sábado, 30 de novembro de 2013

Já faz 33 anos que AS Rosas Não Falam

Quantas vezes com o peito vazio você teve a certeza de que o mundo é um moinho, que a mesma estória de tempos idos pode ir embora graças a alegria em uma nova alvorada.
Desta vez eu vou, claro que não é bobagem, mas evite o meu amor.
Quem me vê sorrindo pensa que é por autonomia, mas nós dois sabemos que a canção que chegou é a canção da festa da vinda da senhora tentação que evita deixar o meu peito vazio.


33 anos sem o senhor Angenor de Oliveira, ainda não tenho palavras para definir sua música, mas tenho certeza do quanto ela me faz bem.


Abraço

Jeff

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

adeus direitos ou adeus terrorismo

participei do XXXV encontro regional de estudantes de serviço social, no período de 30 de maio a 2 de junho no cenforpe em são bernardo do campo, cidade palco de greves e reivindicações de trabalhadores noutro tempo. deste encontro recordo duas noites, de sexta e sábado, se acaso não tiver enganada com a data na primeira noite teve participação de ba kimbuta militante do movimento negro, educador social e cantor abordando a precarização do trabalho, racismo institucional e trajetória até aquele momento. 

ao rememorar vários apontamentos pauto na precarização do trabalho que ao longo de meses corroeu o cérebro ao mencionar a dificuldade de militar sem pretender a revolução, sendo praticamente "impossível" fazê-lo na condição de explorado. sendo então limitada a atuação nos espaços como garantir dentro dos limites institucionais o mínimo do direito ao usuário? assertivo duas vezes ao criticar a postura, atuação de alguns assistentes sociais e principalmente ao nos questionar se a luta será na via institucional.

em via de gritar segurei outras perguntas direcionadas ao ba kimbuta, justifico pela imensa fila de inscrições para perguntas a professora que tão bem quanto abordou questões da universidade e também da precarização do trabalho. se tiveram 100 perguntas pelo menos 95 foram direcionadas a professora. falta de atenção ou umbiguismo do movimento estudantil sinceramente não sei, interprete da forma que julgar correta. no entanto, considero interessante a disparidade de atenção que existe para ambos ao abordar praticamente os mesmos temas.

sou grata ao meio acadêmico pelo conhecimento adquirido, porém, mais pelo apreendido além dos muros da universidade quando aluna do cursinho popular lá em bernô city para antigos moradores e favelados para atuais de luxuosos empreendimentos imobiliários da região que valorizaram a cidade e a encareceu são bernardo do campo. entendo que devo maior gratidão a quem aprendeu a lutar sem nunca ter pisado os pés na universidade, superando além da desigualdade social, classe, racismo a condição de explorado, rumo a emancipação humana.

então, perdoe, se por acaso der mais atenção a quem critica minha profissão, critica a instituição, critica a sociedade e critica o estado sem ter estado ao meu lado em quatro anos, nos muros da universidade. o problema do movimento estudantil e acadêmicos é pressupor a condição de estudante eternamente em vida. seria importante se inciasse reconhecendo que estuda para alcançar certificados, pendurá-los na parede e para aceitarem o mercado independente da condição, portanto, tornando-se trabalhadores, conseguinte explorados. além de refletirem as relações na condição de estudante compatíveis com relações de trabalho, não separá-los, principalmente quando mais da metade dos estudantes deste país são trabalhadores é o início da revolução, aplicando a teoria na prática.

pois o executivo do alto escalão seja no banco, na empresa dos sonhos, no cargo público, o pedreiro, metalúrgico, gari, doméstica todos acordam cedo, tomam café quando tem ou quando pode, saem correndo para o trabalho, ficam em média 6/8/10/11 horas para só depois voltar para casa. rememoro ao trabalhar como vendedora na idade de 18 anos sendo o recorde de 11 horas em pé no fim de ano, carregando caixa, descendo escada, suando frio e quente para atender o desejo consumista de outros trabalhadores ao comprar artefatos de natal, justifica o ranger os dentes ao ver estas lojas. a questão é que fosse a faxineira, a balconista, a vendedora, o estoquista, a caixa, o sub e o gerente, por fim o segurança da loja todos cumpriam o mesmo horário e ai daquele que se recusasse, a porta da rua era serventia do estabelecimento. exceto um ator, todos cumpriam. se assistir o filme do diretor costa gravas - o corte  compreenderá que  independente da posição exercida, o salário, a classe apelidada de média, alta e baixa a condição de explorado perdura sendo sujeitado ao escarro pelo "senhor". embora não queira, aceite, mais cedo ou mais tarde será descartado, é igual para todos. o trabalho talvez dignifique o homem quando não for explorado, talvez.

