sexta-feira, 30 de maio de 2014

Mais Uma Para Engrossar o Caldo

Olha a família Coppola aumentando nas telinhas, Gia Coppola estréia o seu longa “Palo Alto” e com seus 27 aninhos Gia engrossa o caldo dessa família recebendo ótimas criticas.

Gia tentou a fotografia, foi trabalhar em um restaurante, mas não teve jeito a telinha chamou, foi chamada para participar de um curta, não aceitou atuar, mas disse que toparia dirigir, depois disso dirigiu o vídeo clipe do primo Robert Schwartzman  ai já viu né.

Na verdade Gia voltou para as telinhas, pois ela é uma das menininhas desse clipe do Nick Cave.



Mas agora ela vêm como poderosa chefona, e tudo indica que vai se dar bem, Palo Alto é baseado em um livro de contos do ator James Franco que também participa do filme como ator, e foi ele que pediu para Gia adaptar os contos, até ajudou a bancar o filme, vendo o trailer não tem como não lembrar da tia da Sofia Coppola, e sem duvida alguma não tem nada de ruim nisso.





Abs
Jeff

quinta-feira, 29 de maio de 2014

não sei

o que fazer nos próximos meses, especialmente em junho e julho estou com dúvidas monstruosas. queria visitar mundos distantes, outros planetas, novas galáxias e sistemas solares mas não existe transporte (público) para lá, mesmo se tivesse é bem provável que minha renda não fosse o bastante para pagar a tarifa. 

qualquer lugar e canto que não tocasse no assunto seleção, delegações chegaram entraram no hotel, granja tá frio, chovendo e ventando pobrezinhos dos jogadores e delegação, gramado importado cresceu com sistema ultra moderno, trave quer dizer gol tem exatos centímetros de um lado para outro, sala de treinamento ultra modernas, taça em são paulo, os melhores de outros tempos e mundiais quando fomos um e as mazelas sociais eram encobertas através da paixão pelo futebol.

meu deus, meus etes e minhas cabriolinhas do céu não quero ouvir e saber nada disso. sequer começou e não estou aguentado estas bestagens.

exceto informações sobre o campeonato brasileiro que minimamente me contempla quando raramente é lançado promoção de dez reais para os jogos - do resto não quero saber - não importa e não me interessa.

afinal se o que acontece fora de campo não é um problema para se preocupar, acredito que o acontece dentro dele também não, ao ponto de me fazer sentar em frente de uma tevê e assistir um jogo sequer ou saber informações sobre os pobrezinhos com milhões de reais e dólares nas contas.

e considerando que todo roubado foi-se ou todo roubado talvez seja compensado através do suposto legado, turismo e eteceteras ainda que aconteça não contemplará quem de fato precisa, reafirmando que não devo me importar com absolutamente nada sobre o assunto.

desanimada? de forma alguma, acredite nunca antes na história da minha vida estive tão animada. pela primeira vez vejo a preocupação popular no que realmente importa. não vejo empolgação, ânimo, alegria da população neste evento.

na verdade não vejo nem o mínimo do mínimo da empolgação, a prova está em ruas não enfeitadas, na falta de gente falando pelos cotovelos, super hiper mega contentes para: chegada dos jogos, fazer dívida  na compra de televisão de tela plana, fazer um churrascão para receber família ou amigos mesmo por que o preço da carne está pela hora da morte o que percebo é muito diferente do que está sendo constantemente divulgado e com isso não quero dizer que estou a favor do cerceamento da liberdade de escolha, usar a fé para fins políticos e econômicos é promover alienação!

não sei se irá mudar em junho ou julho o que sei é que cada vez mais tenho esperanças num futuro bem próximo da conscientização que move sabe, seja atravessando crises e desastres econômicos, se continuar assim, arrisco dizer com pequenas e miúdas esperanças da possibilidade de acontecer um certo baião. 

ps:resta saber onde e quando vou gritar olha a cobra!!! ah é mentira!!! olha a chuvaaaaaa! já passou! olha o baião e a revolução não é mentiraaaaaaaaa!!! :>) ainda não custa sonhar né?

