sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Sobre ideologias



[na imagem acima, um africano judeu trajado de americano/inglês - símbolos das culturas degeneradas]


"As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes, isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios da produção material dispõe também dos meios da produção espiritual, de modo que a ela estão submetidos aproximadamente ao mesmo tempo os pensamentos daqueles aos quais faltam os meios da produção espiritual." (Marx e Engels, A Ideologia Alemã)

Ao analisar a luta de classes como um fator preponderante na história da humanidade, e considerando que os valores de uma determinada parcela se sobrepõem a outros, é interessante questionar se os desdobramentos desse embate também se refletem no que se entende por arte atualmente, ou se eles se aplicam apenas em determinados setores da sociedade, se existem áreas estão livres de influências políticas/ideológicas.

Em outras palavras, é possível considerar a produção artística (principalmente as mais recentes) como um resultado da luta de classes? Ao abordar esta questão, é preciso considerar se há uma ideologia de classe para delimitar o que é arte, e consequentemente seus desdobramentos nas relações de produção. Porque o que a gente gosta é de xingar burguês safado.

Por motivos de tempo (tamanho de texto, preguiça e fome), vamos adotar o conceito de ideologia como uma teoria geral para a explicação da realidade e dos mecanismos da sociedade na qual o indivíduo está inserido (seus valores, sua cultura), e, portanto, sujeita a alterações ao longo dos períodos históricos. 

No livro O Que É Ideologia, encontramos alguns trechos que reforçam esta ideia:

“Um dos traços fundamentais da ideologia consiste, justamente, em tomar as ideias como independentes da realidade histórica e social, de modo a fazer com que tais idéias expliquem aquela realidade, quando na verdade é essa realidade que torna compreensíveis as ideias elaboradas.

(...)

Além de procurar fixar seu modo de sociabilidade através de instituições determinadas, os homens produzem ideias ou representações pelas quais procuram explicar e compreender sua própria vida individual, social, suas relações com a natureza e com o sobrenatural. Essas ideias ou representações, no entanto, tenderão a esconder dos homens o modo real como suas relações sociais foram produzidas e a origem das formas sociais de exploração econômica e de dominação política. Esse ocultamento da realidade social chama-se ideologia.”

Basicamente, entendemos aqui que ideologia não é a relação atual do indivíduo com sua condição vida, mas a maneira que ele enxerga essas relações - e temos aí duas condições de existência, as reais e as imaginadas. Numa ideologia se expressam as relações imaginadas em seus princípios (conservador, conformista, reformista ou revolucionário). Existem concepções mais ou menos diferentes de ideologia ao longo do da história, dependendo da linha filosófica, mas esta é conveniente para o desenvolvimento da ideia que eu quero expressar aqui. 

Considerando a ideologia enquanto algo imanente à natureza humana, em sua necessidade de explicar a realidade e suas relações, voltamos à pergunta, se é possível podermos considerar que há uma ideologia de classe.

A dominação do homem pelo homem é explicitada na divisão de classes em um sistema. Uma classe social é uma parcela de indivíduos com o nível cultural, social, econômico e políticos similares: sua ocupação no sistema de produção social e suas relações com os meios de produção na organização social do trabalho. A partir destas relações temos classes exploradas e classes exploradoras.

Partindo do princípio que a história é contada pelos vencedores, assume-se que os valores também o são. Logo, se existem ideologias dominantes e que são derivadas das classes dominantes, há a replicação destes princípios para as outras classes, que as absorvem. 

Há sim uma série de valores estéticos aplicados à arte, e isto - querendo ou não, é uma ideologia. Uma cultura ou manifestação artística que é marginalizada é uma expressão que não reproduz os valores expressos nesta estética vigente - e, enquanto ideologia, é algo que tem seus valores alterados ao longo do tempo - por consequência, o que é rechaçado hoje pode não ser amanhã. Também é importante lembrar que a ideologização burguesa da arte vem na revolução industrial e não exatamente no início da formação da sociedade e esse é meu foco aqui. não vou me aprofundar em teoria nenhuma pelo amor de deus eu não sou especialista só quero reclamar um pouco me deixa (mas uma amiga me disse que Lukacs é mó legal, se quiser considerar esses paranauês)

Tendo isso definido, finalizo o texto com uma olhada por cima na questão do cerceamento à cultura, algo que tem sido bastante visto/discutido nos últimos tempos. Por que uma arte é considerada mais ou menos adequada? Qual o sentido dessa censura e marginalização do que é diferente? 