as jornadas de junho foram um  ensaio desajustado para a revolução ou  a concretização de passos  em passos com ou sem : cartazes, camisetas do brasil e dos partidos, bandeiras do país e dos partidos o exercício da cidadania (dificilmente) executada pela massa, melhor, pelos trabalhadores? ou um estranho acontecimento que simplesmente impulsiona pessoas a saírem de suas casas para as ruas, motivados pela audácia dos agentes do estado por tocarem na dita classe média/alta que não se reconhece classe trabalhadora?

não tenho respostas, me pergunto tanto quanto, mas suspeito de algumas coisas. o fato é que a emancipação deu tchau, e para quem sequer aparecia vejo tremendo ganho mesmo com desfechos estranhos. veja até os sindicatos acordaram, ensaiaram manifestações que prometiam ser uma das maiores, só que não. já dizia o trabalhador rural quem não planta não colhe e se planta o fruto dá e se vai sendo necessário preparar a terra para jogar a semente e colher de novo. adendo o preparo da terra se tiver muito agrotóxicos, a mão da monsanto irá colher câncer, doenças qualquer outra coisa menos alimento, mesmo na pouca adesão considere que acordaram, impressionante, se não acordaram, bocejaram forte o ato. o número pequeno de trabalhadores nas manifestações, talvez,  se justifique em:

"Os trabalhadores terceirizados ganham a metade dos salários de um metalúrgico e não tem benefícios. O único objetivo (das empresas), com isso, é ganhar dinheiro", ataca o presidente do Sindicato. Segundo ele, um metalúrgico que sofre um acidente de trabalho tem estabilidade empregatícia por parte da empresa até a sua aposentadoria. "O que não ocorre com um trabalhador terceirizado. Neste caso ele perde o emprego e terá que ficar brigando no INSS para ver se vai ter auxílio-doença ou não", acrescenta."Nós vamos discutir o que achamos que o governo deve fazer para não haver corrupção no sistema previdenciário e vamos apresentar também a questão do teto, que não dá pra gente concordar. O Sindicato, a Força (Sindical) e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNTM) fará uma luta a qualquer custo para não retirar os direitos do trabalhador", ressalta.(aqui

interessante não é retirar o direito dos trabalhadores não pode, no entanto, pode ser terceirizado com direitos. então lutemos pelo direitos de ser terceirizados com direitos. não lutemos contra a terceirização da terceirização no privado e público. pois é. talvez, as jornadas tenham sido ensaio, quase certo,  principalmente quando jogadores, quer dizer, trabalhadores do esporte protestam pacificamente reivindicando melhores condições de trabalho e tem total atenção da mídia e justificação por quem se quer ganha 0,01% do salário sendo atendidas as reivindicações, ou pelo menos algumas. admito foram espertos, usaram os jogos e angariaram  as reivindicações no coletivo:  

"O Bom Senso tornou-se a maior novidade do futebol nacional no final de setembro, quando foi criado por um grupo de 75 atletas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Com o slogan "por um futebol melhor para quem joga, para quem torce, para quem transmite e para quem patrocina", o movimento pede diversas mudanças na organização da modalidade no país."

então devo supor que a próxima reivindicação será pela redução do valor do ingresso contemplando quem torce. seria um começo, pela igualdade no acesso aos ingressos, melhores condições de transporte para assistir os jogos que acabam por volta de 23 horas na quarta-feira. pergunta por acaso os demais trabalhadores envolvidos no processo da realização de um jogo também serão contemplados?  não sei não, mas acho que têm algo estranho aí, principalmente quando a reivindicação do bom senso comum é aceita e principalmente justificada por quem em plena vida de classe média baixa jamais alcançará o salário de um mês do trabalhador do esporte, quer dizer, atleta, desculpe a gafe.


agora vem o fim dos tempos, até eles:

"Os atores da Globo querem melhores condições de trabalho. Liderados por Antonio Fagundes, o elenco da emissora pede em reuniões com os executivos do canal mais dinheiro pelos direitos de imagem nas reprises de novelas e séries no Viva e na Globo Internacional.(...) A reclamação acontece porque já há algum tempo as produções têm pedido mais participações do elenco da Casa. Agora, o receio é que a Globo crie um novo programa para substituir a “Sessão da Tarde”, e os atores acabem com a agenda ainda mais cheia.(aqui 

é justo justíssimo, trabalhador é trabalhador em qualquer espaço, independente da classe já dizia costa gravas. entretanto, devo crer que em alguma fala, pedaço da carta de reivindicação tenha a pauta das faxineiras, camareiras e terceirizados não é? claro, foi o que pensei, todos se uniram e lutam pela mesma causa - melhores condições de trabalho - tá certo.

e para o caro trabalhador-leitor o que têm? informo, tem isso ò:
Congresso que regulamenta dispositivos da Constituição Federal aprovou nesta quarta-feira projeto que tipifica o crime de terrorismo no Brasil. Não há atualmente na legislação penalidades ou sanções para quem cometer esse crime. Apenas a Lei de Segurança Nacional, editada na década de 1980, menciona o terrorismo --mas ainda com redação feita durante o regime militar. 