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bill Viola e Karim Aïnouz

desde que eu vi o filme "Praia do futuro", do Karim Aïnouz, sábado passado, constantemente, algumas das cenas retornam na minha parca memória. digo o mesmo sobre algumas das imagens da exposição do videoartista Bill Viola, no Grand Palais, em Paris. Ao contrário de Karim, eu não conhecia nada de Bill Viola. fui levada pelas mãos da minha ruiva Marie. ficamos umas seis horas nos espaços monumentais do Grand Palais, sem sentirmos o tempo passar. na penumbra que os vídeos exigem. as sensações foram tantas, que - mais uma vez - me será impossível dizê-las corretamente.
porém, após ver o filme de Karim, compreendi melhor o que tanto me impressionou no trabalho desse artista até então desconhecido para mim (mundialmente famoso, explico para minha pobre ignorância). e é simples [e Marie já havia me falado]::: de algum modo, o que vemos tem que nos dizer algo. não falo de beleza propriamente dita, embora eu possa dizer que são belas as imagens dos dois trabalhos. nunca estou falando apenas de beleza. nem apenas de emoção. ou de alguma associação com o que penso ou vivo ou desejo. é um pouco disso tudo, mas é primordialmente outra coisa que tem a ver com o arrancar-me da indiferença e instalar a fórceps uma espécie de incômodo que me obriga a pensar a partir do que vi.
foi assim nessas experiências. Bill Viola, primeiro, exige de nós outra relação com o tempo e aceitamos essa exigência quase sem nenhuma resistência. em boa parte dos vídeos quase nada acontece, mas é por este quase nada que permanecemos à espera. em estado de espera. dez, quinze ou trinta e cinco minutos para cada vídeo de cenas aparentemente imóveis. uma conversa entre mãe e filho de uns quatro anos, diante de quatro tvs que reproduziam lentamente o cotidiano de uma mulher, explica bem esse movimento. a criança pergunta por que nada acontece e a mãe responde: “acontece, sim, preste atenção. veja como as imagens mudam lentamente”. essa atenção demanda um outro tempo. e é nesse outro tempo que a vida requer um pensamento sobre a vida e a morte, sobre a passagem do tempo [e as perdas que vêm com ela]. num mundo quase sempre aquático ou subaquático, vemos e intuímos a morte, o além da morte, os encontros quase sempre fugazes; como no vídeo em que dois homens andam paralelamente numa mesma direção e se encontram por meros instantes para logo em seguida se separarem. ou nos véus de imagens, em que de um lado vemos um homem perdido numa floresta e, de outro, uma mulher, até que as imagens se fundem para vermos os dois juntos por poucos instantes, até a separação. ou no resgate de um afogado que dá errado, em que vemos uma mulher em pé, inconsolável, os gestos lentos dos bombeiros, até que a chuva vem e todos se vão. o afogado, então, ascende em direção ao infinito. é também sobre o mistério do além-vida um dos vídeos mais bonitos, o Ascensão de Tristão. nesse mundo, é quase tudo frágil e violento, diante da iminência do que acontece e está para acontecer. e o fato de ser memorável deve-se muito a isso.
o que Praia do futuro faz  não é diferente. o mundo também é aquático ou quase. e também é sobre o tempo e o que acontece no seu decorrer. é sobre afeto e perda - o que se explica e o que não tem explicação. é sobre a fragilidade diante do que ocorre e a violência das nossas decisões. e é sobre o amor. até karim diz que o filme não explica muito. e eu concordo. mas para mim Donato se torna um estrangeiro, tendo em seu país uma família para sustentar e um emprego, por amor a Konrad. e é por amor que seu irmão Airton vai atrás dele muitos anos depois. E é também por amor que Konrad age muito antes de Donato saber fazê-lo.
 jesuscristinho, é bonito demais. dá um nó nas tripas. uma vontade de chorar, embora nada tenha de melodramático. e a música vem no momento exato, mesmo quando parece clichê. e o final ainda nos dá outra imagem sobre o mar. é o mar a névoa da Alemanha, é o que vemos. e como em Bill Viola, fiquei imersa num tanto de emoções, de dizeres, de não dizeres. fiquei pensando que nada precisa ser pela violência. contra os discursos da intransigência, do preconceito, cada vez mais desavergonhados, que a outra via seja a poesia, a imagem. as imagens belas do encontro entre Konrad e Donato - Wagner Moura mais uma vez soberbo -, as cenas de sexo e de nudez infinitamente fortes entre os dois. são imagens não apenas magnificamente fotografadas, mas exigentes, como disse Didi-Huberman na conversa que assisti dele. exigem de nós outra forma de contemplação, outra forma de pensamento. e de maneira simples. muito simples.
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como tudo que trava nosso olhar para nos fazer enxergar mais além. 
 
(ps. resolvi fazer algo que não tinha feito antes::: transportei a postagem do meu blog pessoal para cá. queria ocupar meu dia 26, coisa que não tenho conseguido nos últimos meses, mas também queria dizer, ainda aqui, como essas duas experiências recentes foram importantes para mim! prometo uma postagem inédita no próximo mês!). 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Procura-se Desenhista

Eu tô emburrecendo. Profundamente.



Alguém por favor poderia me explicar como tem tanta manifestação, greve, insatisfação, revolta e a Dilma venceria em primeiro turno? Cadê coerência?



