Pra você que me ajuda a colocar os botões nas casinhas da camisa. Pra você que abre a casa, o quarto, o coração. Pra você que conta os sinais do meu corpo, coleciona minhas sardas. Pra você que sorri quando chove, que não tem medo de se molhar. Pra você que sai sem capa, sem maquiagem, sem vergonha de ser. Pra você que transforma os domingos em sextas-feiras sem varinha de condão. Pra você que vê poesia em velhinhos comprando pão no fim da tarde. Pra você que vai no banco do passageiro com a mão fora da janela como se quisesse apanhar o vento. Pra você que acha graça quando tropeça. Pra você que tem o abraço mais seguro dos trópicos, posso tatuar meu sorriso no seu?
(Cleyton Cabral)
foto: Gisele Cunha.
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