quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Finalmente o Natal será meu....

Nunca gostei de Natal,talvez devido a minha personalidade meio rabugenta,sempre achei um porre as pessoas fingindo uma bondade momentânea e seletiva,todos ficam meigos e tiram fotos nas ruas,com decorações enormes,como se isso fosse divertido ou fizesse de alguém uma pessoa melhor.
Mas nos últimos tempos venho mudando de idéia,apenas porque aprendi a dizer
`não ´.
Parece que no fim do ano ficamos presos e envolvidos no famoso `tem que ´´e o que poderia ser uma diversão vira um fardo.
Como nem sempre tive minha família por perto, amigos me convidavam a passar o Natal com suas famílias,mas por alguma coisa que não sei explicar,não gosto de jantares de Natal,prefiro ficar na minha.
Mas quem disse que eu podia dizer `não ´?E lá ia eu atrás de um presente para meu amigo,algum prato para levar e todas as aquelas chatices.Sempre entrei em amigos secretos a força e acabava sempre com o pior presente,apesar de me esforçar tanto em achar alguma coisa legal para a pessoa que eu tivesse tirado.
Não gosto de lojas nem de supermercados,mas acabava ali,com tudo nas costas,se era Natal em família,tinha que levar isso ou aquilo,as vezes fazer o Natal na minha casa e se era em casa de amigos era a mesma coisa.
Chegando lá,onde quer que fosse o `lá´ fosse,nunca curti,sempre achei um noite chata.
E então encontrei no meu do caminho um guru que me ensinou a fazer as contas.Quanto me custava em dinheiro o que eu comprava,quanto eu gastava em presentes para outros e comida,quanta energia eu perdia e sendo sinceros,em uma justa matemática,o que eu recebia em troca?Sim,porque finalmente ninguém dá nada por nada,ao menos que seja a noite de Natal no monastério budista.Caso contrário as pessoas se amarram a questões materiais e a vontade de ficar bem na fita.Tenho uma amiga que cozinha a ceia inteira para a família do marido,apenas para que todos digam o quanto é maravilhosa.
Me retirei a fazer as contas.Percebi que eu nunca gastava o que queria comigo,porque meu dinheiro ia em comprar presentes para o outro.O tempo que eu levava cozinhando,quando muitas vezes ninguém agradeceu,como se fosse obrigação de alguém cozinhar nesse sagrado dia.
E percebi o mais importante,eu não gosto da data,não gosto de compras e não gosto das chatices de fim de ano.Ponto.
Resolvi dizer `não ´.No começo fui chantageada,pressionada,empurrada.Um amigo me convidou o Natal passado para ir a sua casa,eu avisei que não ia e ele se plantou na porta da minha casa,mesmo assim não cedi e a amizade acabou ali.Em outros lugares amigos se deram a liberdade de colocar meu nome na lista de amigo secreto,sabiam porque eu avisei que eu não iria participar,mas sempre alguém dizia-`Gente,na hora a Iara muda de idéia e vem ´.Não fui.Também ganhei inimigos.
A família foi avisada e eu escutei todo o repertório básico de uma família católica-E se for o último Natal dos seus pais?
Porra,se for o último paciência,não tenho a agenda de Deus,não sei nem quando vai ser meu último Natal na Terra,mas tenho certeza que vou ter o primeiro como sempre quis,a vontade,fazendo o que der na telha sem obrigações nem chatices impostas.
É mais do que justo,o ano inteiro eu me submeto a regras sociais e agüento um monte de gente chata e uma humanidade que não tem conserto,é muito pedir para que o fim de ano seja meu,sem essas obrigações deprimentes?
Cada um comemora o Natal como quiser,eu prefiro assim,concentrada no que quero e longe de aporrinhações.
Já passei metade do mês dizendo que não vou mudar de idéia e provavelmente passe outras semanas assim.Mas é uma decisão minha,resolvi dizer `não ´ ao mundo e dizer `sim ´ a mim mesma.Finalmente,depois de anos,décadas,o Natal me parece uma data a comemorar.

9 comentários:

  1. Faz o que vc acha melhor mulher, vai ser feliz, se é que vc procura algum tipo de felicidade.....mas na minha modesta e não solicitada opinião....deve ser triste pra cacete ser sozinha assim.

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  2. Cada um interpreta como quiser o que está escrito...mas na minha modesta e não solicitada opinião...deve ser triste pra cacete passar o dia lendo textos alheios e detonando o que os outros escrevem..já que pelo menos não é a primeira vez que você comenta em textos meus.Crítica é uma coisa,comentários agressivos são outra coisa...mas enfim o mundo é feito com essa divisão,de gente que faz e de gente que detona,achando que os infelizes são os que fazem,quando na verdade infeliz é quem não faz e joga pedras em quem faz...

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  3. Iara, achei seu texto depressivo, não quis te agredir nem tampouco "detonar".
    Sou muito alegre com a vida, por isso achei seu texto muito baixo astral, mas não era pra te agredir, tenha certeza disso.
    Feliz Natal e ótimo Ano Novo =)

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  4. Iara, com todo o respeito, também sou contra aceitar participar de datas comemorativas por "obrigação" e concordo com a sua postura. Mas a partir do momento se "desabafa" na rede, temos que aguentar os comentários, além disso, o Risa nem foi agressivo.

    Não sejamos 8 nem 80: não sejamos polianas e nem isso: http://www.youtube.com/watch?v=FrjaKLVw23I

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  5. Pois é...eu não `desafabo´ na rede,eu escrevo....
    E por ter dez anos escrevendo na rede sei muito bem a diferença entre comentários,críticas e trollagens....

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  6. Não achei seu texto depressivo, achei franco. Esse tal espírito natalino é tão alienante qto o carnaval. Ainda tomo coragem para jogar tudo para o alto tb. (quer companhia? ;)

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  7. Iara, cheguei aqui até do link no teu blog. Pareço uma stalker, né? Desculpa, mas é que gostei demais do blog e me identifico mto com o que vc escreve, então sinto necessidade em comentar. Este ano aprendi a dizer não. É recente e aprendi na base da porrada mesmo, mas aprendi. As vezes o meu "não" é indireto, encoberto por alguma mentirinha indefesa, mas é não. É negação. É algo que me liberta de algo que não quero fazer, que vai me violar se eu aceitar. Não - tão simples e tão poderoso!
    Fernanda

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  8. Entendo sua frustração com falsidades alheias e datas vazias e sem sentido, comemoradas apenas pela "tradição". Devemos ser felizes com o que temos, e com as pessoas das quais gostamos. Se não há ninguém que valha a pena, talvez um bom livro seja a solução.

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