E alguém me explica essa noticia?

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-05-20/ministro-do-stf-muda-decisao-e-mantem-suspeitos-da-operacao-lava-jato-presos.html

Eu entendi o seguinte: A PF se mata para conseguir provas e prender uns acusados de lavagem de dinheiro. Como no meio do bando tinha parlamentares, um juiz mandou soltar todo mundo. Dois dias depois ele muda de ideia. Sério, alguém pode desenhar, porque ta difícil.



E apos completar meu álbum de figurinhas da copa comecei a pesquisar sobre os possíveis candidatos que votarei nas próximas eleições. Mais fácil achar agulha no palheiro do que um candidato realmente "ficha limpa", sem nenhum passado negro ou no minimo suspeito.



Ta complicado, gente. Ta bem complicado.

Alguém tem outra saída que não seja o aeroporto?



Saudades de quando eu tive esperança..


quinta-feira, 22 de maio de 2014

A culpa é do PT!

Dedico este texto a todos os pensadores contemporâneos do Brasil, 
sobretudo aqueles que dedicam parte de seu precioso tempo a
manifestar suas angustiantes inquietações nos comentários 
das noticias veiculadas pela internet brasileira


Apresento a seguir pequenos excertos incrivelmente baseados na vida real:

***

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276 meninas foram sequestradas por um grupo armado na Nigéria em abril e, ainda hoje, 223 permanecem em cativeiro. Enquanto estudiosos do mundo todo tentam entender a questão, John não perde seu tempo com vãs especulações e afirma que a culpa não pode ser de outro que não seja o PT. Sim, o PT que juntamente com o Itamaraty reverencia o grupo armado responsável pelo sequestro e que, por este óbvio motivo, não bota a cara na TV para vir em defesa das meninas nigerianas. A pertinente elucubração de John é tacitamente corroborada pelo pensamento de Wilson, que afirma que o Brasil, por evidente culpa do PT, é muito semelhante à Nigéria, uma vez que em ambos os países o povo é miserável, haja vista a existência de programas assistencialistas como o Bolsa Família, e com a população aculturada, fato inexoravelmente comprovado pelo fato de que o antecessor imediato da atual presidenta é analfabeto.

***


***

A culpa é do PT!
A culpa é do PT!
A culpa é do PT!

Se choveu demais,
Se choveu de menos,
Se não ganhei na Mega,
A culpa é do PT!

Se está calor de mais,
Se está calor de menos,
Se não completei meu álbum,
A culpa é do PT!

Se tem muito mosquito,
Se tem pouco mosquito,
Se o Brasil perder a Copa,
A culpa é do PT!

A culpa é do PT!
A culpa é do PT!
A culpa é do PT!

***

Como é bom viver num país tão simples, onde todas as perguntas já possuem uma única e simples resposta, na ponta da língua de qualquer um!

***

PS.: Há quem diga que este post já foi escrito com outras palavras e pode ser lido aqui.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sempre haverá um amanhã...!

Publicado originalmente aqui.

Eu li sua carta, eu a recebi justamente no outro dia.
Você parece tão feliz, tão engraçado como o tempo se dissolve.
É um prazer tão grande ver você crescer,
E ver como você está espalhando seu amor
Através do ar hoje.

Eu penso no Paraíso, toda vez que te vejo caminhar ali.
E, enquanto você está caminhando,
Eu penso nas crianças em todos os lugares.
Está no seu signo estelar
Você crescer mais forte.
Eu nem consigo acreditar em você,
É tão bom importar-se...

Através do encantamento, para dentro da luz do Sol,
Anjos tocaram seus olhos...
Sua Alteza, elétrica... Tão surpreendente...

É esta sua primeira vida?
Parece como se você tivesse vivido antes ...
Você me ajuda a agüentar,
Você tem um coração como uma porta aberta.
Você canta tão docemente,
Minha Amada adora você.
Ela adora, ela está pensando em você
Agora mesmo, eu sei...

O verão está vindo,
Eu manterei contato, portanto você não está sozinha.
Então, como uma andorinha você voará embora
Como os pássaros têm voado.
Então deixe-me te dizer
O quanto eu te amo.
Eu faria os pássaros canoros cantarem
Para você novamente.

Bem, agora é boa noite!
Anjo querido, leia bem esta carta...

terça-feira, 20 de maio de 2014

Depois do Rodas, a USP roda!

Quase 5 milhões de reais para trocar o piso de uma praça.
Entrei na USP em 2006. Até então não fazia ideia de como era o ambiente de uma universidade pública tão multifacetada. Tinha ainda a mentalidade que construímos com os exemplos da escola, onde o professor fala e os alunos escutam – os bons alunos escutam quietos e os maus fazendo bagunça.