Vemos muito deste discurso principalmente em classes que não são dominantes, mas se enxergam como tal, tendo absorvido e replicado entre si os valores que lhe foram repassados. A ideologia das classes exploradoras serve antes de tudo para a manutenção do status quo, pois justificam as relações nas quais as pessoas estão inseridas. 

Se um determinado tipo de manifestação é excluído, considerado inferior à determinado estilo, é porque a ideologia expressa no primeiro vai encontro ao padrão estético vigente - um grupo marginalizado tende a fazer arte marginalizada, tanto por ser excluído das relações sociais, quanto devido ao fato de que o que é expressado no ideal dominante não contempla ou dialoga com sua realidade. Uma cultura não é menor ou menos importante só porque não se encaixa em padrões impostos, mas ela pode ou não ter uma influência e recepção maior, dependendo do meio onde está inserida. 

E, se a ideologia dominante define o que deve ou não ser mostrado, a arte censurada vai contra estes valores, um contraponto à bolha do isolamento: ela é, sobretudo, resistência e questionamento, posturas extremamente necessárias nos dias de hoje.


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[Sobre a imagem no começo, segue esse texto da Wikipedia pra explicar o que era “arte degenerada”: 

"Arte degenerada" (em alemão, entartete Kunst) foi o termo oficialmente divulgado para a arte moderna, difamada com justificativas de teoria racial durante o governo nazista na Alemanha. O termo “degeneração” (Entartung) foi emprestado da medicina para a arte no final do século XIX.

No Regime Nazista, foram consideradas "arte degenerada" todas as obras de arte e movimentos culturais que não estavam de acordo com a concepção de arte e o ideal de beleza dos nacional-socialistas, a chamada Deutsche Kunst (arte alemã). Estes movimentos incluem: Bauhaus, Dadaísmo, Cubismo, Expressionismo, Futurismo, Fauvismo, Impressionismo, Nova objetividade e Surrealismo. Além disso, todas as obras de artistas de origem judaica foram classificadas como degeneradas. ]


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Referências:
  • A Ideologia Alemã, Marx e Engels - Editora Boitempo
  • O Que É Ideologia, Marilena Chauí - Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense
  • Art History and Class Struggle, Nicos Hadjinicolau  - Pluto Press, 1979

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Antropoceno


Ano passado fui pela primeira vez ao Museu da Casa Brasileira. Vi a exposição “Remanescentes da Mata Atlântica & acervo MCB”  e saí de lá melancólica. Por meio de painéis fotográficos, recortes de jornal, a exposição apresenta memória do que foi a Mata Atlântica e o fato de que muitas espécies nativas só existem agora enquanto objetos, inclusive, na sala ao lado da exposição estão dispostos alguns exemplares desses móveis. Vidas inteiras (vegetação e animal) reduzidas a uma estante empoeirada...

Antropoceno. Termo cunhado para indicar que entramos num outro período geológico a partir das interferências humanas no ecossistema. Há uma mudança em curso e o que para alguns é descrito como o “fim do mundo”, para outros é o nascimento de outra era. O que tem lá na frente não sabemos, mas é certo que estamos caindo, como diz Ailton Krenak.

Há muito tempo tenho interesse pelos conhecimentos produzidos por comunidades tradicionais, mas agora estou particularmente interessada porque me recuso a permanecer em desespero. Para aqueles que viram o mundo acabar com a invasão e saque dos europeus, existe muita sabedoria acumulada em como continuar existindo e buscando uma vida boa.

O pânico cega. Parece que no cenário de opressão e catástrofe só nos resta encontrar um abrigo qualquer para não ser tão atingido. Esquecemos de questionar as opções: quem decide e dá as opções das nossas vidas? Como o tempo deixou de nos pertencer? É preciso olhar pra cima e respirar para não morrer sufocado. Respirar...

