domingo, 2 de fevereiro de 2014

O mistério de Lulu

Era um dia qualquer. Quando falo qualquer é porque era qualquer mesmo. Não lembro a hora, não lembro se fazia sol ou se era noite. Só sei que enquanto eu navegava pela internet, uma música familiar começou a tocar no meu computador. Tinha umas 7 abas abertas. Sim, tenho esse maldito hábito de deixar o computador operando com cinquenta mil abas ao mesmo tempo. Fechei todas. Fechei o iTunes. A música continuava. Aquilo não fazia o menor sentido. De onde vinha aquele som? Com certeza era do meu computador. Mas de onde exatamente?

Alguns dias ou meses depois e eu já nem me lembrava mais desse troço. Até que do nada a mesma música começa a tocar. Fechei tudo novamente, coloquei o fone de ouvido só para ter certeza que o som vinha do meu computador, e não do além ou de alguma dimensão nunca antes catalogada pela ciência moderna. Era mesmo do computador.

Eu sei que é difícil acreditar, mas passei cerca de dois anos escutando essa maldita música. Quer dizer, a música é excelente, mas por conta desse episódio bizarro passou a ser repugnante. Foram cerca de 15 execuções da mesmíssima canção numa periodicidade absolutamente irregular. A virada de bateria seguida do som daquele saxofone do diabo. Sonhava com aquilo. Acordava com o refrão da música martelando dentro da minha cabeça. E não era só isso não. Quando a música começava a tocar era impossível mexer no volume. Algumas vezes eu saí do quarto e fechei a porta só para não ouvir a música novamente.

Até que um belo dia enquanto digitava um e-mail, fui parar numa tela misteriosa do meu Mac Book. Uma espécie de purgatório digital que exibia hora, data e uma calculadora. Até hoje não sei pra que serve esse tal de "Dashboard". Talvez um dia descubra. O que importa mesmo pra esse texto e pra minha vida é que "Um pro outro" do Lulu Santos, versão ao vivo do DVD acústico II, estava lá olhando pra mim. Era um link do YouTube.  Tava na cara que sem querer eu arrastei aquele vídeo pro Dashboard e o vídeo ficou aprisionado por lá e tocava toda vez que eu clicava algum botão ou combinação de botões que não devia. Cliquei em cima e a música tocou - queria me certificar que era a própria. Cliquei novamente, arrastei o arquivo para a lixeira e fui dormir pelo menos 12 quilos mais leve. Adeus, Lulu. http://www.youtube.com/watch?v=ezFZvvyHVpE

Um comentário:

  1. Cara, isso é assustador!

    Hoje em dia, coisas com o nome de "Lulu" tão tirando o sono de muita gente mesmo...

    Abç!

    ResponderExcluir