Os congressistas querem aprovar o projeto antes da Copa de 2014, quando haverá eventos com grandes aglomerações em diversos Estados. O texto considera terrorismo provocar terror ou pânico generalizado, com ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física, à saúde ou à privação da liberdade de pessoa. Pelo projeto, o terrorismo passa a ser crime inafiançável, com penas de 15 a 30 anos de reclusão que devem ser cumpridas em regime fechado. As penas sobem para 24 a 30 anos de cadeia se houver mortos em consequência do crime." (aqui)

 a justificação atual é decorrente dos eventos que estão por vir, assegura-los acima de qualquer reivindicação seja por moradia, saúde, educação, cultura, etc. após os eventos servirá de justificativa para os trabalhadores, sejam de qualquer classe social que reivindicarem melhores condições de trabalho. nas palavras de dalmo de abreu  dallari: 

"acostumados à cega obediência, os oligarcas não admitiam que empregados se organizassem para apresentar reivindicações, coagindo os empregados. viam nessa atitude uma ameaça às tradições de respeito à autoridade e à hierarquia, o que significava, em última análise, uma ameaça à própria ordem social. daí a conclusão de que o problema operário era um "caso de polícia". 

substitua o operário  por - trabalhador - receba o cabresto e domesticação das lutas transpassando os séculos, de opressão. e caro policial não se exclua da luta o seu caso também é de polícia ou em outras palavras - dá tchau tchau, adeus adeus  para os direitos conquistados ou em curso, ou dá adeus para a lei do terrorismo e quem não é sincero sai da brincadeira correndo:

"Veja bem meu patrão como pode ser bom
 Você trabalharia no sol
 E eu tomando banho de mar
 Luto para viver, vivo para morrer
 Enquanto minha morte não vem
 Eu vivo de brigar contra o rei"

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Uma nota em crise


existir é deserto, meu bem. na rede ou celular são apenas contatos. aprender a ser feliz sozinho, ter aulas de solidão a vida não te ensinou. por isso recuso multidão. a classe que estou só tem um e em função disso sou o professor. e isso não é dor, é escolha. escola em férias é o que eu sou. amém por isso e imagine surubas que não fossem efêmeras...

JOÃO GOMES
estou sozinho e aqui:Diário Sujo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

sobre a literatura - e o que há de vir

(caminho de Belém, que transformei em parede, apesar de ter sido dia tão lindo 
= artifícios da imagem)

não sou daquelas que acredita que a literatura humaniza as pessoas. estou mais para acreditar que a literatura nos ajuda a conviver com o que há de inumano, seja em nós, seja nos outros, como se fosse um antídoto contra o mal, mas que não tem o poder de debelar o mal. e como todo antídoto, contém o mal que quer debelar (não sei se cientificamente é isto mesmo). mas o que quero dizer é que o fato de uma pessoa ser próxima da literatura já a coloca diante de uma série de horrores e talvez esses horrores contribuam para esta vivência cotidiana, para a negociação necessária que nos permite conviver com as sobras, aí, sim, do humano. 

as literaturas que mais me chamaram atenção até hoje contêm uma alta dose de abjeção, de desconforto. sem mensagens, sem consolo, sem saídas. só impasses e mais impasses. caminho-parede. e horror, para usar a palavra do dia. foi assim com kafka, com thomas bernhard, com beckett, com graciliano. a exceção talvez tenha sido italo calvino, por quem já fui muito apaixonada. todo o resto é uma grande arena de lutas. será por isso que tenho 'sonhos intranquilos'? ou será por isso que tenho uma resistência maior diante dos pesadelos cotidianos? não tenho resposta. 

é o outro lado da literatura. ou o lado mais crucial. não há respostas. nem conselhos. e as grandes mentiras, as grandes ações, são todas de seres admiráveis, ainda que desprezíveis. talvez seja aí a grande diferença com o que banalmente pensamos ser o 'real'. no real, boa parte das pessoas é apenas desprezível. e sem poder abdicar da própria avareza, da própria cegueira que nos conduz, resta-nos apenas batalhar dia a dia por um pouco de amor, ou de alheamento, que nos deixem a salvos.

(como disse caetano veloso, em festival de 1968, "hoje não tem Fernando Pessoa'. só há em mim a incorporação da revolta e da descrença. ou da raiva, que dá no mesmo e que, como já me disse uma pessoa muito amada, é o nervo necessário para o impulso das mudanças, que hão-de-vir).
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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Um post espontâneo.

Quisera eu estar mega inspirado como muitos de meus amigos e amigas aqui do blog, para deliciá-los(las) com textos magnificamente bem escritos...!

Começo falando de algo que acho que comentei no meu último post aqui.

Lembram que eu disse que estava escrevendo o texto, se não me engano (não tive o trabalho de reler o post pra ter certeza) no dia doze de outubro?