Pra mim, o mais triste de envelhecer está sendo perceber como fui deixando de sonhar. Ausência de sonhos, de imaginação, de utopia. Não é um problema meu, particular, mas ao que parece das sociedades capitalistas no geral. É como a máquina funciona manipulando nossas subjetividades dentro do labirinto que nos abre um caminho determinado a seguir. E segui-lo parece inevitável, independente se você se está feliz ou triste. O desafio, portanto, é conseguir encontrar meios de recuperar a capacidade de sonhar e lutar para construir uma era diferente. DORIME. AMENO.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

E daí?

Ética. Conceito que surgiu na Grécia antiga. Abstrato e complexo, duas pessoas podem desejar agir com ética seguindo caminhos bem diferentes, dependendo das referências que usem. Tendo surgido há tanto tempo, é bem provável que para o Jair é melhor jogar fora essa velharia.

Kant, notável pensador da ética, não era muito adepto da ideia de facilitar as coisas para seus leitores, os comentadores do filósofo deram uma força. Reduzindo quase no nível da autoajuda (perdão, Kant), agir com ética seria agir como gostaríamos que os outros agissem. Ou ainda, se alguém não puder saber o que você está fazendo, não faça. O motivo da pessoa não poder saber é o mesmo motivo que te impede de fazer. Difícil acreditar que o Jair compreenda, por mais didático e simplificado que deixemos.

Com minha pós em jornalismo recém concluída, presto mais atenção nas críticas feitas à imprensa. Jornalismo também tem ética. É dever do jornalista divulgar informações de interesse público e isso gera conflitos inevitáveis. Geralmente o interesse público bate de frente com o interesse de quem vira notícia, tipo o Jair.

George Orwell, autor do clássico 1984, uma distopia cada vez mais parecida com realismo, dizia que “jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. Frequentemente esse “alguém” é o governante, portanto conflitos entre governo e imprensa são inevitáveis. O que Jair não entende é que podemos lidar com conflitos de forma ética e responsável. Difícil esperar essa compreensão de quem sequer chegou à maturidade.

Jornalistas não têm o direito de investigar e publicar falcatruas do governo, têm o dever de fazer isso. Claro que na prática isso não é tão simples e pode dar margem para que o jornal atue em interesse próprio, fomentando um golpe do qual também sofrerá consequências. Jair não é mais que um dejeto inesperado desse golpe.

Quando a ética não basta, pois a pessoa sequer compreende o significado, só restam as leis, que Jair já vem desrespeitando desde quando servia no exército, de onde foi expulso. Já no congresso encontrou terreno fértil para agir como uma criança mimada, que ao ser repreendida pergunta “e daí?” e tudo fica por isso mesmo. Até que um dia, seguidos “e daí?” começam a criar constrangimentos, entraves e problemas.

Se o jardim de infância também for conhecido como Palácio da Alvorada, os problemas podem atingir níveis internacionais, comprometendo o país todo. Resta saber quando e quem dará limites à criança mimada de 64 anos.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Chevening: o passaporte para o UK

Caros leitores, 

No meu post de boas vindas (disponível aqui), prometi compartilhar as minhas experiências na terra da rainha. Hoje eu quero contar como fui parar lá.

Meu passaporte para o UK foi uma bolsa de estudos chamada Chevening, o programa de bolsas do Foreing and Commonwealth Office Britânico (algo como o nosso Ministério de Relações exteriores, eu diria). Todos os anos, o Chevening seleciona pessoas com perfil de liderança e networking para ir fazer um mestrado no Reino Unido. Os candidatos precisam ter a intenção de voltar para o seu país de origem após os estudos, carregando a missão de fortalecer as relações entre o UK e o seu país.

O processo seletivo costuma ficar aberto entre agosto e novembro todos os anos. Então, save the date e fiquem ligados no site Chevening (https://www.chevening.org/scholarship/brazil/).  

O processo seletivo tem três fases:
1) Triagem
2) Entrevista
3) Comprovação de aceite na universidade e proeficiência em inglês

Na primeira fase do processo, é necessário preencher alguns formulários com seus dados pessoais, histórico acadêmico e profissional. Também é necessário escrever mini redações sobre:
- como você mostra habilidades de liderança e de networking
- o porquê de ter escolhido o UK
- indicar três cursos/universidade por ordem de preferência
- o porquê se ter escolhido o seu curso específico (que precisa ser um mestrado de um ano; também tem a opção de MBA, mas com financiamento parcial)
- como o que você quer estudar poderá fortalecer a relação entre Brasil e UK

Parece difícil, certo? E é mesmo! Eu diria, que para ser aprovado, você precisa saber muito bem o que você quer. Eu mesma fui reprovada na primeira vez porque estava perdida. Depois que me encontrei e convenci a mim mesma de que eu era boa em networking e liderança e sabia bem o que queria estudar, fui aprovada. 