Começando a estudar as ciências sociais vi que nem toda a bagunça era maléfica. Contestar autoridades muitas vezes é o mínimo que se espera de quem tem senso crítico e pretende fazer alguma coisa contra um padrão insatisfatório.

Assim participei de várias assembleias, manifestações, greves e ocupações. Olhando para trás vejo que nem todas foram necessárias. Talvez tenha me faltado maturidade ou senso crítico, porém muito pior seria frequentar as aulas, alheio ao ambiente universitário e a tudo o que pude aprender participando do movimento estudantil.

Nos últimos quatro anos as principais ações dos estudantes da USP giraram em torno do ex-reitor, João Grandino Rodas. Segundo colocado na preferência da comunidade, Rodas foi escolhido a dedo pelo então governador José Serra, mesmo sendo acusado de improbidade administrativa, entre outras coisas, durante o período em que foi diretor da Faculdade de Direito da USP.

A opinião pública, quando alguma manifestação estudantil vinha à tona, era quase unânime: um bando de vagabundos que queriam fumar maconha em paz, sustentados pelo contribuinte que paga seus impostos.

Não participei ativamente da última ocupação da reitoria, em 2013, mas visitei o prédio. Não gostei do que vi e não concordei com muitas coisas, porém tive a consciência que havia escolhido não participar, portanto não tinha como cobrar nada. Tinha também a certeza de que se a desocupação fosse negociada, muitos dos danos seriam reparados pelos estudantes antes de devolver o prédio, como ocorreu em 2007.

Muito mais cômodo para a opinião pública é esquecer tudo isso e dedicar 100% dos comentários ao ‘vandalismo’ promovido por aqueles que supostamente ‘só queriam fumar maconha em paz’. Melhor não pensar nos reais motivos que levaram à atitude extrema de ocupar a reitoria e somente bradar contra aqueles que estariam desperdiçando o dinheiro público, visto que a universidade é sustentada com o pagamento de impostos.

Acho ótimo que as pessoas se preocupem com o destino de seus impostos. Porém esse é um hábito que deveria ser cotidiano e generalizado, ao invés de se concentrado apenas na oposição da atitude estudantil.

Concordo que até aqui muito pode ser discutido e sobretudo discordado – isso é ótimo, pois é a essência da política. Porém desde o início de 2014, com o fim da gestão de Rodas, vêm à tona problemas gravíssimos, dos quais muitos tiveram origem devido às suas ações.

A USP tem sérios problemas financeiros, o pagamento de professores e funcionários, cujos salários foram elevados acima da capacidade do orçamento para evitar greves e manifestações, consome todo o recurso da Universidade. A compra desnecessária de imóveis e a construção de prédios faraônicos acabaram com as reservas financeiras.

Curiosamente o que surge nos jornais hoje são problemas que os estudantes já indicavam há anos, porém agora ninguém reivindica os direitos dos impostos com os quais a USP é sustentada. A diferença prática é que a reforma da reitoria, que até onde eu saiba não apresentou nenhuma prestação de contas, não chega nem perto do valor do navio de R$23 milhões, comprado pela USP com o dinheiro de cofres públicos e encostado no porto de Santos há seis meses.

Insisto, podemos discordar das ações do movimento estudantil, podemos não nos conformar com o dinheiro de impostos sendo destinados para a reparação de danos ao patrimônio (ainda que este gasto poderia ter sido evitado com uma desocupação negociada). Mas dar toda a atenção para as consequências das manifestações dos estudantes e esquecer completamente os gastos milionários que colocaram a USP em uma crise é dar mais atenção às margens que ao cerne do problema.

Até agora as propostas de solução para a crise giram em torno do corte de verba para bolsas e pesquisas, ou seja, basicamente a política de corte de verbas aplicada na educação brasileira há tanto tempo.

Outro probleminha indicado pelos vagabundos que querem fumar maconha em paz é o campus da USP Leste. Depois de muitas manifestações criminalizadas o campus todo foi interditado devido à contaminação do solo e com direito a uma infestação de piolhos. O que está sendo desperdiçado com isso? O dinheiro dos mesmos impostos daqueles que, dependendo do viés da matéria ficam indignados, outras vezes ficam impassíveis.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Lady Gagá

Nunca gostei de pensar na velhice, sempre tive pavor. Sei que é inevitável, o curso da vida, que todo mundo morre. Que não precisa ser idoso, basta estar vivo. Mas sempre pensei que quando se é velho, essa certeza do fim é muito mais iminente. Que encarar gradativamente a perda da própria cognição e coordenação motora, ou observar o corpo se degradando é aterrador. Imagine, então, encarar a constante possibilidade do fim.

