eu te dou a flor
o beijo,
ardor
das mais
inquietantes
paixões
velo teu sono
sereno,
te espreito,
mas só por cuidar,
é zelo de quem
bem-te-quer,
olhos pra te
navegar
entrego-te
de versos
o tudo,
desde
que me digas
sim,
desde que
sussurres
canções
ou
um dócil
silenciar,
desde que não
sejas,
ai de mim,
desde que não sejas
má
mas, tu,
amorzinho,
não ouviu
meu clamor,
desfez meu
apreço,
descamou-me
a pele,
eu remetia
carinhos
e tu
castigou
ó doçura,
agora
perdoe o desajeito,
os gritos,
o punho,
a pedra,
asfixia,
revolver,
fivela
é que nesse teu
desejo
de ser
só tua
e nada mais,
eu não sei de mim
eu não sei,
mas,
ai,
pobre deste coração
iludido
que
se reconhece
teu dono,
teu capataz,
tu,
amor,
sabes que
eu não queria
mas,
ai,
só logro
fazer
dicotomia
do nós,
do nós,
se tua
existência
se torna
fugaz.
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