sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Ei, seu branco

Ei, seu branco!

Ei, você, seu branco privilegiado

Seu branco que acha que pode fumar adoidado

Aliás, você acha que pode tudo

Pois o mundo é seu quintal sujo


Ei, seu branco, que depende de papai e mamãe para viver

Você que não sabe o que é trabalhar para comer

Não sabe o que é pegar transporte lotado

Para receber no final um salário miserável


Ei, seu branco, que se diz progressista 

Que vai na biqueira para sentir sua brisa

Você que não apoia a descriminalização das drogas 

Mas quer sua maconha todos os dias e todas as horas


Ei, seu branco, que não liga pro jovem preto morrendo

Que não quer saber quem está sofrendo

Com esta guerra infame que se chama genocídio

Enquanto você dá um pega pra sentir seu alívio


Me diz como dorme, como sente essa brisa

Tendo em suas mãos o sangue de todo preto morto pela polícia

Você que se diz descolado, antenado 

Está disposto a lutar por qual lado?


É fácil quando um sistema te mantem em segurança

Para dizer que na quarentena vai em biqueiras por toda a vizinhança

Subir o morro só é válido quando é pra pegar seu bagulho

Agora experimenta morar em barraco e ser acordado com tiro e barulho


Seu branco que enche a boca para apontar “os defeitos” dos outros

Por ainda acreditar que é superior a todos os outros

Seu branco, só te digo uma coisa

Seu tempo está passando e é melhor você ir se acostumando.

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