Portanto, a maior dica que eu posso te dar é: olhe para dentro de você mesmo, descubra o que tem de bom aí (com certeza tem bastante coisa!), convença-se disso e depois vá a luta!

Quem foi aprovado na fase de triagem é convidado para uma entrevista em inglês com uma banca de três a quatro pessoas. A banca é formada por um representando do governo britânico, ex-bolsistas Chevening, um dos carinhas maneiros que tomam conta da Bolsa Chevening no Brasil. A entrevista é relativamente rápida e é basicamente uma repetição de tudo o que você escreveu na mini redações que comentei anteriormente. De novo, o que você precisa para ser aprovado aqui é estar muito seguro de si mesmo e saber bem o que quer. 

A última fase na verdade precisa correr e paralelo com as demais. Depois de enviar os seus formulários e mini-redações em novembro, você precisa se organizar para se inscrever nos cursos que indicou e fazer o teste de proeficiência em inglês. Então, caso você passe na fase 2 (entrevista) e seja convocado para a fase 3 (apresentação de documentos) você precisar ter esses dois documentos em mãos: 1) aprovação de ao menos um curso/universidade; 2) nota mínima no teste de inglês.

Para resumir, o processo seletivo todo leva uns 10 meses. Você começa a se inscrever em agosto e se for aprovado em todas as respostas, só fica sabendodo resultado final em junho/julho. Esse processo seletivo pe também um exercício de paciência. Mas acreditem: VALE MUITO A PENA.

Como já escrevi bastante por hoje, deixo aqui uma fotinho legal do meu evento de boas-vindas no UK. 


Nos próximo post, falarei sobre a frustração de ser reprovada na primeira tentativa e a alegria de ser aprovada na segunda vez.

Até breve.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Silêncio

Eu moro em São Paulo, a terra da garoa.
Há dois dias caiu uma chuva enorme, dizem que a última vez que choveu assim foi há trinta anos.
Tudo ficou debaixo da água. Tudo. Casas, carros, comércios.

Fiquei impressionada com o volume de água, mas nada me impressionou mais do que o silêncio das autoridades. O silêncio mortal do poder público. Nem ambulância escutei, depois fiquei sabendo que a central do SAMU, das ambulâncias, estava ilhada. Quem ajuda precisou de ajuda, mas não teve. Ficou ali isolada, com os funcionários lá dentro.

Não foi uma casa que se perdeu com a enchente, foram muitas. Até a Ceagesp, a central de alimentos, viu a água subir e assim sete toneladas de alimentos foram descartadas.
E o governador? Em Dubai, dizendo que estava trazendo novos negócios para a cidade. O prefeito? Disse que tudo o que era possível estava sendo feito.

Ninguém no governo pareceu se importar com o custo de uma enchente, seja de vidas, seja o custo econômico. São Paulo é um trem, precisa estar todo o tempo em movimento. 
Ver uma cidade parar e se afundar diante do silêncio de todos seus governantes me faz pensar que as pessoas que governam a cidade estão preocupadas com seu salário, seu dinheiro, não se sentem obrigados a trabalhar.

Água é uma manifestação barulhenta da natureza. Mas em São Paulo ela caiu em silêncio. Foi a noite mais quieta da cidade, debaixo da água, abandonada por todos.


domingo, 9 de fevereiro de 2020

9 lições que devemos aprender com os gatos

Qualquer pessoa que tem a sorte de conviver com gatos sabe o quanto eles são seres incríveis e maravilhosos. Acredito que nós, humanos, temos muito a aprender com essas criaturas e, por isso, hoje compartilho com vocês 9 lições que os gatos têm a nos ensinar:

1. Espreguiçar-se

Os gatos dormem muito, de 12 a 14 horas por dia. Ao acordar eles sempre se espreguiçam bastante, e estão cobertos de razão. Nada melhor do que ao despertar de uma longa noite de sono, espreguiçar-se, esticar os músculos e articulações até o ponto máximo, e em seguida relaxar. É como se você desse ao seu corpo a mensagem para ele se preparar para levantar depois de tanto tempo deitado. O movimento do gato se espreguiçando inspirou um asana na Yoga chamado espreguiçamento do gato (Marjaryasana) que tem vários benefícios e é muito fácil de praticar.