Comentei que faria o exame final de moto para finalmente ser um cara habilitado (AB).

Pois bem.

Atropelei um cone que se jogou na minha frente, e por isso fui reprovado no primeiro exame.
Nada que 200 pila e mais duas semanas de molho não me fizessem melhorar e passar no exame remarcado.

Ou seja, já estou com minha permissão!

Dito isso, passo pro assunto de ontem que pululou no Twitter.
O fato de ser feriado em São Paulo.

Se foi em mais algum lugar do Brasil, não sei.
Vi no Twitter, através do meu celular o povo comentando do dia de descanso.
E eu lá, como o Julius, nos meus dois empregos (graças a Deus).

Notem que não tenho um assunto fixo hoje.
Na verdade, dessa vez não escrevi o texto com dias de antecedência, como fiz no mês passado.

E pensei comigo aqui: Se eu não aproveitar e escrever agora, e deixar pra mais tarde, por mais que vá dormir sei lá que horas (calorzinho insuportável), pode ser que esqueça ou não tenha tempo, pois o dia é mega corrido.

Mais um dia 21!

Espero ansiosamente por esse dia! Nem que seja pra escrever algo tão espontâneo como estou fazendo hoje!

Antes de terminar, um recadinho pra Risa, que no último post, comentou pra eu não oferecer um cafézinho pro(a) fiscal, lá no exame da carta: Risa, não ofereci cafézinho! Rsrsrs!
Mas quem sabe, se o fizesse, teria tido mais uma chance? ;)

É isso, novembro.

Falando em Novembro, estamos no dia 21, e eu ainda não vi o filme "Doce Novembro" nesse ano.
Pelo menos não lembro de ter visto!
É como se fosse uma tradição! Assistir esse filme no mês 11!

Fica a dica!

E hoje deixo com vocês o novo clipe da Katy Perry, que estreou anteontem.

Quem teve a oportunidade de assistir a performance dela no MTV Europe Music Awards, vai lembrar da música!

Trata-se de "Unconditionally".

Aquele abraço, e até mês que vem.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dia da consciência... branca?

Hoje é dia da consciência negra, data escolhida por ser dia da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta negra contra a escravidão no Brasil. Há festas em comemoração à data, há vitórias, conquistas, mas também luta e muito esforço pela frente.

O que também está presente todos os anos, desde que a data ganhou notoriedade, é a famosa e vergonhosa pergunta: por que não existe dia da consciência branca? A mesma falta de informação está presente na reivindicação do dia do orgulho hétero ou o dia do homem.

Nem todos cobram isso por má fé ou com segundas intenções. Muitas vezes é por falta de conhecimento mesmo. Assim como a consciência negra, o dia da mulher e do orgulho LGBT não surge como motivo para festas ou aquecimento do comércio, mas como símbolo de luta contra opressões e discriminação.

A princípio esses dias não envolveriam orgulho, por se tratar de um sentimento ligado a escolhas. Nos orgulhamos de determinada profissão, habilidade, estudo, pois escolhemos e nos esforçamos por isso, diferente de nascer em determinado país, com determinado gênero ou cor.

Fica implícito que o orgulho expresso em datas de luta – suavizadas como datas comemorativas – está na superação do preconceito. No caso da consciência negra, expressa a sobrevivência difícil depois de quase quatro séculos de escravidão institucionalizada, que segue influenciando nossa sociedade.

Em 2009 conheci uma senhora que estava indignada diante da impossibilidade de processar o então presidente Lula. No auge da crise econômica causada pela especulação imobiliária nos EUA, o ex-presidente, para indicar que a crise nasceu em um país rico, disse metaforicamente que a crise havia sido criada por gente loira, de olhos azuis.

A senhora, com os cabelos pintados de amarelo, estava indignada porque havia sido ofendida pelo presidente. Sem dúvida uma situação inusitada para quem, há várias gerações, está habituada a se referir a uma coisa errada como ‘serviço de preto’.

Pode ser que individualmente não tenhamos nenhuma responsabilidade pela escravidão ou o preconceito racial cotidiano. Tratamos todos com igualdade e não atribuímos erros ou acertos à cor da pele – não há nenhuma virtude nisso; é o mínimo que se espera de quem tem a pretensão de ser civilizado. Mas orgulho de ser branco?

Talvez devêssemos unificar as demandas e criar o dia do homem-branco-hétero, que tem dentro de si o orgulho de sobreviver sendo o milenar opressor. Sugiro até data: 21 de março, aniversário de Jair Bolsonaro, um dos que defenderiam a data com a mais boçal das competências.

Criando essa homenagem à tríplice opressora a data seria uma referência para aqueles que sobrevivem bravamente, lutando contra homossexuais que querem a regalia de não serem espancados na rua devido à orientação sexual, contra as mulheres que estão cada vez mais atrevidas na luta pela prisão de estupradores, contra os negros que chegam ao extremo de reivindicar o mesmo salário que os brancos quando exercem a mesma função.

