quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O poder da criação

não, ninguém faz samba só porque prefere, força nenhuma no mundo interfere, sobre o poder da criação.
não, não precisa se estar nem feliz e nem aflito, nem se refugiar em lugar mais bonito, em busca de inspiração.
não, ela é uma luz que chega de repente, com a rapidez de uma estrela cadente, que acende a mente e o coração.

ouvindo na voz da senhorita fabiana cozza enquanto penso o quê escrever, se o poder ou a criação, na verdade como descrever o todo dos últimos dias. não é a revolução, se não dentro de mim em saber o que é a mobilização incendiária, feito faíscas em um, uns, vários, quando vê somos tantos preenchendo os espaços da prainha, para ouvir, discutir a democracia. saber o que é, assistindo; audiência pública, tribunal popular e perder as contas de quantas vezes fui para assembleias e no levantar de um braço, de preferência o esquerdo, o movimento: estudante, professor e funcionário, resultado: greve geral.

nos últimos dias é o coro, "greve geral! o movimento é unitário, estudante, professor e funcionário!". de todos? absolutamente que não, existe pluralidade, reacionários vários, pelegos mesmo, classes sociais diferenciadas predominante a alta ou burguesa pode-se dizer, em contraste com trabalhadores e bolsistas, que reunidos, não na sua maioria, gritam único coro: democracia!

em certa assembleia, me perguntando o que estava fazendo ali, afinal último ano, pouco deveria me interessar, me lixar, estou de saída, fechando as portas, então para quê o esforço a esta hora do campeonato, se nem participar do movimento estudantil pude em quase quatro anos consumado. quase 23:30 h e eu lá me perguntando, me forçando a decidir, ainda daria tempo do ônibus, quem trabalha não goza de tempo, oportunidade para compor espaços e somar,  criar, existem escolhas e são pontuais , normalmente sacrificando horas vagas do que poderia ser o descanso. a reles militância é para o fim de semana, nos encontros regionais e estaduais ou em assembleias, debates, palestras, os ditos, conhecimento além dos muros. naquele momento, que não era fim de semana, mas o começo dela, resolvi ficar e ocupar o que pudesse. afinal é: estudante, professor e funcionário único movimento.

de lá para cá, participação diária, ocupação de espaços, sempre me perguntando, por quê, para quê e para quem e sendo objetiva para não atropelar a condição de trabalhadora, estagiária e estudante sem a carteira e o kit de militante profissional. sem ilusões de que haverá maior movimentação do que esta, do macro ponto de vista ceticista, enxergando o suficiente para saber que este movimento só ocorreu pela junção do tripé: estudante, professor e funcionário. sabendo que a repercussão ocorrera pelo fato da mantenedora ser a igreja, ops, fundação são paulo quer dizer ou pelo fato de ser uma privada sem fins lucrativos? como dito por vários que lá foram, a privada tem história, não é qualquer universidade.

rememorado ontem, no vão do masp em ato estadual  pela democracia e autonomia universitária já! em greve que não se faz de pijama ou no facebook postando apoio sem apoio ser, um número considerável compareceu ao masp.outra vez me perguntando que diabos estava fazendo ali, cansada e com fome ocupando a rua, andando feito camelo, quase sem voz de tanto gritar é unitário:estudantes, professores e funcionários rumo ao campus consolação.

e no meio do caminho, chega a bateria, que deu ânimo, gás para prosseguir, deletando por aquele momento o tal grito hiper machista que vezenquando tem numa sexta-feira, mas ali, eram todos pelo mesmo andar até o campus, no grito, palavras de ordem, para inibir a censura contra o poder da criação, que somos todos. antes de nós outros ousaram, gritaram, criaram e hoje imitamos com outra roupagem, os resquícios da obra. mas sem esquecer é unitário, pelo desrespeito posto, então é hora de desarmar para unir forças, para que a autonomia não seja cerceada, impondo uma decisão, quer dizer, ditadura goela abaixo, nos tachando de ignorantes e sem luz ou amorfos a história da universidade e conseguinte a nossa.

outra assembleia, poucos irão comparecer, mas aqueles que o fizer, a sua parte na história da universidade privada que tem seu valor irá se consolidar, não pelo nome gravado na placa da mesa, no quadro pendurado na parede, no muro ou no papel de empossada, mas no poder da criação,  em reagir a menor censura, imposição sem argumento válido, para rememorar que outros fizeram a obra maior do que a placa e hoje sequer citamos a todos ou sabemos seus nomes e sobrenomes, mas inspirados em ações, histórias, os imitamos.

e como diria o senhor Paulo que poderia ser Santo Paulo César Pinheiro em tamanha sabedoria, santidade, humildade em dizer: "o corpo a morte leva, a voz some na brisa...o que fica? o que é que fica? aquela placa fica? não! os estúdio já foi demolido, hoje, não é mais estúdio, aquela placa sumiu, que ficou foi o que se fez ali dentro, foi a obra que se gravou na música brasileira, isso né, tá acima de qualquer dinheiro de qualquer país..." súplica a relação do que vale a música brasileira, cantada, regravada por tantos. a conclusão pelos mestres dos versos, da poesia, dos instrumentos, no vale mais a obra do que a placa.

uma certa santidade, vossa excelência se gozasse de sabedoria e discernimento saberia que ter o (sobre)nome  gravado na história da universidade como o dom da ditadura é desonroso e portanto, nem com a súplica dos deuses será apagado! faremos questão que seja rememorado pelo feito.

uma certa senhora, formada em letras e portanto detentora da poesia, do verso e da palavra, deveria saber disso e portanto recusar o cargo, isentando-se da vergonhosa parte na história, assimilando o sobrenome, a palavra: golpista! a reitora rejeitada pela comunidade em novembro de 2012 em assembleia, tribunal popular, audiência pública, em gritos e atos. enfim.

e sendo o poder da criação maior do que a criatura
o coro é vivo e unitário: estudantes, professores e funcionários: 
FORA ANNA CINTRA!!!

Um comentário:

  1. Quando se esta do outro lado é que percebemos onde o calo realmente aperta. Percebe-se que nem toda esquerda é tão esquerda assim.

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