2. Dizer não


Os cães são famosos por sua fidelidade aos humanos. Já os gatos, são fieis a si mesmos. São livres e não se preocupam em sempre agradar e nem se forçam a fazer algo que não desejam. Se quiserem vir quando são chamados, eles virão. Se não quiserem, não estiverem a fim, apenas não virão e caberá a quem chamou lidar com a frustração.

Com os gatos aprendemos a dizer não e aceitar o não. A  valorizar a liberdade de si e do outro, e o livre-arbítrio de cada um.

3. Cair em pé

É muito interessante essa capacidade que os gatos têm de sempre caírem em pé. Tem a ver com o senso de equilíbrio desses animais aliado à suas vértebras maleáveis. Infelizmente nós humanos não temos o mesmo equilíbrio e maleabilidade, mas podemos exercitar essas habilidades no sentido psicológico, buscando ser pessoas mais tolerantes, flexíveis e equilibradas, para saber lidar bem com as quedas que teremos ao longo do nosso percurso.

4.  Ter autenticidade

Uma das coisas que eu mais admiro nos gatos é a autenticidade que eles possuem. É incrível como cada gato tem uma personalidade diferente. Por mais que possam se parecer no padrão da pelagem ou na cor dos olhos, sempre haverá alguma característica singular. Enquanto um é mais carinhoso e ciumento, podemos encontrar outro mais bonzinho e territorialista, outra mais desconfiada e exploradora, as combinações de traços de personalidade e idiossincrasias são infinitas. As pessoas mais interessantes, na minha opinião, são as autênticas, que não tem vergonha de serem quem são e não se importam com o julgamento alheio. 

5. Brincar

Os gatos brincam todos os dias. É uma ótima forma de gastar a energia, socializar com os outros gatos, treinar para caçadas e se divertir. E, diferente de nós humanos, eles não deixam de brincar depois que crescem. A vida adulta é difícil e em muitos momentos nos exige seriedade, mas é importante soltar as amarras e brincar de vez em quando, isso traz alegria e leveza para os dias.


6. Ter curiosidade

"A curiosidade matou o gato". A curiosidade dos gatos é famosíssima, e apesar do caráter negativo do ditado, a curiosidade bem aplicada pode ser muito positiva. A curiosidade nos move para buscar conhecimento e aprender coisas novas. O cientista é, antes de tudo, um curioso.


7. Ter boa higiene pessoal 

Os gatos são muito limpos e asseados. Aprendem desde filhotes a usar a liteira, enterram seus cocôs pra não ficar cheirando mal e tomam banho várias vezes ao dia. Passam horas se lambendo e lambendo uns aos outros. Quem dera se todos os humanos fossem tão limpos quanto os gatos! Nosso olfato agradeceria :).


8. Saber ignorar 



Porque às vezes, o melhor a se fazer é virar as costas e sair lindamente.

Os gatos são mestres em ignorar. Muitas vezes é preciso apelar para o sachê para se ter a atenção dos bichanos. Se formos capazes de aprender essa técnica avançada de desprezo, quantas tretas poderão ser evitadas? Quantas pessoas escrotas deixarão de ter a atenção que nunca mereceram? Quantos cabelos serão poupados (seja de caírem, seja de embranquecerem)? Estou ávida por esse dia!

9. Não julgar antes de conhecer



Finalizo com esta lição porque muitas pessoas dizem que não gostam de gatos, mas nunca conviveram com um. Já possuem uma série de argumentos infundados contra os gatos, que podem vir acompanhados de um medo irracional. Para essas pessoas, gostaria de propor que se permitam conhecer o mundo dos felinos, ao menos um espécime. Vá na casa de algum amigo ou familiar que tenha gato(s) e fique algumas horas observando, interagindo. Depois volte aqui e me responde nos comentários se mudou de opinião.

E você, é gateiro ou cachorreiro? Comente alguma outra lição que você aprendeu com os gatos.