Por trás de um (nem sempre) inocente dia da consciência branca existe a omissão de que esta consciência já não está branca. Há tempos vem manchada. Manchada com sangue de minorias, que nem sempre são numéricas. 

Lutar pelo dia da consciência branca alegando direitos iguais deixa implícita a luta pelo direito de falsos humoristas associarem pejorativamente os negros a macacos, como se brancos não viessem do mesmo ancestral em comum; direito de religiosos insistirem na parábola bíblica que colocaria africanos como filhos de Cam, portanto amaldiçoados, como se não fossemos todos amaldiçoados, segundo a mesma bíblia, como descendentes de Adão e Eva; direito de seguir dizendo que coisas erradas são ‘serviço de preto’ e nunca, jamais, tolerar a metáfora inversa – sob pena de processo.

Hoje é dia da consciência negra. Dia de luta. Dia propício para ampliarmos nossa consciência – negra, branca, rosa, colorida – e pensarmos nos preconceitos reais, antes de defender privilégios forjados.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Preencha-se

Na sede te tapar o buraco que existia dentro dele, tentava se alimentar daquilo que só satisfazia o externo. As pessoas o viam cada vez melhor, ele se reconhecia cada vez menos.
Um dia ele morreu... lindo, vazio... e de propósito.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Hoje é 3 de novembro...

Hoje é 3 de novembro e são  exatamente meia-noite e 53 minutos, fuso horário Brasília, cidade-porto São Paulo, distrito Butantã, pedacinho gaia de amor por empatia: Morro do Querosene. Minha toca azul e mato fechado no quintal, gatos transitando, pernilongos em transe vampírico, meu filho dormindo, a Tv ligada...

Para vocês que agora leem, isto é só uma data no passado, um ponto sem lembranças, nada específico.

Para mim, agora que escrevo, é minha última noite de este ano em terra Brasilis, dispenso tristezas...

Agora, que vocês leem, eu estou em Cuba...

E O FUTURO NÃO SE ESCREVE, A MENOS QUE EDGAR ALLAN, AQUELE POE, APAREÇA DIANTE DE MIM, NA MINHA LOUCURA... 

domingo, 17 de novembro de 2013

Eu não sei o que está acontecendo comigo

Quebrei o visor do meu celular. Não leio um livro há meses. Não escrevo nada que me orgulhe. Passo mais tempo no Facebook e no Whatsapp do que presencialmente com meus amigos. Fui a madrinha mais relapsa das últimas encarnações de madrinhas. A poucos dias do casamento não tinha vestido, nem o que calçar, nem passagens, nem malas. Não ando planejando nada. Ou melhor, planejo, mas mudo de ideia sem nem pudor. O celular era novo. Novo e caro. Deixei cair. Justo eu, que era tão cuidadosa. As pilhas de livros se amontoam. Justo eu, que era tão assídua leitora. Mesmo com o visor quebrado, não desgrudo o olho dele, entrelaçada nas redes. Justo eu que não queria sucumbir a (mais esse) vício. Justo eu, que planejava as coisas beirando o metodismo, não sabia o que vestir no dia do meu aniversário. Tenho tido rompantes permanentes de preguiça. Eles me pegam de surpresa e se estendem pelo dia, como visita chata de domingo. Justo eu, que tinha tanta energia. Eu esqueci do dia 17. Justo eu, que era tão certinha. Estou desabafando sobre a minha vida aqui, e aos quatro ventos. Justo eu, que tinha tanto receio. Eu não sei o que anda acontecendo comigo. Só sei que é grave. 

sábado, 16 de novembro de 2013

A noite

Já posso imaginar o café feito as pressas distribuído em garrafas térmicas, em diversas cores e de muitas donas, a harmonização será com bolachas Maria e lágrimas. A briga entre cafeína e serotonina será travada na longa noite entre histórias e estórias, com piadas, talvez um rabo de galo ou mesmo cerveja. Parece surreal, a líbido tomar conta, eu não paro de pensar como poderíamos dar uma escapada e buscar abrigo num escuro qualquer nem que seja para apenas cinco minutos para que possa entender em que estado estou. Ais tias tecendo elogios como se fossem o certo a fazer, como se acumulasse pontos, algo como o Multiplus do Céu, as amantes lembrando os momentos de alcova e esquecendo do quão duro era o dia a dia de silêncios e bruscas acusações, crises e mais crises...mais uma vez a líbido toma conta, talvez seja uma forma de lembrarmos da vida. A ladainha como será logo mais.





  

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Para onde vai o seu coração?

(Ás vezes tudo parece tão confuso. Um amontoado de dúvidas. Difícil separar, distinguir, enxergar....o que queremos, o que precisamos, o que sonhamos, o que somos e o que querem que sejamos. De que lado estamos?