Até que esses dias, li que o ser humano começa a envelhecer aos 27, já que o auge de suas capacidades mentais é atingida aos 22, mantendo-se estável por mais 5 anos. E que, em contrapartida, a expectativa de vida está consideravelmente mais longa do que há algumas décadas, sobrando muito mais anos de mediocridade mental pela frente.

Essa notícia, ao invés de me aterrorizar, tranquilizou-me. Concluí que se eu chegar a ficar velha, vou ser mais burra (ainda) e que, se eu tiver sorte, nem me darei conta de me preocupar. Também estarei mais cega, o que possivelmente me fará fazer vista grossa para os efeitos nocivos da gravidade. Pagarei meia entrada, viajarei de graça e terei as melhores vagas de estacionamento à disposição. 

E já que não tenho outra escolha, é isso ou morrer logo, melhor  parar de pensar a respeito. Pronto, parei.

     

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Desejo



Já pensou se existisse um Deus que não realizasse desejos? Que fosse conhecido e respeitado por não realizar pedidos? Que tivesse mantras em louvor a ele, pelos desejos que ele não realizou? Para quem as pessoas rezassem em silêncio sem pedir coisa alguma?


Desejamos tantas coisas. Será que queremos mesmo? Será que sabemos mesmo o que desejamos? E mais, será que, ao alcançarmos o que desejamos, conseguimos sentir satisfação?


A sociedade não existiria sem seres desejantes. Quando uma pessoa não deseja nada dizem que ela está apática, deprimida....



Desejar é diferente de sonhar. Envolve expectativas, fetiches, propagandas, hormônios....



Se todos os desejos fossem realizados, seria o caos, mas vivemos em uma época em que muitos desejos são realizados. Mais do que deuses, temos indústrias de realizar e de produzir desejos.

Procurei na internet para ver se achava esse deus que não realiza desejo nenhum. Não encontrei. Mas lembrei da história que me contaram sobre uma deusa tão poderosa, que deve-se tomar muito cuidado com o que se pedi a ela, pois ela não sabe dize não: Tara Verde.

Não dá pra ser contra o desejo, mas que ao menos possamos refletir mais sobre ele. Cuidar do que desejamos como seres  dentro de um universo, como pessoas em uma sociedade competitiva, como indivíduos.


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Não sei o que está acontecendo.....

Poucas  vezes senti o Brasil como sinto hoje. Me dizem que é o cansaço, parece que estão todos exaustos de tudo que acontece.
E o que acontece? Difícil saber, até para achar uma resposta temos que tentar organizar as coisas.

Tem gente que diz que tudo isso é culpa da corrupção, da má administração pública e dos pesados impostos. Pode até ser, mas não é a primeira vez que passamos por isso, desde que eu nasci escuto a mesma ladainha.  Mas agora parece sério, a Copa abriu uma ferida e nem começou. Os estrangeiros nem chegaram e os preços já subiram.

Tenho um amigo jornalista que veio cobrir a Copa e já sabia dos preços, do trânsito, dos impostos, mas ontem falando comigo se disse chocado com o espírito dos brasileiros, a maioria desejando que a Copa exploda. E também está horrorizado com a conexão de internet, me disse que estava na Síria, um país em guerra, a conexão lá nos hotéis é melhor que a daqui. Eu nem tinha lembrado de avisar sobre isso, já estou acostumada com a maioria dos brasileiros a pagar por uma conexão de primeiro mundo e receber uma conexão-migalha, de acordo à vontade do fornecedor.

E meu amigo quer saber  ''o que está acontecendo com os brasileiros?''. Não sei. Não tenho ideia. Talvez a coroa está pesada, acordamos para a vida e percebemos que ser brasileiro é ser nada. Ele disse que sente as pessoas apáticas, apagadas e sem vontade.  Eu até tento argumentar, no primeiro jogo isso desaparece, brasileiro é assim, muda de emoção em segundos.
Não sei o que aconteceu, parece que o país encolheu, ficou do tamanho de uma ilha.

E não posso criticar ninguém porque também me sinto assim, de saco cheio de tudo que acontece aqui.
E alguém disse ao meu amigo  ''quero ver chegar no estádio''. Ele me perguntou se era tão complicado. Falei que sim, vai estar cheio, táxis vão cobrar fortunas, o trânsito vai estar parado.

E ele me perguntou  ''E como os brasileiros aguentam isso?''.

Ah, faz tempo que a gente leva a vida assim em um país parado, cheio, onde tudo custa fortunas e não dá em nada. A Copa é apenas isso, a confirmação de que não saímos do lugar e pelo visto essa possibilidade não existe.

domingo, 11 de maio de 2014

Tô Tentando...

