Quando
cheguei ao colegial fui gostar logo da menina que já namorava. Sempre, sempre
fazendo boas escolhas. Mas algo mudou na faculdade. A timidez deu lugar a uma
desenvoltura fingida. Dava certo, dava. Conheci uma garota. Estávamos sempre
juntos. Não éramos namorados porque, honestamente, nenhum de nós tinha parado
pra pensar nisso. Calor da juventude, talvez. (Já tenho idade pra falar isso?) Pois
bem. Um dia ela apareceu com um anel de compromisso. Hoje vejo como essa ideia –
anel de compromisso – é besta, mas na época me abalou bastante. Tanto que o
filme que passava na nossa frente, ótimo, desceu bem indigesto. Demorei anos
pra voltar a vê-lo. Traumas da juventude. (Sério, posso?)
A próxima
não demorou tanto. Noivado desmanchado pelo outro. Ela viu em mim a chance de
recomeçar. Eu vi nela a chance de ver uma mulher com pouca roupa em muitas
ocasiões. Durou pouco, mas foi intenso. Explosivo. Como eu nunca tinha
namorado, achei que estava tudo certo, mas em algum ponto aquilo de terminar e
voltar me pareceu estranho. Na quinta ou sexta vez, acho. A melhor coisa que
ela fez foi terminar comigo. Ombro dos amigos e outras partes de algumas
amigas. Não convém entrar em detalhes, mas a vida era boa de novo. Até que
aparece outra mulher, mas ela se muda para longe. A dor da separação, agora
geográfica. Depois, outras. Umas que apareceram por acaso, outras que marcaram
pra valer. Noites mal dormidas e noites não dormidas. Uma casou. A encontrei por
acaso um dia e me contou que estava grávida. Deu pra ver que esta feliz. Outra
casou, mas não está tão contente assim. Talvez fosse ela. Talvez fosse eu. Agora
não somos nós.
Em
algum ponto do trajeto, comecei a observar mais as pessoas. De repente, assim eu entenderia melhor o problema. Se houvesse um problema. O que vi foram casais
que juntam e separam de acordo com a estação do ano, outros que são compostos
de três, às vezes quatro pessoas ao mesmo tempo. Foi quando passei por uma
frustração ideológica. Se essas eram as condições pra um relacionamento, eu não
queria. Os amigos me mandaram parar de frescura e passaram a me apresentar pra
outras mulheres. Cansei depois da terceira tentativa furada. Talvez eu seja
muito chato, talvez muito exigente. Não sei. Só sei que não desisti. Ainda
encontro a fórmula do amor.
rss
ResponderExcluirO que vi
da vida!
É!
ResponderExcluirUm dia a gente acorda, e descobre que cresceu!
Belíssimo texto!
encontra sim...
ResponderExcluirtodos nós passamos por coisas desse tipo na vida.... faz parte... ganha-se apenas experiencia... e uma historia pra contar... ;)
Coração é bicho bobo...
ResponderExcluirengracado, o dia que eu conheci vc, vc estava sofrendo por amor, lembro bem.
ResponderExcluirBem escrito, gostei. E a idéia do site é muito boa, não tinha visitado ainda.
ResponderExcluirHahahahahahaha
ResponderExcluirAdriano, você quer morrer de amor, hein?!
Cheguei a pensar que a música seria Mulheres, do Martinho da Vila, mas preferi a que você escolheu. "As coisas são mais fáceis na televisão."