segunda-feira, 9 de março de 2020

Corra, Carol, corra!

Sou o tipo de pessoa que está sempre se aventurando por novos caminhos. Acredito que estamos aqui é pra viver. Testar as possibilidades de experimentar, criar, aprender, descobrir... a vida é só uma e quero aproveitá-la de diferentes maneiras.

Uma de minhas últimas empreitadas foi a corrida. Na verdade, trata-se de uma revisita a algo que já tenho alguma experiência prévia. E por experiência prévia, quero dizer: Ter participado de uma corrida e caminhada contra o câncer de mama em 2013 com irmã e tias, na qual fui tão despreparada que coloquei o chip de corrida como pulseira (se você nunca viu nem ouviu falar sobre isso, como eu na época, trata-se de um chip descartável que os corredores recebem para cronometrar o tempo de corrida e para isso são colocados nos tênis dos atletas). Além disso, nossa proposta aquele dia era mais recreativa do que competitiva, e sem treino prévio, não aguentei correr o percurso todo, dava uma corridinha, andava um tanto, corria mais um pouquinho, caminhava novamente... O que fez o percurso de 5 km parecer quase interminável rs. 

No fim do ano passado, resolvi voltar a correr, e consultei o professor da academia que frequento para me ajudar em um treino de corrida. Para minha tristeza o plano proposto tinha mais fortalecimento muscular do que corrida em si, incluindo uns exercícios horríveis que dá preguiça só de lembrar. Entendi a necessidade do fortalecimento muscular e, no início, segui o plano com disciplina, mas depois de um tempo (incluindo natal, ano novo, carnaval) acabei fazendo algo mais... flexível, digamos assim.

A princípio, meu interesse era de correr na esteira da academia mesmo, em ambiente controlado, com ar condicionado e tal, mas há um mês atrás, umas amigas do trabalho se inscreveram em uma corrida de rua, me animei para acompanhá-las e lá fomos nós. Estava um pouco receosa de não conseguir completar o trajeto todo correndo, mas ao mesmo tempo, me tranquilizava pensando que "se cansar, caminho por 1 minuto e volto a trotar, já fiz isso uma vez e ninguém morreu nem vai morrer por isso". Passei por uma fase de treino intenso que me causou bolha na sola do pé esquerdo, e por outra de total leniência, beirando o sedentarismo, mas no fim deu tudo certo.

A corrida foi ontem, e a experiência foi incrível! O dia estava claro, porém com nuvens providenciais, que nos pouparam de um sol de rachar, e nos deixaram mais frescas e menos cansadas. Aquele mundaréu de mulheres correndo -em especial minhas parceiras de corrida, do início ao fim, Maria e  Fernanda- me davam pique, energia para continuar correndo, e o Jorge Ben na minha playlist dava o ritmo e a animação necessários. Terminei os 5 km em 45 minutos e com a sensação de que aguentaria mais 1 km. 

Foi totalmente diferente de correr na esteira, é outra experiência. A comoção causada por milhares de atletas reunidas ocupando da cidade de uma forma inusitada... Correr por locais que costumamos passar somente de carro ou transporte coletivo me trouxe outra perspectiva do que é viver a cidade*, que faz um deslocamento de ver a cidade como um local, cenário, para a cidade como algo vivo e dinâmico, do qual somos parte.

Hoje estou com as pernas doendo e com uma vontade enorme de me inscrever em tudo quanto é corrida de rua! 

Crédito da imagem: Iguana Sports

*outros eventos que me trazem essa perspectiva são os atos e manifestações políticas e o carnaval de rua.

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