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Carece de lembrar quem é você.)


 PARA ONDE VAI O SEU CORAÇÃO?

Olhar pras coisas. Perceber seus tonos. Suas cores...
Olhar pras pessoas. Abraçá-las. Chamá-las de amigas.
Ficar em silêncio sozinha.

Estamos sozinhos.
Sempre sozinhos.
Ás vezes nos estendem a mão, outras o pé e tropeçamos e caímos.

Estamos sozinhos e são tantos os caminhos.
Tantas direções, setas, placas de sinalização.
São tantas as encruzilhadas.
São tantos os muros.

Andar em cima do muro com equilíbrio.
Andar na linha reta do muro, nas pontas dos pés.

O que quero?
Pra onde vou?

Ando sozinha.
Carrego no coração o peso dos desejos e a leveza de sentir que tenho amor de sobra aqui dentro.

Ando devagar e ninguém me derruba.
Sei ir, mas também sei voltar.

Sei que direita e esquerda EXISTEM SIM.

Olho para os dois lados antes de atravessar as ruas.
Espero a minha vez. Ela chegará.

Na encruzilhada eu passo e sei passar. Não paro. Constato, olho e vejo além, mas minha cabeça nunca está totalmente erguida, como seu eu precisasse olhar pra dentro para poder olhar pra fora. Como se os olhos não bastassem para enxergar esperanças.

Um pé depois do outro. Que bom é andar!

Sei que os meus passos já mancharam muitos caminhos e não foram poucas vezes que redemoinhos me engoliram. Mas também já vi flores contornando minha estrada, vagalumes, estrelas guias, passarinhos anunciando "por ali não!". Intuição, querida companheira.

Sinto atrás de mim um turbilhão. Muitos ontens ainda não terminaram. Por mais que eu dobre, vire, suba e desça parece que é só uma continuação do mesmo caminho que a tanto tempo comecei.

Caminho pelo caminho e meu corpo e alma vem juntos.
Ninguém me persegue, nem me segue. Canto uma canção.

A lua brilha lá em cima enquanto meus pés pisam o chão e os meus pensamentos voam...mas também fazem um cordão.
Cordão cheio de sins que mereciam tantos nãos.
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Andar com o coração na mão, segurando uma oração.

Que eu saiba correr quando necessário for.
Que eu saiba dançar quando o vento soprar e chover.
Que eu saiba cair, levantar, girar...
Que eu saiba a hora de voltar.

Que eu não me esqueça do caminho de casa, de onde eu vim, quem eu sou.

Amém! 




                                                                                                                                                                                      Outra Carol

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Passos e tropeços

Um dia, ainda nos primeiros anos da vida, estávamos nós no prézinho.
A dinâmica era simples: quando a Tia Otília avisasse que era hora do recreio, todos deveriam sair correndo como pequenas manadas em direção ao parquinho.
Ao mais veloz, o balanço azul. Aquele que era o primeiro da fila de uma série de balanços.
Todos os outros balançavam igualmente ao azul; a vantagem era a possibilidade de tocar com os pés a ponta de um galho de manga que ficava ao lado.
Isso era o mais alto grau do desafio que os sete anos nos permitia alcançar.
Acontece que para chegar da sala de aula até o parquinho, deveríamos percorrer um caminho de pedras portuguesas, parecido com o que a Dorothy percorria em Oz. Esse mesmo caminho era ladeado de pequenos triângulos formados por tijolos inclinados.
Nesse dia não chegamos ao balanço azul; muito menos ao parquinho.
Ao sinal esperado da Tia Otília, corremos feito um estouro de pequenos búfalos e, na fissura de chegar lá, alguém a empurrou e ela caiu, batendo a cabeça num dos triângulos.
Tudo foi muito rápido.
Ficamos todos assustados e logo a Tia Otília apareceu. Corremos para o portão que tinha uma bonita primavera o emoldurando.
Apareceu um carro de alguma outra tia e a levaram para o hospital. Aos berros, antes de entrar, ela virou para nós e chamou meu nome.
Queria que eu fosse junto com ela.
Eu, assustado, sem saber o que fazer, apenas fiquei olhando por entre a grade, atônito como as outras crianças.
Segundos depois, quando a Tia Otília se virou para restabelecer a  ordem no grupo, me viu e muito zangada exclamou:
 Não acredito Fernando que você a ouviu chamar e não entrou no carro com ela!
Eu, sem nem saber o que responder, apenas fiquei olhando para ela com cara de triste.
Engraçado como mais de 20 anos depois eu lembro claramente dessa cena e mais engraçado ainda, como mais de 20 anos depois eu continuo sem saber o que fazer da vida.
Ela?
Como boa geminiana, era cabeça dura. Foi para o hospital, ficou bem. 
Crescemos na mesma escola, fizemos grandes planos de trabalhar com arte, fizemos magistério juntos, acabamos escolhendo a mesma profissão, mas estudamos em universidades e em estados diferentes.
Por esses caminhos, ela encontrou alguém.
E neste fim de semana eles se casaram.
Não estive totalmente perto naquele primeiro tropeço, assim como também não estive em muitos outros que ela teve na vida; mas pude estar muito perto de um grande passo seu. De perto de verdade, ali, de frente para o altar; tanto que agora dividimos mais um título além de primos, amigos, companheiros: Comadre e compadre.
E eu, mesmo sem esquecer a minha falta de não têla acompanhado anos atrás, agora encho o coração de alegria por vêlos trocando votos, apostando na fé, na esperança e no amor.