Tá mesmo? Qual seu conceito sobre tentar? Vai tentando... Continue tentando. Tenta ler o texto aqui, tenta?

O verbo "tentar", no meu ponto de vista é o verbo mais passivo que eu conheço. Não há maneira de tentar sem sequer executar algo. Não há como tentar sem um objetivo, um plano ou uma estratégia.

Quem tenta por tentar, está simplesmente adiando a própria evolução.

Observe bem, entre toda a tentativa e a execução, existe o "fazer", a ação.

Não entendeu? Faz um favor então: Coloque uma caneta à sua frente e agora tente pegar a caneta. Simples assim.

Tentou? Pegou?... Se você pegou, você já ultrapassou o limite da tentativa. Mas por alguns milésimos de segundos, você executou e planejou uma estratégia pra alcançar seu objetivo: Pegar a caneta.

Você não percebeu, mas nas dezenas de tentativas bem sucedidas você movimentou braços, dedos e desviou de obstáculos. E é assim que funciona.

Quer mudar a vida? Está tentando?... Está mesmo? Qual o plano? A estratégia?

Tentativa por osmose não funciona!

Leu?

Que bom, mais uma vez você ultrapassou o limite da tentativa! Agora, conte-nos qual o plano que você traçou para chegar até aqui. Aplique para seu dia a dia.

Ficar tentando aí parado não vai te levar a lugar nenhum. Só vai te manter tentando tentar...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sem Medo do Ladrão.


  Um homem é fiel a seu cão e a seu time de futebol.
  Poucos, pouquíssimos homens conseguem mais que isso.
  Não importa religião, esposa, família, filhos, país.
  O homem tem seu cão e seu time.

  "Enquanto" mulher (sabe se lá os avanços da cirurgia de troca de sexo)
  fica difícil entender, já que mulheres não são fiéis a quase nada.
  Talvez aos filhos, ou a mãe, talvez.

  Nos relacionamentos as mulheres não traem mais por preguiça
  do que por outra razão, e usam isso como arma para ter parceiros bobos na mão.
  Paciência.

  Mulheres gostam de contar vantagem, homens também.
  Aí eu volto pro futebol (desculpe, ritmo de copa)
  Futebol, mulheres, carros, roupas, bolsas, viagens...
  Como é bom mostrar para todos tudo isso de bom.

  Só não entendo o salário.
  Um receio bobo que todo mundo tem de falar do contra cheque.
  Quem tem menos por vergonha, quem tem muito por medo.
  Não sei.
  
 Não se pergunta quanto alguém ganha no mês, posso perguntar tudo,
 menos isso.
 Tabu.

  Se pergunta a pessoa gagueja, disfarça, se acanha.
  Por que dentre tantos, esse é o assunto delicado?

  Saber como vai o seu bolso, me ajuda para acertar
  para onde posso te chamar, para viajar, para comer
  Sem ofender, sem constranger.

  Isso ajudaria muito minhas amizades e convívio social.
  Proponho salário informação inicial em redes sociais.
  Anexe seu holerite.

 figura fonte revistaalfa.abril.com.br 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

- Escrevo contos, poemas, crônicas, roteiros...
- Ah, você é versátil...
- Não, sou ativo.

(Cleyton Cabral)

domingo, 4 de maio de 2014

May the 4th be with you.


Olá pessoal. Quem me conhece sabe que eu sou muito atento aos ritmos - faz parte da minha crença estar atento a isso, mas levo ao máximo esse aspecto. Tudo tem uma hora, um momento. E Star Wars teve seu momento na minha vida.
A propósito, as últimas semanas.
Cheguei a algumas conclusões nada ortodoxas sobre a saga. Claro, comparativas, em sua maior parte, com Game of Thrones.

Episódio IV

1. O R2 deveria ter uma entrada USB. Opa, pera: o George Lucas não imaginaria que as entradas seriam menores que um dedo. Na verdade, se construído hoje em dia, o R2 teria wi-fi e teria sido detonado por um vírus, e neca de história. Deixa do jeito que está.
2. O triângulo amoroso da história é bem fraquinho. Aquele filme dos irmãos Grimm constrói o negócio bem melhor. Opa, pera: Não estamos falando de As Brumas de Avalon. Deixa do jeito que está.
3. Depois de ler GRRM, qualquer herói merece morrer #valarmorghulis. Opa, pera: Deixa o Hans Solo e o Luke viverem, senão não tem história. Deixa do jeito que está.
4. A Princesa Léia não é só feinha, como aquele cabelo a la Chun Li que deu muito errado destroi qualquer perspectiva de virar sex symbol a não ser de JENTI MTCHO LOKA. Opa, pera: como essas pessoas existem, deixa do jeito que está. 
5. Hodor 10 x Chewbacca 0. Opa, pera: não dá nem para comparar, deixa do jeito que está.
6. A Força é legal, mas a frase "que a Força esteja com você" tá batida demais. Opa, pera: eu tenho amigos demais que gostam, antes mesmo que eu tivesse gosto por assistir. Deixa do jeito que está.
7. Genial começar a história pelo meio. Assistir na ordem numérica deve ser como ler o Festim dos Corvos e a Dança dos Dragões em ordem cronológica. Um saco. Deixa do jeito que está.
8. O filme é bom. Deixa do jeito que está.

