segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A farsa do escritor

O que acontece quando o escritor se convence de que suas escritas não interessam a mais ninguém?
E quando ele escreve para ninguém ler?
E que ego inflado é esse de quem acha dignas de serem lidas as palavras organiza em um texto?
A quem interessa o que o escritor escreve?
Esqueça, é tudo mentira!
Não se importe, é irrelevante!
Não perca seu tempo, é inútil!
Não procure sentido, é nada.
A vida em forma de letras, e nada mais que isso. 
Angústias frívolas.

Cada vez mais me convenço que a beleza não é do escritor, mas do leitor.
O escritor vem aqui e escreve qualquer coisa.
O leitor interpreta em beleza... a beleza do sofrimento, a beleza de encontrar algo significante em seu interior, mas que seria encontrada de qualquer forma. Foi através das palavras do escritor, mas poderia ter sido do balançar da cortina, ou dos cabelos grisalhos de um transeunte, ou de um sorriso de criança, ou de uma sombra que a árvore faz chão, ou mesmo de um simples ato de inspirar mais profundamente. O que existe, o que é belo e puro e doído, o que importa verdadeiramente está em quem lê (e em quem não lê).
O escritor é uma farsa.

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