terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Tequila


 Tudo corria dentro do planejado.
  Eu adoro o planejado e planejar, cronogramas, esquemas...

  Dia oito de outubro começou com um gosto amargo, como se acordássemos em um Universo paralelo, um episódio de "Além da Imaginação"; seriamos governados pelo tiozão do pavê, e reelegemos o  moço que era motivo do meu atual desemprego.
  Azia mental.

  Á noite, chegou molhada, enrolada em uma toalha, com os olhinhos furados, gritando a bons pulmões, 250 gramas de bebê de gato.
  Desde aquele dia não dormi uma noite inteira mais, não tive mais nenhum dos meus dias previsíveis.
  Desmarquei minhas viagens e compliquei minhas saídas, como um efeito dominó entre melhoras e recaídas do serzinho, quase perdi minha idosinha, me contaminei com ela, filho doente, cansaço.
  
  Ontem, ela retirou um dos olhos, ainda me dando mais trabalho do podia imaginar, agora com quase dois quilos é uma das coisas mais fofas que tenho o prazer de conhecer.

  Espero a médio prazo recuperar minha vidinha previsível.
  Começo 2019 cansada, ainda mais pobre, sem nenhum controle do dia seguinte, de cabelos grisalhos e sem corte, unhas desfeitas, olheiras e nem consegui lavar a louça ainda.
  Ao menos estou em boa companhia.
  
  

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