Episódio V

1. Sabres de luz, embora por ora impossíveis, são muito legais.
2. SABIA QUE TINHA UM TRIÂNGULO AMOROSO. 
O beijo da Princesa Léia no Luke foi bacaninha. Mas a cara de cuia do Hans Solo foi SENSACIONAL.
Btw, o beijo do Solo na Léia foi muito melhor. 
Na verdade, a Léia beija [quase!] todo mundo.
3. A Marcha Imperial fica super bacana de ouvir quando contextualizada. Já estava enjoado dela como toque de celular.
4. O capacete do Darth Vader segue algum modelo alemão ou eu tô viajando? [lembrando que as duas coisas são possíveis simultaneamente].
5. O R2 seria um pendrive. 
6. Definitivamente, o padrão de beleza era outro. [Só eu que acho o Mark Hamill parecido com o Alfie Allen?]
7. No treinamento Jedi, a mesma cobra aparece trocentas vezes no cenário. Ou então, o Mestre Yoda mora num covil, vá saber.
8. Esse lance de trocar a ordem das frases do Mestre Yoda não é lá muito legal não. Tipo, tradução não ajuda... Prefiro meu bom e velho Sr. Miyagi.
9. C3-PO. Robozinho amarelo chato da porra. Sacanagem da grossa com os mordomos ingleses.
10. Falando nele... Os destroços dele foram deixados em uma sala, depois estão na cela do Chewbacca. Vá entender.
11. - I love you.
- I know.

Sempre quis saber de onde vinha esse diálogo. 
Princesa Léia e Hans Solo.Acabei descobrindo que esse diálogo foi modificado pelo Harrison Ford! Era para ele responder que a amava também, mas... Enfim, é o Han Solo, é o Harrison Ford.
12. Quando soube que o Luke perdia a mão, achei que seria algo dramático como foi o caso do Jaime Lannister. Doce ilusão. Cena ridícula, sofrimento mínimo. Nada dramático. E o lance de descobrir que o Vader é pai dele também perdeu a graça de tanto que já tinha ouvido antes.

Em relação ao Episódio IV, esse episódio é tosco de tão ridículo.
Tipo Matrix Reloaded. Ficou tosco por ter sido feito enquanto o interesse estava aquecido, uma continuação para um filme que não pressupunha continuação. 
Nesse caso, que pressupunha, é muito pior.

Episódio VI

1. A Princesa Leia passa o rodo. Quem é CersexXx perto dela? É quase comparar a Cher com a GaGa. [claro que a comparação esconde um spoiler.]
2. 3-PO. Já não bastava ser chato pra cacete, virou o Deus dos Ursinhos Gummy.
3. Daqui para frente é complicado não dar spoilers. Mas sério, se existem gêmeos de poderes semelhantes, porque um pode ser descoberto e o outro não? 
4. James Cameron, seu safadinho, já sei de onde você tirou a batalha final de Avatar. Até o cenário é igual, dadas as devidas proporções.
5. a música final é a melhor música da trilogia. O que me impressiona é que eu nunca a tinha ouvido.

E que a Força esteja com você, porque só com MUITA força de vontade eu termino os episódios I, II e III.

sábado, 3 de maio de 2014

Meu pé de amora

Minha mãe mandou cortar o pé de amora. Era uma árvore enorme, que ocupava um grande espaço no jardim, agora é um toco morto. E não era qualquer pé de amora. Era o meu pé de amora.  Meu irmão que plantou. A gente colocou uma grade em volta, que era pro Brutus, nossa  cachorro, não estragar.  O Brutus morreu já deve ter uns dez anos, mas o pé estava lá e a grade também. Sobrou a grade.

Minha vontade era perguntar que porra de demente manda cortar uma árvore frutífera? Tinha merda na cabeça, caralho? Mas na bíblia diz que devemos respeitar pai e mãe, e eu tive uma criação católica. Perguntei calmamente, e ela respondeu  com a frieza quase de um psicopata. Pra ela não era nada demais, era só uma árvore fazendo sombra.

