quarta-feira, 22 de julho de 2015

Tão longe. Tão perto.

Eu quase nunca vejo meu pé.
Geralmente ele fica longe, muito longe. Lá embaixo, pertinho do chão.
Tão longe que eu quase não o alcanço.

Com minha mão é diferente.
Ela fica o tempo todo próxima a mim, sempre ao alcance da minha visão.
Tão perto que eu conheço bem cada dedo.

Mas mesmo estando tão longe, meu pé continua sendo meu pé.
E fico feliz ao saber que posso vê-lo de vez em quando
Quando tiro a meia ou corto as unhas.

Meu pé me leva pra passear e sempre joga bola comigo
E mesmo estando tão longe
Tão distante da minha mão
Eu gosto muito dele e ele é muito importante pra mim.

***

Eu quase nunca vejo meu pai.
Geralmente ele fica longe, muito longe. Do outro lado da cidade.
Tão longe que eu nem sei bem onde é.

Com minha mãe é diferente.
Ela fica o tempo todo próxima a mim, sempre ao alcance da minha visão.
Tão perto que eu conheço bem cada fio de cabelo.

Mas mesmo estando tão longe, meu pai continua sendo meu pai.
E fico feliz ao saber que posso vê-lo de vez em quando
Quando tiro férias ou quando é sábado.

Meu pai me leva pra passear e sempre joga bola comigo
E mesmo estando tão longe
Tão distante da minha mãe
Eu gosto muito dele e ele é muito importante pra mim.

***

Pé e mão. Pai e mãe.
Tão longe. Tão perto.

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