Que tenham muitos dias felizes pela frente, Meli e Fê; e que nos tropeços do caminho, em sempre possa amparar o outro.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Para que falar?

Contei para uma amiga sobre alguém que eu conheci. Foi um encontro rápido, casual e sem nenhuma importância.
Mas quem me conhece sabe que eu não sou de falar sobre nada em um tom morno, em geral estou fervendo ou congelando no assunto,mas não fico na parte rasa nem morna.
E eu me exaltei na hora de falar das qualidades do rapaz, mais imaginárias do que reais e minha amiga me perguntou se eu já tinha dito a ele a impressão que tive dele.
E eu me pergunto, por que faria isso? Não existe razão para fazer isso, até porque ele é casado com uma amiga, então eu não teria porque dizer nada.
Além disso existe outro ponto, eu não conhecia ele, não pude ir no casamento, então acabei conhecendo e achando ele incrível, mas ele pertence a minha mente, a minha imaginação, não tenho porque dizer nada para ninguém, até  porque não posso garantir que a minha ideia dele corresponda a  verdade.
Se ele está longe ou perto do que eu penso não faz diferença, aqui na minha cabeça ele está bem abrigado e sem espaço para errar.
E a mulher dele? Bom, ela é problema dele, não meu. O que pensamos dos outros é território privado, é só não dizer nada e podemos pensar o que a gente quiser.

Quem tenta a todo custo cruzar a linha da mente com a linha da realidade não sabe tudo o que pode perder, nem sabe como é agradável gostar de alguém só por gostar, sem que essa pessoa saiba de nada. É como guardar um doce depois do Natal e não contar para ninguém.

Gostar de alguém não quer dizer ir atrás, beijar, viver perto, querer morrer ali. Pode ser apenas ` gostar ´, pode ser suspirar de longe e sonhar um pouco.

Neste mundo moderno do ` ter ´ esses amores são abortados, ninguém gosta de amores platônicos, todos estão acostumados a ter o que querem na hora que desejarem, pessoas acreditam que amores devem ser vividos ou descartados. Sonhar sozinha não é alternativa nem uma coisa respeitável, o mundo gosta de uma novela, de um drama, de alguém batendo portas.

Este texto sobre amor platônico não interessa a ninguém, mas se eu chegasse aqui dizendo que vou para cima, vou querer esse homem para mim e a mulher dele que se prepare porque eu pego ele e não devolvo, vou esperar ele na saída do trabalho, dar uma chave de coxa e dizer‑ Agora você vai ver o que  é uma mulher !
Se eu escrevesse isso então este texto ia fazer sentido, essas linhas o mundo reconhece, a leitura fica fácil, mas sem isso as pessoas se perguntam- Por que ela fala dele se nunca vai dizer nada ao  rapaz?

É, não vou mesmo, pelo menos meu plano é esse. Suspirar para mim é suficiente. Os olhos dele na minha memória me fazem feliz.
Ah, mas vão dizer que eu sou feliz com pouco!
É, pode ser, mas faz tempo que eu não penso mais em pouco ou muito, só ser feliz para mim já está bom.
            

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Impalpável Distância

E você? Tem medo de que? Tem gente que tem medo da solidão, do escuro, da traição ou do medo. Eu? Tenho medo da distância, mas não dessa mensurável.

Estar distante de você por quilômetros, milhas ou jardas não me assusta. Qualquer distância mensurável não me assusta. A distância daqui até a lua? Tá fácil! E até Plutão? Se é que esse planeta ainda existe. Também não me assusta.

A distância que me assusta é essa que estamos vivendo agora. Você está aí, mas eu sequer tenho certeza se estamos perto ou se estamos longe. Não consigo saber, e se me aproximo de você, você se afasta, se me afasto não consigo mais me aproximar. Pior ainda é não conseguir saber se você está se afastando ou tentando se aproximar também.

Giro em torno de ti, mas não vejo teus olhos. Olho-te e não vejo se está por perto.

Confuso. Isso me assusta.

O que eu quero? Distância dessa imensurável distância.

"Ó distância, quero medi-la, calcular-te me faria me feliz, transcrever-te em números gregos ou romanos, em palavras legíveis, sensíveis, não importa, mas controlar-te.