Jamais entendi essas pessoas. Eu me lembro bem o dia que a mãe da minha vizinha cortou o pé de Romã.  Lembro que a gente sentava, abria uma fruta e ficava chupando sementinha por sementinha, conversando, jogando conversa fora. Era tão terapêutico. Acho que não é a toa que tem aquele lance da semente de romã na virada do ano, aquilo tem uma parada religiosa forte. E ela cortou como quem tira uma erva daninha da grama. Fazia sujeira, disse. Mães.

Eu quis dizer para  a minha o quanto aquela árvore significava pra mim, que eu sempre me enchi de orgulho pra dizer que eu tinha um pé de amora em casa, pra dizer que o pé estava carregado e quem quisesse podia ir lá comer. Eu me sentia tão da terra, tão do campo. Ainda que passasse a época e eu não comece nenhuma fruta, eu sabia que estava lá, que eu poderia comer quando eu quisesse, e eu adorava isso.

Quis dizer que eu achava lindo quando ela estava carregada e enchia de passarinhos. Uma vez até um tucano!Que cheguei a pensar em um dia me mudar e dar um jeito de tirar a árvore e plantar na outra casa. E  que até uma das poucas músicas que compus na vida era sobre esse pé de amora. Só tinha a música, não tinha letra, mas se chamava Amora Temporã. Mas do que adiantaria?  Ela nunca vai entender, o jardineiro não vai entender. Só eu sei o quanto de mim tinha ali e agora não tem mais.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

PERCA TEMPO ou o dia em que inspirei uma obra de arte


percatempo | yusuf etiman - 2012



a obra de arte não é o si-mesmo do artista, 

posto que o si-mesmo não pode criar singularidade; 

a obra de arte é o OUTRO do artista 
- uma alteridade radical em relação ao seu criador.

(roberto alvim)







dias atrás encontrei por acaso um cara que admiro muito e com quem convivi por um bom tempo, no passado, e que me contou algumas novidades ótimas, entre elas a de que ele havia feito um trabalho artístico com fotos que eu tirei dele. mesmo não tendo tomado conhecimento de tal exposição, achei interessante ter sido lembrado com uma obra de arte em um dos espaços novos e independentes mais bacanas de sp.

o nome do trabalho era/é: perca tempo. lembrei imediatamente do trabalho do YUSUF ETIMAN - PERCATEMPO (2012), cuja ideia é muito bacana e criativa. então pensei: poxa, o que o teria motivado a fazer um trabalho com fotos que eu tirei dele, num dia maravilhoso, feliz, no terraço do prédio que ele mora com este título?

talvez o trabalho em questão foi a forma que o artista encontrou para representar o que pra ele tenha sido o tempo em que mantivemos contato e, mesmo não sabendo como foi a concepção, nem mesmo a recepção do público em relação a este processo de exposição, acredito que seja mais do que sensato saber receber, pensar a respeito, refletir e tomar alguma lição disso tudo. 

a vida nada mais é  uma eterna exposição pública. nos expomos publicamente quando saímos na rua, quando trabalhamos, quando escrevemos, quando postamos algo no feice, quando escolhemos uma roupa para ir à uma festa, quando vamos à uma festa, quando expressamos uma opinião. estamos quase sempre em exposição pública.

o que me deixa pensativo e que me importa, de fato, é o que expomos diariamente na intimidade uns com os outros. quando acordamos ao lado de alguém e olhamos as remelas dos olhos, beijamos o mau hálito da manhã, limpamos o corpo após uma noite de amor, de paixão, de tesão ou tudo isso junto, o que é mais legal. eu penso na exposição privada, a dois, a três, a quatro, dentro das tão faladas quatro paredes. dos segredos ao pé do ouvido, das alegrias compartilhadas e das tristezas também. penso na exposição dos nossos problemas mais íntimos, os anseios, os planos, as risadas, as drogas, as fofocas, as brigas.

e daí penso no tempo. o quanto do nosso tempo que doamos ao outro, ao amigo, ao companheiro, ao irmão, ao colega de trabalho, ao garçom. seja no ouvir, seja no falar, seja no apoio, no conselho e principalmente na companhia. 

tempo - já disseram - é um dos bens mais valiosos que temos, ainda mais em época de constante e rápida mutação como a que vivemos. é preciso ganhar dinheiro, é preciso trabalhar, é preciso conhecer pessoas, pagar contas, ir ao cinema, casar, viajar e não há tempo a perder. e quando penso no significado da expressão perder tempo, prefiro pensar nas coisas boas, como por exemplo admirar um pôr-do-sol, o mar, ficar de papo e pernas pro ar, ou seja, ficar sem fazer nada, além da contemplação, atitude cada vez mais rara nesse mundo louco.

perder tempo é bom!