se diz regulação ou mediação do trabalho e relações sociais pelo estado temos que lembrar de que não somos números, mas tempo, então o setor público não deve se restringir a quantidade mas a qualidade do que é e faz. Assim para empresas uma vez que todo setor transita ou está regulado pelas ações do estado. 


Exemplo didático e mais recente que possa dar é a greve dos caminhoneiros. Embora tenha todas as contradições a greve teve como reivindicação taxas reguladas pelo estado. Parte dos grevistas compreendendo melhor a função destas taxas e/ou funcionamento delas fizeram as reivindicações para seu lucro e/ou melhorias que os beneficiava. 


Os caminhoneiros autônomos que tinham menor conhecimento sobre as taxas foram atendidos na reivindicação de pronto mesmo que em tese segundo alguns jornais isso os prejudicava. Logo veio a divulgação pelo governo - Temer e hiper golpista - de que a inflação e juros aumentou devido a greve dos caminhoneiros. De repente em todos os jornais a greve parecia ser o problema da economia e não esse endividamento mundial, crise entre capital e trabalho e/ou sistema capitalista.


Essa é uma amostra de como o estado regula as relações sociais, de trabalho e economia, e de como nos dá margem para várias reflexões. Dentre tantas de que os trabalhadores em próximas greves devem sempre reivindicar também pautas macros para o estado elaborar e mediar os benefícios (que  por vezes e somente acontecem para a burguesia) para que não se divida trabalhadores e pautas. 


A questão está em qual a função social do estado nas relações sociais e de trabalho?
E de que forma movimentos sociais, autônomos e sindicatos constroem resistências e mobilizações para transformar a mediação do estado burguês nas relações sociais e de trabalho?
Quanto a partidos e candidatos enquanto organizações políticas do institucional e por vez estado burguês o que pensam, refletem e podem contribuir  para a transformar essa mediação na estrutura que só beneficiam a pequena parcela mundial de 1%?


Talvez não tenham e/ou existam respostas. Por isso procuro organização de sociedade futuristas: a leitura é sobre Buscar vida em Europa ficou mais fácil  e poderia jurar que o título se tratava de fuga em massa e tals de pessoas para a Europa.


A outra trata-se de uma série sobre pessoas perdidas no espaço, mas ainda não terminei de assistir, até aqui é interessante, pois reflete exatamente a atual organização de sociedade da Terra noutro planeta. Deve ser o futuro e/ou sina mesmo.

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