Quero-te em minhas mãos, por maior que seja, e poder tocá-la, ó, impalpável distância."


Encontre mais no livro Rascunhos Vivos

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Pra você que me ajuda a colocar os botões nas casinhas da camisa. Pra você que abre a casa, o quarto, o coração. Pra você que conta os sinais do meu corpo, coleciona minhas sardas. Pra você que sorri quando chove, que não tem medo de se molhar. Pra você que sai sem capa, sem maquiagem, sem vergonha de ser. Pra você que transforma os domingos em sextas-feiras sem varinha de condão. Pra você que vê poesia em velhinhos comprando pão no fim da tarde. Pra você que vai no banco do passageiro com a mão fora da janela como se quisesse apanhar o vento. Pra você que acha graça quando tropeça. Pra você que tem o abraço mais seguro dos trópicos, posso tatuar meu sorriso no seu?

(Cleyton Cabral)


foto: Gisele Cunha. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Crônica Sertaneja.



Eu não aguentava mais aquele vazio. olhava as paredes nuas de nossos retratos, os móveis que eram nossos cada vez mais estranhos, o vento fazendo troça de tanto espaço para uma pessoa. E só.
Acendi um cigarro na porta de casa e saí, andando sem rumo, naquela ruela que tinha sido tão aconchegante quando nosso namoro começou. O escuro que fora nosso confidente e alcoviteiro, agora, era amedrontador, por estar ali sozinho. Se antes eu te protegia em meu abraço, quem agora me protegeria de você?
A rua se abriu na praça, onde andávamos de mãos dadas. Uma lágrima teimosa rolou pelo meu rosto. Por quê você tinha de ir embora?
Sentei no nosso banco. Aquele mesmo, à esquerda, basta contar três. Cansado, com fome de você, com sede do seu beijo, deixei que os pensamentos, como carneiros, pulassem a cerca do bom senso.
Acordei com um chacoalhão. Achei que era assalto, leva de mim essa dor logo!, mas era apenas um guarda. Ele nada poderia fazer por mim, que me prendesse logo, e me deixasse ser escória, me tornasse efetivamente aquilo que a sua partida fez ser uma promessa. 
O dia amanheceu.
E nada aconteceu. 
Nada. Mais um dia.

(Ah, por que crônica sertaneja? Veja aqui.) 

domingo, 3 de novembro de 2013

Hoje eu atropelei um cachorro

Hoje eu atropelei um cachorro. Você sabe o quanto gosto de cachorros. Já estava escuro e eu dirigia na pista rápida. Pensei que era uma sacola grande e que seria ruim se enroscasse por baixo. No mesmo segundo que percebi o erro já senti a pressão do carro esmagando os ossos.

Pelo impacto e pelo som, passei por cima da caixa craniana ou torácica. Posso dizer sem medo de errar que foi a pior sensação que senti na vida. Um som áspero, seco, que grudou no assoalho do carro, subiu como um arrepio pelas minhas pernas, raspou  meu estômago e chegou até a boca. 

Tentei pensar que não foi minha culpa, não tinha como desviar, brecar ou socorrer, que já devia estar morto, mas aquele som impregnou em mim. Pensei em procurar um acostamento e vomitar. É só mais um cadáver de cachorro, Marcela. Um cadáver de um cão grande e branco, como a nossa cachorra. Não pude deixar de pensar nela. 

Pensei em todas as coisas que estávamos sonhando no dia que a compramos. Foi por impulso, loucura, mas estávamos felizes, procurando casa pra morar e aquela coisa toda, uma que coubesse ela, o seu, eu, você, minha rede e a sua mesa de sinuca.

Não certo casa, não deu certo a cachorra, não deu certo a gente, mas naquele dia eu fui feliz. E você também. Só me lembro de ter visto você feliz assim no dia que achamos que teríamos um bebê.  Mesmo eu pedindo que esperássemos o teste, você foi logo falando pra todo mundo. Mas deu negativo. Não deu certo nosso filho também.

No meio da estrada, no escuro, onde só se via o farol dos outros carros e caminhões, eu chorei, mas já não sei dizer se pelo cachorro ou por nós.

sábado, 2 de novembro de 2013

A canção mais antiga que se tem registro


O post de hoje seria mais uma crônica sobre algum fato cotidiano da minha vida. Porém, vou deixar para o mês que vem visto que a matéria abaixo me tocou bastante. Não só pela longevidade da música, mas principalmente pelo conteúdo da letra. Segue abaixo:
http://colunas.revistagalileu.globo.com/buzz/2013/11/01/escute-a-cancao-mais-antiga-de-que-se-tem-registro/

Obs.: falando em música, estou lançando meu segundo disco dia 11.11.13 em www.paulopilha.com.br e o single você pode ouvir aqui: http://www.youtube.com/watch?v=NmlAXqct1Ys