terça-feira, 2 de junho de 2020

Nossos vazios

Estamos vivendo uma situação de privação totalmente nova e diferente, fomos afastados de alguma forma dos nossos hábitos. Eles foram interrompidos ou estão limitados. E com isso estamos experimentando uma mudança no nosso cotidiano que vem despertando outras questões, consciente ou inconscientemente pra nós, mas estão aí nos convidando a prestar mais atenção nos nossos paradigmas e hábitos.


Somos seres automatizados, nos adaptamos ao mundo externo, nos condicionamos, e nos mantemos na famosa zona de conforto. A nossa mente gosta da zona de conforto e a grande maioria das pessoas evita a mudança. 


Porém esses condicionamentos geralmente nos desvia a atenção de questões da nossa existência, vamos ignorando nossas insatisfações e esquecendo que tudo que estamos vivendo é nossa responsabilidade. Surge uma situação que nos incomoda e "resolvemos" as coisas mais ou menos do mesmo jeito, ao menor sinal de um "vazio", automaticamente preenchemos e geralmente em forma de excessos (comida, bebida, consumismo, medicamentos, cigarro, drogas, espiritualidade, etc).


Mas e agora, que estamos privados de fazer coisas habituais e que nos "preenchiam" cotidianamente?



Se não estivermos atentos às nossas emoções diante dessas faltas e espaços, nosso "piloto automático" rapidamente busca algo para colocar no lugar e então criamos novos excessos. Excessos que podem acabar causando muitos danos... seja de saúde, de bem estar, financeiro e outros.

O fato é que antes desse isolamento social estávamos exageradamente excessivos em todos os sentidos e ignorando nossos vazios. 



Temos nesse momento a oportunidade de refletir: como estamos ocupando esses novos espaços que surgem? Que tipo de vida estava ME vivendo antes?



Podemos escolher ampliar nossa consciência e nos conhecermos melhor, olhar para nossa vida e observar com outro olhar, com outro sentido, outro entendimento. Esse é um grande desafio, eu sei. Se vai haver mudança ou não, vai depender de cada um. Podemos seguir do mesmo jeito. Podemos escolher nos anestesiar, nos dopar, buscar uma rotina viciante qualquer para não ter que se encarar, refletir, pensar. Podemos escolher fugir dos nossos vazios de qualquer maneira.


Compreendo que olhar para dentro não é tarefa tão fácil assim, mas pelo que eu tenho experienciado na minha jornada, garanto que é transformador e libertador. 


Boa semana a todos! <3

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