segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Soluções Práticas - Parte 1

Extraído do diário de José Neemias Cordeiro

Desde criança eu odiava restos de cabelo no corpo. Aquele negócio pinicando, se enfiando em todos os lugares possíveis me dava ódio. Para vocês pode não parecer grande coisa, mas sempre me deixou puto.  E o meu sonho era esse: cortar o cabelo e não ficar com um monte de pelinhos pelo corpo. A busca por uma solução me levou à faculdade de Física Teórica Multidimensional, e até a alguns importantes prêmios científicos.

 A minha calvície, talvez fruto do estresse e de tratamentos experimentais, não me desmotivou. Se eu já estava livre da maldição hirsuta, deveria desistir? Isso seria trair meus ideais e ignorar o sofrimento de todas as pessoas que padecem da mesma aflição que eu. Então eu prossegui.

 Descartei queimar o coro cabeludo, porque os voluntários dos experimentos não aceitaram a ideia muito bem. O uso de produtos que resultavam na queda total do cabelo parecia eficaz, mas eu não queria que as pessoas perdessem todos os pelos no corpo. Eu nunca tive nojo de pelos corporais, contanto que eles continuassem grudados e não me dessem coceira. A solução final veio apenas depois do meu segundo PHD. A criação da Vortexsoura.

Guiado pela ideia simples de sugar os pelos cortados milimetricamente para uma fenda interdimensional da qual eles nunca mais pudessem voltar . Uma solução simples, elegante, e que manteria os restos de cabelo longe de minha nuca. Eu só não calculei exatamente para QUAL dimensão os cabelos e a matéria associada seriam enviados. Nem as utilidades que a Máfia Russa viria a dar para o instrumento. Eu realmente deveria ter pensado melhor a respeito.

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